IDENTIDADE: SEIS

PONTO DE VISTA DE ALEX

"As câmeras de segurança pegaram você junto com a vítima, você tem alguma conexão com o desaparecimento dela?" um detetive me perguntou. Estávamos na sala de interrogatório da delegacia próxima. Maica foi declarada desaparecida ontem, e Sky e eu éramos os principais suspeitos. Eu entendia por que nos tornamos os principais suspeitos, pois fomos os últimos a estar com ela. Mas Tita acreditava que éramos inocentes. Mesmo assim, insistimos em fazer parte da investigação, esperando que pudessem encontrar algo a partir de nós.

"Não, senhor. Depois de almoçarmos, ela saiu para fazer um check-up."

"Muito bem. Agradeço sua cooperação, Sr. Rischon," ele me agradeceu e estendeu a mão. Apertei sua mão, e ele me acompanhou até a saída da sala. Ao sair, vi imediatamente Sky parado silenciosamente em um canto. Tita também estava lá, forçando um sorriso apesar do que estava passando.

"Obrigado pela cooperação, Alex."

"De nada, Tita. Só estou tentando ajudar." Depois da minha conversa com Tita, fui direto até Sky, que estava quieto o tempo todo. Ele estava encostado na parede, com as mãos nos bolsos. Seus olhos estavam fechados, mas algo chamou minha atenção. Ele está com raiva? Por que está franzindo a testa? "Você está bem? Parece estranho."

Sky abriu o olho direito e olhou para mim. Parecia estar bravo comigo pelo jeito que me olhou. "Não se preocupe comigo." Tanto faz. "Podemos ir para casa agora? Este lugar está me dando dor de cabeça," ele pediu calmamente, mas ainda notei um traço de raiva.

Qual é o problema desse cara? As mudanças de humor dele são piores que as de uma garota.

"Claro. Vou me despedir da Tita." Aproximei-me de Tita, que estava sentada ao lado, segurando o celular. "Tita?" chamei, e ela olhou para mim. Notei lágrimas em seus olhos, que ela rapidamente enxugou. Também vi uma foto de Maica exibida no celular dela. "Vamos encontrá-la, Tita. Apenas confie em nós."

Ela sorriu. "Obrigada, Alex."

"Estamos indo, Tita," eu disse, e ela assentiu.

"Certo. Cuidem-se, vocês dois."

"Sim, Tita."

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Acabamos de chegar na pensão da delegacia. Sky e eu estávamos na sala de estar com a Lola Vemine.

"Como está a investigação?" Lola perguntou.

"Até agora, a polícia não tem pistas de onde começar a busca. Mas Tita está distribuindo panfletos para agilizar o processo," respondi.

"Isso porque eles foram cegados e manipulados," Sky acusou de repente. Olhei para ele, assim como Lola.

Achei que ele estava dormindo.

"O que você quer dizer com cegados e manipulados?" perguntei com a testa franzida. Sky abriu os dois olhos e se sentou corretamente.

"Enquanto eu estava na delegacia mais cedo, acidentalmente ouvi uma conversa entre um Chefe de Polícia e um homem de terno," ele narrou, mas eu ainda não conseguia entender seu ponto.

"E o que você ouviu?"

"Depois que o cara de terno entregou um envelope, ouvi ele dizer: 'Ninguém deve saber.'"

"Então, você está dizendo que isso tem algo a ver com o desaparecimento da Maica?" confirmei, e ele assentiu.

"Não sei, Sky, mas quão certo você está?" Lola Vemine perguntou preocupada.

"Medição de certeza não é o foco aqui. O que quero dizer é que temos uma pequena pista sobre o que aconteceu com a Maica. Afinal, suspeitar faz parte da investigação," ele enfatizou, e eu concordei.

"Espera, Sky, você não está dizendo que vai investigar eles, certo?" Não obtive resposta de Sky. Em vez disso, ele voltou à posição anterior, fingindo estar dormindo.

"É melhor vocês dois descansarem," Lola sugeriu, e eu concordei.

