Capítulo 7

O som do meu despertador quebrou o silêncio, marcando o início de mais uma semana de trabalho. Gemei, desejando ficar na cama um pouco mais, mas a responsabilidade me chamava. Levantei-me relutantemente e comecei minha rotina matinal.

Quando cheguei ao escritório, me acomodei e comecei a revisar o arquivo sobre o qual devo fazer um relatório esta semana. Estava progredindo bem quando, de repente, Mia entrou na sala, com os olhos vermelhos e o rosto visivelmente mostrando que estava de coração partido.

"Mia, o que houve?" perguntei, com a preocupação estampada no rosto.

Sem dizer uma palavra, Mia caminhou até minha mesa e jogou o arquivo na minha frente, espalhando os papéis por todo lado. "Ele não gostou?" perguntei, olhando para os papéis e depois para o rosto dela.

"Não seria melhor se fosse isso? Pelo menos ele teria dado uma olhada para decidir," disse ela, frustrada.

"Então..." Antes que eu pudesse completar meu pensamento, ela interrompeu.

"Ele nem olhou para mim ou para o arquivo. Perguntou por que eu estava fazendo isso e não você. Eu até expliquei que já estou na empresa há um tempo e, como o projeto era grande, a Celine achou melhor deixar que eu cuidasse. Mas ele não me ouviu e mandou eu sair e chamar a Celine."

"Sinto muito, Mia," disse sinceramente.

"Quem ele pensa que é? Por que está agindo todo durão se ainda vai ser meu? Estou de coração partido que a única chance que eu tinha de construir nosso relacionamento foi tirada por você," ela acusou.

"Como isso é culpa minha?" perguntei, surpresa.

"Talvez se você não tivesse mostrado sua cara feia desde o começo, ele não teria problema comigo lidando com isso. Ou você reclamou para ele?"

"Eu não fiz nada disso, Mia. Eu nem quero trabalhar com ele," disse firmemente.

"Então diga a ele que você já tem um projeto e não pode lidar com os dois," sugeriu.

"Ok. Vamos apenas esperar a Celine sair do escritório dele," afirmei.

Não tivemos que esperar muito antes que Celine saísse do escritório de Alex.

"Mia, Sophie, podem vir ao meu escritório por um momento?" ela pediu.

Mia e eu trocamos um olhar antes de segui-la. Uma vez dentro, ela começou a despejar toda a sua frustração.

"Acabei de receber a maior bronca da minha vida do Sr. Hernandez. Não sei por que é tão importante quem lida com isso, mas ele quer que a Sophie continue liderando o projeto principal e é isso que vai acontecer porque não vou me indispor com meu chefe," ela disse e continuou "Ele quer ver você imediatamente, Sophie."

Meu Deus. Por que ele não me deixa em paz? Que tipo de tormento é esse? Pensei comigo mesma, meu coração batendo acelerado de medo.

"Sophie, você entendeu o que eu acabei de dizer?" perguntou Celine, com a testa franzida de preocupação.

"Sim, entendi," respondi, minha voz mal acima de um sussurro.

Mia tentou protestar, mas Celine prometeu dar a ela o próximo grande projeto. No entanto, Mia não aceitou. Quando fomos dispensados, Mia se virou para mim, seus olhos cheios de ódio. "Lobo em pele de cordeiro," ela sussurrou antes de sair furiosa do escritório.

Soltei um suspiro pesado e recolhi os arquivos espalhados antes de ir para o escritório dele. Pausei brevemente antes de bater na porta, inspirando profundamente para acalmar meus nervos. A última coisa que eu queria neste mundo era que ele visse que tinha algum efeito sobre mim.

"Entre," ele chamou, sua voz afiada e autoritária.

Empurrei a porta e entrei, tentando projetar uma confiança que certamente não sentia. "Você queria me ver."

Seus olhos se estreitaram ao pousarem em mim. "Você acha que isso é um parquinho onde você pode escolher o que quer trabalhar?"

Pisquei, surpresa com seu comportamento frio. "Eu sinto muito," gaguejei, meu coração acelerado.

"Sabe o que eu mais odeio?" Ele perguntou, sua voz carregada de desdém.

Balancei a cabeça em silêncio, me preparando para o que estava por vir.

"Pessoas como você que fazem as coisas sem pensar e acreditam que um simples 'desculpa' pode mudar tudo." Ele se inclinou para frente, me prendendo com um olhar gelado. "O mundo não gira ao seu redor, então é melhor começar a agir como tal."

"Alex," chamei, a tristeza evidente em meus olhos.

"É Sr. Hernandez para você. Não somos tão próximos," ele corrigiu, seu tom firme e distante.

Engoli em seco, me sentindo como uma criança repreendida. "Desculpe, Sr. Hernandez."

Ele se recostou na cadeira, sua expressão ainda rígida. "Bom. Agora vamos ao que interessa."

"Estou com o arquivo anterior, aquele que fiz antes de ter que fazer alterações, então é diferente do que você rejeitou. Posso simplesmente enviá-lo para você, se estiver tudo bem."

"Certo, envie para o meu e-mail," ele disse.

Assenti e me virei para sair, mas, quando estava prestes a alcançar a maçaneta, sua voz me parou.

"Sophie," olhei para trás, meu coração batendo forte. "Não há espaço para falhas ou desculpas neste projeto. Este é um momento decisivo para você. Não decepcione a empresa. Eu teria dito 'a mim', mas mesmo que você tente, não pode deixar de decepcionar. Então seja patriota o suficiente e pense na empresa que te paga."

A maneira como ele disse meu nome e as palavras que usou foram tão frias e distantes que me deram um calafrio na espinha. "Não vou decepcionar, Sr. Hernandez," eu lhe assegurei.

"Veja que não." Ele acenou com a mão, dispensando-me. "Agora você pode sair."

Quando estava prestes a girar a maçaneta, sua voz me parou mais uma vez. "E Sophie?" Olhei para trás, minha expressão cautelosa. "Não cometa o erro de pensar que somos amigos ou que podemos ser amigos. Você está aqui para fazer um trabalho. Nada mais."

Senti um nó se formar na garganta. "Entendido, Sr. Hernandez," consegui dizer antes de sair rapidamente do seu escritório, minha mente girando.

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