Ele é uma pessoa arrogante e egoísta

CAPÍTULO 5 – ELE É UM EGOÍSTA ARROGANTE

Chegaram à sala de reuniões e por muito tempo focaram em analisar as propostas que tinham sobre a mesa, todas eram altamente benéficas para ambas as empresas, portanto, Emiliano Riva e Trevor Williams estavam a ponto de se tornar sócios, faltava apenas um detalhe que Emiliano queria esclarecer antes de assinar qualquer acordo e esperava ansioso a hora do almoço para pôr todas as cartas na mesa.

– Senhor Williams, quis almoçar a sós porque preciso esclarecer algumas coisas antes de fechar qualquer negócio com o senhor.

– Fique à vontade para perguntar o que realmente deseja saber, senhor Riva.

– O senhor disse que Elizabeth morou com o senhor em Londres, pode me dizer em qual condição?

– Antes de responder, preciso saber por que está interessado nisso.

– Elizabeth e eu nos casamos na sexta-feira passada.

– O quê?!, minha pulguinha já é uma mulher casada?

– Ainda estou esperando a resposta à minha pergunta, senhor Williams.

– Beth estudou com minha irmã na universidade, sabíamos que ela estava sozinha em Londres, então meus pais lhe ofereceram hospedagem. Eu a amo e a considero como parte da minha família. Não houve nada romântico entre nós, mas me sinto na obrigação de dizer que ela pode contar comigo incondicionalmente. Não conheço as circunstâncias do seu casamento, mas se tivesse sido resultado de um romance, ela teria nos convidado para o casamento, então suponho que vocês não chegaram a isso em bons termos.

– Nada que não tenha solução a curto prazo.

– Dê um tempo para conhecê-la e você a adorará, eu garanto.

– Agora vamos falar de negócios, senhor Williams – cortou Emiliano, desviando o tema.

Trevor Williams conhecia Emiliano Riva há alguns anos, no entanto, não tinham uma relação de amizade, eram homens de negócios com interesses comuns que poderiam render grandes benefícios para ambos.


Quando retornaram ao escritório, concentraram-se em revisar os termos do acordo, Elizabeth não soube de Trevor até o fim da tarde e ao encontrá-lo a primeira coisa que lhe disse foi:

– Parabéns pelo seu casamento, pulguinha.

– Então Emiliano lhe contou que estamos casados?

– Acho que estava com ciúmes da forma como falei de você.

– Ciúmes? Ele é apenas um egoísta arrogante.

– Tem tempo para sair comigo um pouco?

– Claro, vamos.

Já no estacionamento, enviou uma mensagem para seu sogro.

Elizabeth: Boa noite, senhor Riva. Um amigo de Londres veio e vou sair para jantar com ele. Vou chegar um pouco tarde.

Sogro: Aproveite, filha, e se cuide.


Emiliano estava no estacionamento com uma das secretárias, prestes a sair para uma farra, quando viu sua esposa caminhando ao lado de Trevor Williams; os viu subindo no carro dela e saindo do estacionamento. Sem saber por quê e sem querer descobrir, ele disse para sua acompanhante:

– Linda, acabei de lembrar que preciso ir a outro lugar, deixamos para outro dia?

– Você sabe que outro dia não posso, hoje é a única oportunidade porque meu marido está viajando.

– Lamento muito, mas não posso te atender hoje.

– Você que está perdendo.

– Exatamente.

“Não vou segui-los, mas estarei em casa, quero ver a que horas minha esposa se digna a chegar, isso será motivo suficiente para pedir o divórcio.”


– Muito obrigada pelo jantar, Trevor, de verdade passei um tempo muito agradável.

– Fico feliz, pulguinha, não se preocupe, pelo que você me contou do seu casamento, você tem razão em não ter nos contado nada. Espero realmente que o Riva perceba o quão maravilhosa você é.

– Obrigada, Trevor, te adoro. Nos vemos amanhã.

– Boa noite, pulguinha.

Assim que cruzou a entrada, Emiliano apareceu em um canto com um copo na mão e, em tom irônico, disse:

– Uma esposa decente avisa ao marido se não vai jantar em casa.

– Um marido de verdade comparece à cerimônia de casamento, dorme em casa e não é infiel. Boa noite.

