Capítulo 6 — Onde está meu companheiro?
Blayze
A luz do sol entrando pela janela me acordou, e eu sorri ao lembrar da noite passada. Meu corpo estava agradavelmente dolorido, marcado pela paixão e necessidade. Estendi a mão para Elara, querendo segurá-la perto, mas minha mão encontrou apenas lençóis vazios.
"Elara?" murmurei suavemente, imaginando que ela devia estar no banheiro. Quando não houve resposta, me sentei, notando que os lençóis estavam frios onde ela deveria estar. O que está acontecendo?
Algo está errado, meu lobo rosnou dentro de mim. Pressionei uma mão contra o peito, sentindo uma leve queimação que não estava lá ontem. Olhando para baixo, congelei.
Ali, no meu peito esquerdo, estava a marca de um lobo branco – o símbolo sagrado de verdadeiros companheiros abençoados pela Deusa da Lua.
"Ela é nossa companheira," sussurrei em reverência. "Nossa verdadeira companheira." Alegria e confusão lutavam dentro de mim. Por que não senti o vínculo de companheiro quando nos tocamos pela primeira vez? Quando nos beijamos pela primeira vez?
Encontre-a, meu lobo exigiu. Agora.
Vesti roupas rapidamente e chequei o banheiro. Vazio. Meu coração começou a disparar.
"Guardas!" berrei, abrindo a porta do meu quarto com força. Dois guardas beta apareceram imediatamente. "Onde ela está?"
Eles trocaram olhares confusos. "Quem, senhor?"
"Elara. A mulher que estava comigo ontem à noite." Minha voz saiu em um rosnado enquanto a ansiedade apertava meu peito.
"Nós... não vimos ninguém sair de seus aposentos, herdeiro Alfa," o primeiro guarda disse cautelosamente.
Eu o agarrei pela gola, meu lobo surgindo perto da superfície. "Então como ela não está aqui?"
"Blayze!" A voz do meu pai cortou minha raiva. Soltei o guarda, me virando para ver o Rei Alfa caminhando em nossa direção. "O que está acontecendo?"
"Elara desapareceu." As palavras tinham gosto de cinzas na minha boca. "Ela estava aqui ontem à noite. Ela é minha companheira - veja." Mostrei-lhe a marca no meu peito.
Seus olhos se arregalaram. "A garota sem lobo? Sua verdadeira companheira?"
"Sim, e agora ela sumiu." Passei a mão pelo cabelo, lutando para me acalmar. "Preciso de equipes de busca. Agora."
"Claro." A expressão do meu pai endureceu com preocupação. "Marcus," ele se dirigiu ao chefe de segurança, "organize as equipes. Procurem primeiro em toda a mansão, depois expandam para os terrenos. Ninguém descansa até encontrarmos ela."
Os guardas se dispersaram para obedecer enquanto eu andava de um lado para o outro, meu lobo uivando dentro de mim. Onde ela poderia ter ido? Por que ela sairia?
"Senhor!" Um jovem guarda correu até mim, segurando algo pequeno. "Encontramos isso no jardim, embaixo da sua varanda."
Meu coração parou. Na palma da mão dele estava o grampo de cabelo prateado de Elara - aquele que eu havia cuidadosamente removido de seus cachos escuros na noite passada.
"Há sinais de que alguém desceu," o guarda continuou. "Mas o rastro desaparece no muro do jardim."
Alguém a levou? Meu lobo rosnou. Nossa companheira foi roubada de nós.
Minha visão ficou tingida de vermelho enquanto a raiva e o medo me consumiam. Se alguém ousou machucá-la...
"Encontrem-na," ordenei, minha voz de Alfa fazendo os guardas estremecerem. "Procurem em cada canto deste território. Quero todos os lobos disponíveis procurando. Agora!"
Enquanto eles corriam para obedecer, eu apertava o grampo de cabelo, o metal mordendo minha palma. Na noite passada, eu finalmente encontrei minha verdadeira companheira - a pessoa que a Deusa escolheu para mim. E agora ela havia sumido.
"Eu vou te encontrar, Elara," sussurrei, deixando o uivo determinado do meu lobo ecoar por todo o território. "Custe o que custar."
Eu não descansaria até que ela estivesse segura em meus braços novamente. Alguém havia levado minha companheira.
E eles pagariam caro por isso.