Levantei-me e voltei para o quarto. Não me importei em deixar Sky lá; afinal, não compartilhamos o mesmo quarto. Ao entrar no quarto, deitei imediatamente na cama. Fiquei olhando para o teto como se procurasse respostas que pudessem nos levar até Maica. Mas então, um pensamento cruzou minha mente.

"E se o Sky estiver certo?" perguntei a mim mesmo. "Tsk! Deixa pra lá. Vou dormir; talvez eu tenha uma pista nos meus sonhos." Fechei os olhos rapidamente e esperei para adormecer. Mas de repente, meus olhos se abriram quando algo me veio à mente.

"Sonho." Peguei rapidamente meu caderno e caneta da mochila e fui até a mesa. Liguei o abajur e abri o caderno.

"O que você está fazendo?" Sky perguntou de repente, me assustando. Olhei para ele parado perto da porta, com as mãos nos bolsos.

"Tentando encontrar a Maica."

"Com um caderno e uma caneta?" ele zombou, mas eu apenas revirei os olhos. "Só brincando," ele acrescentou e caminhou em minha direção. "Então, o que você tem?" ele perguntou.

"Isso pode parecer loucura, mas acredito que o sonho que tive há alguns dias tem algo a ver com a Maica."

"E que sonho é esse?"

"Era a Maica. Ela estava usando nosso uniforme escolar, mas coberta de sujeira e vestígios de sangue. Tentei falar com ela, mas ela só respondeu com números. Números aleatórios," expliquei.

"E quais são esses números?"

Peguei a caneta e olhei para o caderno à minha frente. Concentrei-me em lembrar os números que ela disse nos meus sonhos. 18...9...3...11...

"18, 9, 3, 11," repeti. Escrevi rapidamente no caderno enquanto Sky se sentava ao meu lado.

"Esses não são apenas números. É uma mensagem," Sky disse, me surpreendendo.

"Você acredita imediatamente que meu sonho tem algo a ver com o desaparecimento da Maica?"

"Não acredito totalmente em você. O que estou fazendo é utilizar todas as pistas que temos."

Utilizando todas as pistas que temos...

"Rick?" Sky disse com uma expressão confusa enquanto olhava para a mensagem decifrada. "Não há dúvida de que é um nome," ele acrescentou, e eu concordei. Mas quem é Rick? Existem milhões de Ricks pelo mundo! Como vamos encontrar o certo?

"Isso é impossível," Sky comentou. Suspirei ao perceber que o que fiz pode não levar a lugar nenhum.

"Vamos descansar e continuar depois," ele sugeriu, e eu assenti em concordância. Ele deu um tapinha no meu ombro, depois se levantou e voltou para o quarto dele. Permaneci sentado à mesa, olhando para o caderno com 'Rick' escrito nele.

Quem é você, Rick? E como você está relacionado com a Maica?

"Argh! Vou tomar um banho." Levantei-me rapidamente e peguei uma toalha. Fui relutantemente para o banheiro e entrei. Tirei a roupa, e logo estava lá apenas com meu corpo nu. Liguei o chuveiro quente e deixei a água morna acalmar meu corpo e minha mente.

Ugh! Eu realmente preciso disso!

Depois de 15 minutos, terminei. Vesti-me e estava prestes a voltar para a mesa quando aplausos e gritos altos chamaram minha atenção. Curioso, olhei pela janela e vi que era Richard Osaka.

Richard Osaka era o pai de Trisha, a garota que havia batido na Maica. Ele era conhecido como um dos empresários mais ricos do país e um benfeitor para alguns moradores da nossa cidade. Desconhecido por eles, ele era membro de uma quadrilha que espalhava drogas pelo país. Ninguém ousava prendê-lo devido às suas conexões e influência. Parecia que ele estava vivendo a vida dos sonhos.

"Maldito Rick," murmurei para o homem sorridente acenando para a multidão. Que exibido. Continuei a secar meu cabelo com a toalha e depois voltei para a mesa onde estava o caderno. Mas de repente parei ao lembrar do que disse. "Maldito Rick," repeti até a ficha cair. Corri rapidamente para o quarto de Sky e bati na porta. Depois de algumas batidas, ele abriu a porta. Entrei no quarto e comecei a andar ansiosamente de um lado para o outro.