Emiliano soltou o copo e apertou os punhos enquanto a via subir as escadas, travando uma luta interna para não segui-la. "Essa mulher não se cala, tem resposta para tudo?"


Elizabeth descia as escadas da mansão sob o olhar atento de Emiliano, que se encontrava ao pé das mesmas, despindo-a com os olhos, ou pelo menos era isso que ela sentia. Chegou ao último degrau e passou ao lado dele, murmurando um "bom dia" enquanto continuava em direção à sala de jantar, onde o café da manhã já estava servido.

– Bom dia, senhor Riva – cumprimentou carinhosamente seu sogro.

– Bom dia, Elizabeth, dormiu bem?

– Como um bebê – respondeu sorrindo.

– Bom dia, pai. Bom dia, Elizabeth.

– Bom dia, filho. Soube do seu acordo com a firma inglesa, parabéns.

– Sim, hoje finalizamos os detalhes e Trevor Williams voltará a Londres para preparar o terreno para mim. Espero me reunir com ele na próxima semana. Elizabeth, você quer ir comigo a Londres?

– Não há justificativa para que a assistente do CFO viaje com o CEO, não seria bem visto – respondeu ela.

– Bom, alguma outra assistente ficará feliz em me acompanhar – replicou ele cinicamente.

– Filho!, não ultrapasse.

– O que foi? Preciso de uma assistente nessa viagem. Se Elizabeth não quer me acompanhar, outra irá, é simples assim.

Elizabeth passava geleia numa torrada, aparentemente tranquila, embora por dentro desejasse quebrar o pote na cabeça do arrogante do seu marido, mas em hipótese alguma demonstraria esse sentimento. Ela não alimentaria o ego do belo homem que a olhava com um sorriso malicioso em seus lábios perfeitos.

"Sei que está se fazendo de indiferente, minha esposa. Nenhuma mulher gosta que seu marido viaje com outra, mas você recusou ir. No entanto, encontrarei uma forma de te colocar nesse avião, estou longe de desistir de você."


Emiliano convocou uma reunião com os diretores de sua empresa para informá-los sobre o último acordo que havia conseguido e apresentar o novo sócio da empresa.

O CFO Conti assistiu com sua nova assistente Elizabeth Mancini, que o tempo todo ficava sorrindo para Trevor Williams, fazendo com que o chefe máximo machucasse as palmas das mãos de tanto apertar os punhos.

— Conti, como nosso diretor de Finanças, você deve adequar o sistema para a incorporação das divisões londrinas. Gostaria que estivesse pronto o mais brevemente possível.

— Já está feito, Emiliano. Elizabeth cuidou disso desde ontem e terminou justo antes de virmos para cá, então só falta a ativação do link no escritório de Londres.

— Nesse caso, você ou sua assistente deveriam me acompanhar na próxima semana para iniciar o sistema e instruir as pessoas que vão operá-lo lá.

— Eu posso ir com muito prazer, senhor Riva — expressou Conti.

— Mas, quem fez a adaptação do sistema para integrá-los?

— Foi a minha assistente, a senhorita Mancini.

— Então?

— Desculpe interromper, senhor Riva, eu apenas segui as instruções do senhor Conti. Ele conhece o sistema perfeitamente, lembre-se que eu acabei de ingressar.

— Você não se sente capacitada para fazer a adaptação?

— Claro que estou capacitada.

— Muito bem, prepare-se então porque na próxima terça-feira estaremos viajando para Londres.

Elizabeth o olhava com os olhos semicerrados; tinha caído em seu jogo e acabou aceitando a viagem. Todos os olhares dos presentes na reunião estavam sobre eles, então fez um grande esforço para mostrar uma calma que estava muito longe de sentir.

Por sua vez, Emiliano sorria satisfeito com o resultado de sua estratégia. Sentia que sua esposa não suportaria uma provocação sobre suas capacidades, e foi isso que ele usou para levá-la a se juntar à viagem.

— Desta vez caí no seu jogo, mas não se acostume — disse ela quando todos estavam se retirando e encontrou um momento para se aproximar e falar entre dentes.

— Eu te convidei de forma muito educada e você me rejeitou. Deve saber que a mim não se nega nada.

— Isso é o que vamos ver, senhor Riva — ela girou e saiu da sala de reuniões.

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