"Blayze! Blayze!" A voz da minha mãe ecoou pelos corredores enquanto ela corria em nossa direção, seu longo vestido prateado esvoaçando atrás dela. "Seu pai acabou de me contar - você encontrou sua companheira?"
Virei-me para ver seu rosto radiante, tão diferente da expressão desapontada de ontem à noite no baile. "Sim, mãe. É Elara."
"A garota corajosa da noite passada?" Ela juntou as mãos. "Ah, eu sabia que havia algo especial nela! A maneira como ela te protegeu daquele lobo terrível..." Seu sorriso vacilou ao ver minha expressão tensa. "O que houve?"
"Ela está desaparecida," rosnei, ainda segurando o grampo de cabelo dela. "Alguém a levou dos meus aposentos."
O rosto de minha mãe empalideceu. "Levaram ela? Mas como? Os guardas..."
"Não viram nada," meu pai completou, colocando uma mão reconfortante no ombro dela. "Mas nós vamos encontrá-la."
"Me conte tudo sobre ela," minha mãe exigiu, agarrando meu braço. "Onde ela mora? O nome da família dela? Qualquer coisa que possa nos ajudar a localizá-la."
Abri a boca, depois fechei ao perceber. "Eu... eu não sei." A vergonha tingiu minha voz. "Nós nunca discutimos isso ontem à noite. Tudo aconteceu tão rápido com os lobos terríveis, depois o baile, então..."
"Você se vinculou sem saber o nome completo dela?" Os olhos de minha mãe se arregalaram.
"Eu sei que o primeiro nome dela é Elara," retruquei, a frustração deixando meu lobo inquieto. "Ela tinha um convite para o baile - isso significa que ela está registrada em algum lugar."
Meu pai assentiu pensativo. "Enviamos convites para todas as fêmeas não vinculadas chamadas Elara em nosso território e nos pacotes vizinhos. Os registros devem estar no meu escritório."
"Eu mesma vou verificar," declarou minha mãe. Ela apertou minha mão. "Nós vamos encontrá-la, filho. Ontem eu estava desolada pensando que a Deusa não havia escolhido uma companheira para você. Agora veja - você tem a marca! Ela é sua verdadeira companheira, e nada pode quebrar esse vínculo."
Toquei a marca do lobo branco no meu peito, sentindo-a pulsar levemente. "Você consegue sentir ela através do vínculo?" Minha mãe perguntou esperançosa.
"Não," admiti, a preocupação corroendo meu estômago. "Eu deveria conseguir, não deveria? Mas não há nada - apenas... vazio."
"Isso não é normal," meu pai franziu a testa. "A menos que... magia negra possa suprimir um vínculo de companheiro."
Um rosnado saiu da minha garganta com a sugestão. Se alguém estava usando magia contra minha companheira...
"Aqui!" Um guarda entrou correndo, carregando um grosso livro de registros. "Os registros de convites, Rei Alpha."
Minha mãe agarrou o livro, folheando as páginas rapidamente. "Elara... Elara... Aqui! Enviamos convites para sete Elaras."
"Me mostre," exigi, olhando por cima do ombro dela enquanto ela lia:
"Elara Williams do Pacote Blue Creek..."
"Elara Martinez do Vale do Rio..."
"Elara Bennett do nosso próprio Pacote Lua de Prata..."
"Elara Thompson de..."
"Espere," interrompi. "É ela - Elara Bennett. Do Lua de Prata."
"Você tem certeza?" Meu pai perguntou. "Como você sabe?"
Puxei a gola da minha camisa, mostrando a eles como a marca do lobo branco parecia brilhar mais forte. "Porque quando você disse o nome dela, isso reagiu. Ela é a única."
"Elara Bennett..." O rosto de minha mãe se contorceu em concentração. "Não me lembro de uma família Bennett em nosso pacote."
"Pesquise nos registros," ordenei ao guarda. "Descubra tudo sobre os Bennetts e onde eles vivem. Agora!"
Enquanto o guarda se apressava, olhei pela janela para nosso território. Em algum lugar lá fora, minha companheira estava esperando. Alguém a levou de mim, tentou esconder nosso vínculo.
Eles se arrependerão dessa decisão.
Nós vamos encontrá-la, meu lobo prometeu sombriamente. E quem quer que a tenha levado pagará com sangue.
