Capítulo 3

Mark olhou para Lacey, que o observava com pena, em meio ao seu próprio sangue.

"Você deveria ir ao hospital", disse Lacey, começando a guardar seus arquivos na mão. Ela realmente queria evitar ser arrastada para fora em desgraça por causa de Mark.

Mark permaneceu imóvel, olhando para ela sem dizer uma palavra. "Você precisa ir ao hospital!" ela repetiu, mas ele continuou olhando para ela como se não estivesse no mesmo mundo.

Ele conseguiu se levantar, tirando a camisa e ficando apenas com a regata. "Pare de ser teimoso, Mark! Você já causou tanto estrago, criando confusão por toda parte."

Mark olhou para sua esposa, se perguntando como ela podia dizer aquelas frases para ele. Ele era o que tinha criado confusão agora? E o chefe dela?

Deveria ele ter assistido o chefe continuar desrespeitando-o só porque ele é pobre e o outro é rico? Todos deveriam ter direitos iguais.

O país pode ter virado de cabeça para baixo, e os ricos governam, mas ele não ia permitir que isso acontecesse com ele.

Ele até tentou ter um caso com sua esposa bem na frente dele.

"Já que você se recusa a ir ao hospital, faça o que quiser!" Lacey disse a ele claramente. Ela estava realmente magoada com tudo o que tinha acontecido, e ele ainda estava sendo teimoso.

Ela guardou suas coisas e saiu do salão. Ele limpou o sangue da testa e saiu cambaleando do quarto também. Ele sabia que tudo já estava bagunçado.

Ninguém acreditaria nele de qualquer maneira. Ele era o cara pobre casado com uma esposa estável, e o chefe dela era quem eles deveriam implorar por misericórdia.

Que ironia, pensou Mark enquanto saía do hotel pela porta dos fundos. Ele não se arrependia de nenhuma de suas ações, exceto por ter sentado à mesa a pedido dele.

Seu pequeno telefone começou a tocar no bolso esquerdo. Ele tirou o telefone e piscou brevemente antes de atender a chamada. Era um número estranho, mas quem se importa? Podia ser apenas uma das brincadeiras do chefe dela.

"Alô," ele atendeu.

"Sr. Jones, poderia descer até o estacionamento por alguns minutos?" perguntou a pessoa do outro lado da linha.

Ele se perguntou quem poderia ser. Nunca tinha sido tratado com tanto respeito na cara, e essa pessoa fez isso através de uma ligação.

"Eu estarei lá," ele respondeu e desligou. Ele não conseguia nem adivinhar quem poderia ser, mas tinha em mente que poderia ser uma das brincadeiras de Lacey.

Ele desceu até o estacionamento, segurando sua camisa ensanguentada em uma mão depois de vestir suas roupas do armário.

Ninguém precisava dizer a ele que seu trabalho na Trump estava acabado depois de ter brigado com um dos clientes VIP.

"Mestre!" o velho abaixou a cabeça, cumprimentando-o.

Ele não entendia por que o homem tinha que chamá-lo de mestre e mostrar tanto respeito.

"O seu período de exílio acabou," disse o velho, entregando a Mark um cartão VIP junto com um celular.

Mark ficou feliz ao ouvir isso. "Eu certamente voltarei," ele respondeu, e o velho voltou para o carro que o trouxe até ali.

Ele se foi, não sem antes inclinar a cabeça respeitosamente para Mark. O carro partiu, e Mark sorriu.

A felicidade sincera era evidente em seu rosto, e ele não tinha dado dois passos quando um carro BMW veio em alta velocidade e o atropelou. Ele caiu no chão, batendo os braços no chão.

Ele segurou firmemente o cartão e o celular em sua mão. Tyler, seu amigo que também trabalhava como garçom no hotel, correu até ele.

Ele tinha visto todo o incidente de longe. "Eu vou te levar ao hospital," disse a Mark.

"Não, não se preocupe comigo, eu vou ficar bem," Mark disse, gemendo de dor.

Mark sabia que precisava de atendimento médico, mas também sabia que o cartão e o celular em sua mão estavam em risco se ele fosse ao hospital.

Ele precisava manter esses itens seguros, pensou, e conseguiu se levantar. Ele ficou surpreso ao ver que não era outra pessoa senão o chefe de sua esposa.

Ele tinha mandado seu motorista atropelá-lo com o carro.

O Sr. Alistair desceu do carro, acompanhado por seu assistente pessoal, e do outro lado estava a melhor amiga de Lacey.

"Olha como sua vida tem sido miserável desde que você decidiu ser um pobre arrogante?" O Sr. Alistair riu alto, sem um pingo de remorso por tê-lo atropelado.

"Você acabou de atropelar um cidadão, e tudo o que pode fazer é rir?" Griffin perguntou com uma carranca. Ele tinha certeza de que a câmera de segurança estava filmando tudo, mas o Sr. Alistair era um homem rico e poderoso.

"O que ele acabou de dizer?" O Sr. Alistair não conseguiu conter o riso. Ele não podia acreditar que Griffin se chamou de cidadão.

"Você é um cidadão? Você não é nada além de um garçom aqui e um pobre coitado!" ele disse, colocando as mãos nos bolsos.

Griffin engoliu em seco, enquanto Tyler não conseguia dizer uma palavra. Ele sabia que falar algo o colocaria em apuros junto com Mark.

O Sr. Alistair era um homem muito poderoso com conexões em todos os lugares, e ele não ousaria responder a ele da maneira que Griffin fez. Afinal, ele tinha uma esposa rica, mas quem ele tinha?

"Por que você não se desculpa comigo agora, e eu esquecerei tudo o que você fez comigo hoje?" O Sr. Alistair disse arrogantemente enquanto os outros observavam Mark lutar com seus ferimentos.

"Por que eu deveria me desculpar com você?" Mark perguntou ao Sr. Alistair com tanta ousadia. Ele acreditava que o Sr. Alistair era quem precisava se desculpar.

Isso fez o Sr. Alistair se perguntar o que de repente deu a ele essa ousadia. Ele não era nada diante dele, e ainda assim teve a coragem de falar com ele dessa maneira.

O Sr. Alistair não foi o único surpreso com sua ousadia. "Eu nunca vou me desculpar com você, então faça o seu pior!" Mark disse firmemente, chocando a todos.

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