"O que foi, Alex?" Sky perguntou enquanto eu continuava a olhar para o homem na rua abaixo, acenando sem parar para a multidão que aplaudia, com um sorriso presunçoso.

"Acho que sei quem é Rick, Sky," anunciei.

"Quem?"

Virei-me para ele e comecei a dizer, "É o Richa—" Não terminei minha frase quando vi Sky vestindo apenas uma toalha. Seu cabelo preto molhado complementava sua pele clara e musculosa, com gotas escorrendo.

Tão~ gostoso!

"Olhando de novo?" ele comentou, me trazendo de volta à realidade. Tentei me concentrar novamente e estava prestes a dizer algo quando ele interrompeu. "Deixe-me vestir roupas primeiro. Isso pode te ajudar a se concentrar mais."

"O quê?!" Não acredito que gritei, e de repente minhas bochechas esquentaram. Aqui vamos nós de novo!

Apenas sentei no sofá, mesmo sem ele me convidar. Ainda podia ouvir os aplausos e gritos lá fora.

A propósito, o que esse cara está fazendo aqui?

"Vamos continuar?" Sky perguntou, virando-se para mim. Ele estava vestindo uma camiseta branca larga e um par de shorts. Seu cabelo bagunçado combinava com sua personalidade. "Sou tão atraente assim para ser encarado?" ele acrescentou, me irritando ainda mais.

Esse cara é realmente arrogante! Tão arrogante~!

"Desculpa. A propósito, o que você ia dizer?"

Apesar de estar incrivelmente irritado, apenas suspirei, um sinal de minha derrota. Olhei para ele, e desta vez, não mostrei um pingo de admiração que sempre exibia sempre que o achava atraente. "Eu sei quem é Rick." Ele se sentou no sofá à minha frente e olhou para mim como se estivesse interessado no que eu ia dizer a seguir. "É Richard Osaka."

Três batidas consecutivas nos assustaram, fazendo-nos pausar a conversa. Esperamos alguns segundos para o—

"Sky? O Alex está aí?" uma voz de uma senhora do outro lado da porta gritou. É a Lola Vemine.

Decidi abrir eu mesmo para enfrentar qualquer pergunta que ela pudesse ter sobre por que eu estava no quarto do Sky. Quando cheguei à porta, segurei a maçaneta e a girei lentamente. Abri a porta com cuidado para enfrentar a pessoa esperando do lado de fora. Quando abri totalmente a porta, o rosto sorridente de Lola Vemine me cumprimentou.

"Eu sabia," ela disse, e suas palavras aqueceram minhas bochechas. "A propósito, Richard Osaka quer falar com um aluno da escola que ele apoia para oferecer uma bolsa de estudos."

"Por que agora? Se ele tinha esses planos, deveria ter feito isso antes do início do ano letivo," respondi, surpreso.

"Não sei. Apenas fale com ele; ele está procurando por você," Lola aconselhou.

Assenti. "Vou pensar nisso, Lola."

"Certo, estaremos esperando lá embaixo."

Assenti pela segunda vez, e ela saiu. Fechei a porta e olhei para Sky, que estava me encarando.

"O que foi?" ele perguntou enquanto eu me aproximava dele. Sentei-me no assento que ocupei anteriormente e o encarei.

"Richard Osaka está procurando um bolsista, e Lola quer que eu seja um."

"É realmente uma grande oportunidade, mas você sente algo suspeito?"

Franzi a testa. "Suspeito?" perguntei confuso, e então ele se sentou corretamente.

"Pense nisso. O sonho nos disse que esse Rick tem algo a ver com a Maica, e por sorte, Rick é o apelido de Richard Osaka, que é o pai de Trisha Osaka, a que—"

"Bateu na Maica," intervim. "E ele quer que eu seja seu bolsista para me forçar a esconder o que sei sobre o desaparecimento da Maica, porque eu seria o culpado se acusasse o homem que me deu uma bolsa de estudos."

Sky se recostou, aparentemente concordando com minha afirmação. "Tudo faz sentido agora. Você se lembra do cara que entregou o envelope ao Chefe de Polícia na delegacia mais cedo?" ele perguntou, e eu assenti em resposta. "Ele está aqui."