Capítulo 6
Alice saiu da delegacia, e a voz profunda e suave de Samuel chamou por trás dela, "Tem certeza que não quer repensar isso?"
Alice parou no meio do caminho, lançando um olhar fulminante para Samuel, que sorria de lado. "Sério, Advogado Harris? Você é tão obcecado assim? Sexo é tudo o que você pensa?"
Samuel deu de ombros, impassível. "Sou homem, não sou? Quem não gostaria? Especialmente naquela noite, achei que tínhamos uma boa química."
Inacreditável!
Alice nunca tinha conhecido um homem tão descarado antes. Como ele podia dizer algo assim em público?
Observando-a se afastar furiosa, os olhos de Samuel brilharam com diversão. Ela realmente tinha personalidade.
Em casa, Alice tirou os sapatos e deixou os pés descalços tocarem o chão frio.
O celular vibrou no bolso, o toque rompendo o silêncio do quarto.
Alice suspirou, pegando o celular. O número na tela a fez franzir a testa profundamente.
Ela atendeu, mas antes que pudesse falar, a voz de Mia veio pelo telefone, "Alice, como está indo aquele empréstimo de 100 mil dólares? Você só tem mais dois dias."
Alice se jogou no sofá, fechando os olhos, e perguntou, "Não faltam dois dias ainda? Qual a pressa?"
"Estou só te lembrando," disse Mia, "Se você não conseguir os 100 mil dólares em dois dias, vai ter que se casar com a família Wright!" Mia fez uma pausa, suas próximas palavras transbordando de egoísmo e ganância. "Uma vez casada com a família Wright, Jasper e eu poderemos viver uma vida boa também."
Alice soltou uma risada amarga e questionou, "Vida boa? Mãe, nunca ouviu o ditado, 'Filha casada é como água derramada'? Se eu casar com a família Wright, serei uma deles. Você realmente acha que a família Wright é tão estúpida?"
A voz de Mia aumentou de raiva. "O que você quer dizer, Alice? Está ficando cheia de si? Estou te avisando, se você não tiver esse milhão de dólares em dois dias, eu mesma te arrasto para a família Wright!"
Com essa ameaça, Mia desligou, deixando Alice parada ali, com o telefone na mão e a mente em turbilhão.
Conhecendo Mia, ela realmente faria isso. Por dinheiro, ela amarraria Alice e a enviaria para a família Wright.
Não, ela tinha que bolar um plano, e rápido. Não podia deixar Mia ter sucesso.
100 mil dólares era uma quantia astronômica para ela. Dada a situação atual, ganhar tanto em dois dias era quase impossível. Ela precisava encontrar outra maneira de impedir Mia de forçá-la a se casar.
Um fogo ardia no peito de Alice. Ela caminhou até a cama, sentindo a brisa fresca, e uma ideia louca surgiu em sua mente.
Se Mia estava usando o casamento para ameaçá-la, então ela se casaria!
Claro, ela não se casaria com a família Wright. Ela escolheria seu próprio marido.
Desde que se casasse e tivesse um certificado de casamento em dois dias, Mia não poderia forçá-la a se casar com a família Wright.
Essa ideia enraizou-se na mente de Alice, crescendo como mato.
Ela sabia que era uma decisão louca, tão louca que parecia absurda até para ela.
Mas ela não conseguia pensar em outra maneira de escapar do controle de Mia.
Casar com a nojenta família Wright era pior que a morte!
Com a decisão tomada, Alice não hesitou. Pegou o celular e ligou para sua amiga Evelyn.
"Allie, ouvi dizer que você esteve na delegacia hoje à noite. Você está bem?" A voz preocupada de Evelyn atravessou a linha.
"Estou bem. Eles esclareceram tudo. Não foi minha culpa. Já o Harold está em apuros por assédio sexual e provavelmente ficará na delegacia por alguns dias."
Ao ouvir que Alice estava bem, Evelyn suspirou aliviada.
"Da próxima vez que algo assim acontecer, você tem que me contar. Não vá sozinha. E se você se machucar?"
Alice riu e disse, "Não se esqueça, eu sou campeã de artes marciais. Quem poderia me machucar?"
Evelyn assentiu em concordância. Verdade, qualquer um que tentasse mexer com Alice acabaria se arrependendo.
Alice hesitou por um momento, então falou seriamente. "Evelyn, preciso da sua ajuda."
Evelyn concordou, "Claro, é só dizer o que você precisa."
Alice respirou fundo. "Preciso que você me arrume um encontro às cegas. Quanto antes, melhor. De preferência, alguém que possa se casar imediatamente."
Houve um silêncio de três segundos do outro lado, seguido pelo grito chocado de Evelyn. "O quê? Eu ouvi direito? Você quer um encontro às cegas? Não é você que sempre disse que nunca se casaria? A delegacia mexeu com sua cabeça?"
"Minha cabeça está perfeitamente clara." Alice estava deitada na cama, olhando para o teto. "Você sabe que minha mãe está me forçando a casar com alguém da família Wright. Não consigo arranjar 100 mil dólares em dois dias, então tenho que me casar antes que ela possa me forçar. Assim, ela não pode fazer nada."
Evelyn ficou em silêncio por um longo tempo antes de falar. "Allie, você está falando sério? Casamento não é brincadeira. Casar com alguém que você não ama pode arruinar sua vida."
"Evelyn, estou muito séria. Já tomei minha decisão." A voz de Alice era resoluta. "Não tenho mais tempo."
Outro silêncio, então a voz resignada e preocupada de Evelyn. "Tudo bem, eu vou te ajudar. Mas mesmo para um encontro às cegas, precisamos encontrar alguém decente. Você é bonita demais para se contentar com qualquer um."
Alice suspirou aliviada e disse, "Claro. Eu tenho padrões altos."
Depois de desligar, Alice olhou para as luzes da cidade.
Ela não sabia se essa decisão era certa ou errada, mas sabia que era a melhor maneira de escapar do controle de Mia.
Se não fizesse isso, ficaria sob o domínio de Mia pelo resto da vida.
Evelyn trabalhou rápido. Na manhã seguinte, ligou para Alice, dizendo para ela se preparar para um encontro às cegas.
E ela tinha arranjado três possíveis pretendentes. Alice não pôde deixar de dar um joinha pela eficiência dela.
Depois do café da manhã, Alice tirou uma licença da escola e começou sua maratona de encontros às cegas.
No café, ela havia acabado de se sentar quando ouviu uma conversa atrás dela.
O homem disse, "Casar comigo é tranquilo, mas o presente de casamento é de 100 mil dólares, um carro, uma casa e 5 mil dólares por mês. O que você acha?"
A voz do homem era profunda e agradável. Ao ouvir essas condições, Alice não pôde deixar de concordar. Com termos tão claros, a taxa de sucesso desse encontro às cegas tinha que ser de pelo menos oitenta por cento.
