Capítulo Sete
Gen entrou correndo no quarto do hotel onde as madrinhas estavam ocupadas se arrumando. Com o vestido dobrado sobre o braço e os saltos na mão livre, ela se dirigiu à sua irmã. Gen sorriu para Jada, cujo vestido de princesa de conto de fadas parecia exatamente como ela sempre descreveu. Ao ver seu reflexo no espelho, Jada girou.
"Genevieve! Meu Deus!" Jada gritou. Ela levantou a enorme saia e correu o melhor que pôde até sua irmã.
Jada abraçou Gen com força. "Você está linda," Gen disse com o rosto cheio de lágrimas.
"Eu? Quem se importa comigo? O que aconteceu ontem à noite?" Jada perguntou apressada enquanto suas mãos voavam sobre o corpo de Gen em busca de qualquer sinal de ferimento.
Gen riu. "Do que você está falando? Quem se importa! Você vai se casar!"
"Sim, quem se importa, todos sabemos que ela só o fez ir embora com ela. Ele provavelmente só a levou de volta ao hotel e a deixou lá," Mallory sibilou do sofá onde segurava uma garrafa inteira de champanhe.
"Então por que você não prova isso?" Gen desafiou Mallory, que estreitou os olhos.
"Me conta tudo o que aconteceu. Agora," Jada exigiu.
"Nada," Gen respondeu, tentando soar despreocupada. "Fomos para a casa dele. Passei a noite lá." Ela deu de ombros como se fosse algo semanal para ela, em vez da raridade que realmente era.
Jada bufou. A essa altura, todas as outras madrinhas haviam se reunido ao redor. Gen começou a se despir e vestir o vestido de dama de honra. "O que é isso?!" Jada gritou.
"O quê?!" Gen perguntou, olhando freneticamente ao redor. Jada se aproximou dela e cutucou seu peito. "Ai!" Gen sibilou, cobrindo o local que sua irmã acabara de cutucar. Seus olhos se arregalaram e ela correu para o espelho. Ela gemeu ao ver o grande chupão que ele havia deixado em sua pele. Então era isso que ele estava fazendo. "Filho da mãe."
Atrás dela, as garotas riram. Todas, exceto Mallory. Ela agarrou o braço de Gen com força e a girou para inspecionar a marca mais de perto. Seus olhos estavam cheios de raiva.
"Não acredito nisso," Mallory praticamente rosnou.
"Então você dormiu com ele?" Jada perguntou, nova preocupação na voz. Será que ela realmente acreditava que Gen iria voltar atrás na aposta e não iria para casa com o cara?
"Eu posso cobrir isso!" uma das madrinhas, Anna, disse, segurando uma garrafa de base para cobrir cicatrizes triunfantemente.
"Viu? Vai ficar tudo bem," Gen assegurou à sua irmã. "Ninguém vai ver e se aparecer nas fotos, eles podem retocar!"
Jada colocou as mãos na cintura inchada. "Eu não dou a mínima para as fotos. Não acredito que você foi para casa com ele."
"Qual é o problema?" Gen perguntou. Anna a empurrou para uma cadeira e começou a aplicar a base na marca dolorida. "Posso ir para casa com um cara se eu quiser. Sou adulta. Tenho cinco anos a mais que você, mocinha."
"Vadia," Mallory sibilou. Gen lançou um olhar fulminante para ela enquanto ela caminhava para pegar mais champanhe.
"Não me importo se você quer ser solta com seu corpo. Acho que todas nós aqui já tivemos uma noite de sexo casual antes. Mas Accardi não faz sexo casual. O cara é um psicopata, Gen. Eu tentei te avisar ontem à noite, mas vocês dois estavam insistindo nessa maldita aposta. Por favor, me diga que você não deu seu número para ele ou disse que mora em Boston," Jada implorou com as mãos juntas.
"Claro que não, foi só uma aventura de uma noite," Gen a tranquilizou. Ela nem se deu ao trabalho de dizer que ele havia dado o número dele. Agora era apenas lixo de rua. "Eu até dei um nome falso."
Jada soltou um grande suspiro e se afundou no sofá. "Graças a Deus."
"Além disso, você deve estar pensando no cara errado. O nome dele não é... Como você disse? Archie?"
"Accardi," várias das outras mulheres na sala repetiram.
"Sim, o nome desse cara era Matteo, não Accardi," ela disse, pronunciando o nome como se fosse uma língua estrangeira.
Mallory riu do outro lado da sala. "Ela nem sabe com quem transou!"
"Cala a boca, Mallory!" Jada gritou. Mallory lançou um olhar mortal para sua futura cunhada.
