5 - Um plano para conhecê-la

Xavier se afastou rapidamente de Maria, seu toque parecia queimá-lo. Ele observou com temor enquanto sua companheira corria, querendo ir atrás dela.

Mas ele não podia.

Se o fizesse, só causaria mais problemas para ela. Ele precisava lidar com o problema primeiro. Desviando os olhos da figura dela desaparecendo, Xavier lançou um olhar furioso para Maria.

"Eu pensei que tinha te dito para não me tocar!" Xavier rosnou. "Você ainda está viva agora porque sei o quanto sua morte machucaria seu pai. Não me provoque mais."

Maria franziu a testa e olhou para seus dois capangas, que rapidamente entenderam a dica e se afastaram. Quando eles se foram, Maria virou-se para Xavier, cruzando os braços sobre o peito.

"Vamos mesmo fazer isso de novo?" Maria perguntou. "Nós dois sabemos que eu sou a melhor opção para ser sua Luna. Então, pare de agir como se sua companheira ainda estivesse por aí. Você tem vinte e três anos. Duvido que a encontre."

Xavier cerrou os punhos, tentando se conter para não dizer a Maria que ele de fato havia encontrado sua companheira. Ninguém poderia saber até que ele a marcasse e completassem o ritual de acasalamento.

Só então seria seguro o suficiente para Xavier apresentá-la como sua companheira.

Por enquanto, ele precisava acabar com as ilusões de Maria. Ele não tinha certeza do que a fazia persegui-lo tanto, mas sabia que, se não colocasse um fim nisso, as coisas só piorariam.

Não que qualquer uma de suas rejeições parecesse funcionar...

"Eu ainda tenho dois anos antes de desistir." Xavier murmurou. "E pare de se iludir pensando que será minha Luna. Porque mesmo que eu não encontre minha companheira, nunca considerarei ficar com você."

Maria rosnou para ele. "Veremos sobre isso."

Ela se virou e foi embora, deixando Xavier sozinho no pátio. Passando a mão pela cabeça, Xavier suspirou frustrado, tentando descobrir como faria sua companheira aceitá-lo.

Ela não parecia gostar dele pela maneira como o olhava com desdém. Ou talvez fosse porque Maria tinha se agarrado a ele. Ele sabia que, se alguém fizesse isso com ela, ele perderia a cabeça.

Seduzir sua companheira não seria uma tarefa fácil.

Mas primeiro ele precisava de mais informações sobre ela. Xavier nem sabia o nome dela e, no entanto, aqui estava ele tentando encontrar uma maneira de seduzi-la.

Indo para o prédio da faculdade, Xavier rapidamente percorreu os corredores familiares até chegar a uma porta de madeira com as palavras "Professor Wilder" nela.

Quando ele bateu na porta, uma voz feminina gritou: "Entre!"

Ele entrou e encontrou uma lobisomem sentada atrás de uma mesa corrigindo papéis. Ela olhou para cima quando ele fechou a porta atrás dele e suspirou.

"O que você quer saber?" A mulher murmurou enquanto voltava ao trabalho.

"Eu preciso de um favor." Xavier disse, sentando-se.

Ela levantou os olhos novamente e o encarou com seus olhos dourados. "Isso vai te custar."

Xavier suspirou e tirou um par de chaves de carro do bolso, colocando-as na mesa. Ela olhou para elas em choque.

"O que diabos você fez?!" exclamou Rose. "Eu juro, Xavier, se você fez algo ilegal-"

"Calma, Rose... Eu só preciso de algumas informações. Juro que não é nada ilegal." Xavier suspirou para sua irmã.

"Que tipo de informações?" Rose perguntou, estreitando os olhos.

"Apenas algumas informações sobre a nova aluna."

"Para quê? Além disso, não posso te dar isso. Informações de alunos são confidenciais. Vou perder meu emprego se descobrirem que estou divulgando coisas confidenciais."

Xavier suspirou. Ele não queria colocar sua irmã em apuros, mas também precisava das informações. E não era como se ele fosse pedir o endereço dela. Ele literalmente só queria saber o nome dela.

Acho que não tinha escolha...

"Ela é minha companheira." Xavier afirmou, sabendo que sua irmã era a única pessoa em quem podia confiar com essa informação. "E eu só preciso do nome dela. Isso não vai te causar problemas, vai?"

O queixo de Rose caiu de choque. "A aluna transferida é sua companheira?! Quando isso aconteceu?"

"Lembra quando fui encontrar o Alfa do Pack Creekwood... Bem, depois de me encontrar com aquele idiota, fui a um bar local e a vi lá. Tentei alcançá-la, mas ela desapareceu." Xavier explicou.

"Bem, você é um sortudo..." Rose murmurou. "Mas espera, como você sabe que ela é sua companheira?"

"Porque eu a vi de novo e antes que você diga qualquer coisa, não tive chance de falar com ela." Xavier disse. "Ela fugiu antes que eu pudesse."

"Parece que o Lobo Mau assustou sua companheira." Rose riu às custas dele. "Não acredito que você a perdeu duas vezes!"

"É, é... é tão engraçado..." Xavier murmurou. "Então, você vai me ajudar ou não?"

"Vou." Rose assentiu, ficando séria. Ela se virou para o computador e digitou algo. "Ok... Aqui está... O nome dela é Clare Flora e ela é uma aluna bolsista matriculada nos cursos de Curandeira. Estou te dando essa informação extra porque sinto pena de você."

"Clare Flora..." Xavier murmurou, o nome soando doce aos seus ouvidos. "Obrigado, Rose."

"De nada..." Rose assentiu antes de pegar as chaves. "Ah, e vou ficar com essas."

"Tudo bem. Mas preciso de mais um favor."

"O que agora?"

"Preciso que você peça ao Professor Harris para colocá-la como minha tutora." Xavier explicou. "Quero que ela não tenha chance de fugir."

Considerando que ela era uma aluna bolsista, isso significava duas coisas. Uma, Clare era incrivelmente inteligente e duas, ela precisava de dinheiro. Não havia como ela recusar uma oferta para dar aulas particulares pagas.

Provavelmente era errado manipular a situação, mas ele não conseguia pensar em uma maneira melhor de se aproximar dela sem que ela fugisse.

Rose franziu os lábios por um momento antes de suspirar, "Você tem sorte de ele ser meu companheiro."

Xavier tomou a resposta como um sim. "Obrigado, Rose. Você é a melhor."

"Tanto faz, pirralho." Rose murmurou. "Agora saia daqui antes que eu decida não te ajudar."

Xavier rapidamente se levantou e saiu apressado da sala, animado por ter uma razão para estar perto de sua companheira e ter uma chance de conquistá-la.