Capítulo 3

No caminho de casa, Alice parou na farmácia para comprar uma caixa de contraceptivos de emergência antes de finalmente voltar.

A primeira coisa que fez ao chegar em casa foi tomar a pílula conforme as instruções.

A noite passada tinha sido um erro, e ela não podia lidar com mais surpresas.

Alice se deitou na cama, sua mente a mil. Estava exausta, mas não conseguia dormir.

A loucura da noite passada, combinada com a frieza de Mia, parecia um peso em seu peito, dificultando a respiração.

Ela não sabia quanto tempo havia passado quando a campainha tocou.

Alice abriu a porta mecanicamente, e Evelyn entrou imediatamente.

"Alice, onde você estava ontem à noite? Você disse que viria para o meu quarto."

"Eu..." Alice não sabia como explicar o que havia acontecido.

Evelyn não percebeu a expressão desconfortável de Alice e entrou direto no quarto. "Obrigada por me cobrir ontem à noite. Se não fosse por você, não sei o quão bêbada eu teria ficado. Alice, como posso te agradecer?"

Dizendo isso, Evelyn deu um grande abraço em Alice.

"Não precisa me agradecer. Somos amigas. Eu não podia simplesmente ficar parada vendo você se embebedar."

Ouvindo as palavras de Alice, Evelyn a abraçou ainda mais forte.

Seus olhos caíram involuntariamente na caixa aberta de contraceptivos sobre a mesa, e ela arregalou os olhos em choque. "Contraceptivos? Você nem tem namorado. Por que precisa disso?"

Diante da pergunta de Evelyn, a garganta de Alice se apertou. Ela não sabia como contar sobre a noite anterior.

"Eu..." Antes que pudesse falar, Evelyn puxou a gola de Alice, revelando várias marcas de chupões em seu pescoço. Sua voz subiu bruscamente, "Alice, você dormiu com um cara ontem à noite?"

O rosto de Alice ficou um pouco estranho diante da franqueza de Evelyn. Ela desviou o olhar e respondeu suavemente, "Sim."

"Você não tem namorado. Com quem você dormiu?" Evelyn a bombardeou com perguntas, seus olhos fixos em Alice. "Foi uma noite só? Você sabe como isso é perigoso? Tem tantos caras com doenças por aí. Como você pode dormir com alguém aleatoriamente?"

Vendo a reação de Evelyn ficar cada vez mais exagerada, Alice a interrompeu rapidamente, "Não é o que você pensa. Eu só bebi demais ontem à noite e acabei no quarto errado, e foi assim que aconteceu..."

Na noite passada, Alice estava bebendo para cobrir Evelyn, mas bebeu demais e acabou no quarto errado. Quando acordou, percebeu que tinha dormido com um advogado chamado Samuel.

Ouvindo a explicação de Alice, Evelyn parecia arrependida. "Alice, me desculpe. A culpa é toda minha. Você bebeu demais por minha causa."

"Isso não tem nada a ver com você. Eu bebi demais por conta própria."

Embora perder a virgindade inesperadamente a deixasse um pouco travada por dentro, ela não podia culpar Evelyn por isso.

"Evelyn, eu..." Alice olhou para Evelyn, hesitando em falar.

O problema com Mia exigindo dinheiro ainda não estava resolvido. Alice a conhecia bem o suficiente para saber que, se não conseguisse os 100 mil dólares, Mia continuaria pedindo.

Evelyn perguntou, "O que foi? Diga logo."

Alice queria pedir dinheiro a Evelyn, mas não teve coragem. No final, ela apenas disse, "Não é nada."

O telefone tocou novamente. Mia estava ligando.

O aparelho vibrava na mão dela, o identificador de chamadas como uma agulha enferrujada espetando seus dedos.

Depois de uma longa pausa, Alice finalmente atendeu.

"Alice, como está a questão do dinheiro? Se você não conseguir $100.000 até amanhã, a perna do Jasper não será salva!"

"Mãe, eu já disse que não tenho esse dinheiro. Me pressionar não vai ajudar."

"A família Wright está pressionando muito. Já marquei a data com a Sra. Wright. Você vai se casar na próxima semana!" A voz de Mia era fria e sem emoção.

Alice apertou o telefone com mais força. "Eu disse não!"

"Não importa o que você diga!" A voz de Mia aumentou abruptamente. "Desde que você se case com a família Wright, a perna do Jasper será salva e eles nos darão $100.000. É um ganha-ganha!"

Ganha-ganha?

Alice soltou uma risada amarga. Para Mia, seu casamento era apenas uma transação. Quem pagasse mais poderia tê-la.

"Eu não vou me casar!" A voz de Alice tremia, mas era firme. "Eu vou encontrar uma maneira de conseguir os $100.000, mas não vou deixar você tratar meu casamento como um negócio!"

"Encontrar uma maneira? Onde você vai conseguir isso? Se você se casar com a família Wright, eles nos darão $100.000! Eu sou sua mãe. Você tem que fazer o que eu digo! Gastei tanto com você ao longo dos anos. É hora de você me retribuir!"

"Se..." Alice respirou fundo, suas unhas cravando na palma da mão. "Se eu te der $100.000?"

Houve um momento de silêncio do outro lado antes da voz zombeteira de Mia surgir. "O que você disse? Você vai me dar $100.000? Onde você vai conseguir $100.000?"

"De onde eu vou conseguir é problema meu." Alice fechou os olhos, os cílios molhados. Quando os abriu novamente, havia uma determinação em seu olhar. "Eu vou te dar $100.000 para cortar nosso relacionamento. De agora em diante, eu não sou mais sua filha. Não venha mais atrás de mim para nada."

Alice pensou que Mia ficaria com raiva ou recusaria, mas em vez disso, ouviu excitação na voz dela. "Você está falando sério? Você pode me dar $100.000?"

Alice fechou os olhos, a última fagulha de esperança em seu coração se extinguindo.

Para Mia, sua filha valia menos de $100.000.

Vendo o silêncio de Alice, a voz de Mia voltou a soar. "Você disse $100.000, nem um centavo a menos. Se você me der $100.000, cortamos nosso relacionamento. Prometo não te incomodar mais."

Alice podia ouvir a urgência na voz de Mia, como se tivesse medo de que Alice mudasse de ideia.

Abrindo os olhos, Alice inclinou a cabeça para trás para segurar as lágrimas. Depois de um longo silêncio, ela finalmente falou. "Eu vou te dar $100.000 em três dias."

"Ótimo! Está feito. Você não pode voltar atrás!" Mia concordou prontamente. Mesmo pelo telefone, Alice podia sentir sua excitação e antecipação.

O coração de Alice esfriou. Uma mãe que não a amava e só queria explorá-la — ela não precisava disso.

Alice desligou o telefone. A tela escurecida refletia seu rosto pálido.

Os $100.000 pareciam uma pedra pesada em seu peito. Ela impulsivamente disse que daria $100.000 para cortar o relacionamento.

Mas onde ela conseguiria $100.000 quando não conseguia nem arranjar $10.000?

"Alice, você está bem? Sua mãe ligou de novo, pedindo dinheiro. Ela te trata como um caixa eletrônico. É demais!"

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