"Eu conheço ele melhor do que você jamais vai conhecer," Gen provocou com uma piscadela sugestiva.
"Accardi é um nome de família," Anna explicou. Ela soprou na base e a estudou de diferentes ângulos. Seus olhos castanhos gentis olharam para ela. "A família Accardi é uma das maiores gangues de Nova York. Eles estão no poder há gerações."
"O homem com quem você foi para casa ontem à noite é o chefe de toda a família," Jada explicou.
Gen riu. Ela se levantou da cadeira e começou a calçar os saltos. "Não seja ridícula." Ela tentou conciliar o homem que chorou em seus braços com a imagem dos típicos chefes da máfia que via nos filmes. Pegou o sanduíche de bagel que ele fez e comeu o resto com um sorriso secreto. O que Mallory faria se soubesse que sua óbvia paixão fez seu café da manhã depois de confessar algumas de suas inseguranças mais secretas?
"Não é," Jada continuou, interrompendo seus pensamentos. "Sério, ele é um homem perigoso, Gen."
"Olha," Gen disse, sua voz calma e resoluta. "Tive uma noite com um homem muito bonito. Nos divertimos muito... E só. Fim da história. Não vou vê-lo novamente."
"Ótimo," Jada disse com um suspiro de alívio.
"Vocês ouviram falar da família dele?" uma das madrinhas perguntou às outras enquanto tirava os bobs do cabelo.
"Sim," outra respondeu. "A mãe e o irmão dele morreram em um acidente estranho. Estava em todos os jornais na última semana."
"O quê?" Gen perguntou, sentindo um calafrio no estômago.
"Sim, veja," uma das garotas disse, estendendo um jornal.
Gen pegou o jornal com as duas mãos e olhou para a manchete da primeira página. O título dizia: Família Accardi Lamenta a Morte de Dois dos Seus. Dois caixões estavam sendo baixados nas sepulturas. Em frente aos túmulos estava um grupo sombrio de homens. O homem à frente, com as mãos atrás das costas e uma expressão de fúria de arrepiar, era o próprio Matteo.
Antes que pudesse ler o artigo, as unhas de Jada estavam cravando em seu braço enquanto ela a arrastava para o banheiro.
"Preciso de sua ajuda para fazer xixi," Jada resmungou.
"Eca..." Gen disse, franzindo o rosto preocupada. Uma vez no banheiro, Jada a empurrou e cruzou os braços. "Então, como fazemos isso?" Gen perguntou. "Eu seguro seu vestido e você se agacha ou..."
"Me diga a verdade. Agora," Jada exigiu.
Gen suspirou e sentou na beirada da banheira. Ela mexeu nos dedos. "Droga, acho que sou uma péssima jogadora de pôquer."
"A pior," Jada confirmou.
Gen se levantou e se aproximou de Jada caso Mallory estivesse ouvindo com um copo contra a porta. "Nada, ok? Nada aconteceu."
Jada relaxou e colocou a mão no peito como se Gen tivesse acabado de ser absolvida de acusações de assassinato. "Bom. Então ele te deixou no seu hotel. Ótimo."
"Uh, não exatamente."
"O que você quer dizer com 'não exatamente'?" ela sussurrou.
Gen deu de ombros. "Eu fui para casa com ele. Dormimos juntos."
As mãos de Jada se fecharam em punhos e ela bateu o pé. "Você acabou de dizer..."
Gen agarrou os braços da irmã e apertou. "Nós não fizemos sexo, Jada. Nós apenas..." Gen corou enquanto tentava formular o que havia acontecido. Ela soltou os braços e os cruzou ao redor de si mesma. "Nós apenas nos abraçamos."
Os olhos de Jada se estreitaram. "Se abraçaram?" Gen assentiu. Jada massageou as têmporas. "Você não vai vê-lo de novo?" Gen balançou a cabeça. "Você promete?" Gen assentiu. Jada soltou um grande suspiro. "Certo. Ok. Está resolvido então."
Jada se virou para sair.
"Ele não parecia um cara mau, Jade," Gen disse para suas costas.
As costas de Jada enrijeceram. Ela se virou e deu a Gen um olhar de compreensão piedosa. "Eles nunca parecem."















































































































































