Prólogo
"Ninguém nunca pensa nas consequências de prometer nomear seu primogênito em homenagem ao seu melhor amigo. Se seu melhor amigo é a Jen, no entanto, você deve pensar em todas as possíveis consequências que são, na maioria das vezes, criadas simplesmente pela presença dela." ~Sally
Jacque estava passando pela porta quando ouviu uma de suas melhores amigas gritar: "Puta merda!"
Ela voltou para a porta de Sally e, sem bater, girou a maçaneta e rapidamente a empurrou.
"Sally, querida, você está bem?" ela chamou, hesitante, para dentro do quarto.
"Estou aqui, Jacque, e 'bem' está de férias no momento."
Jacque seguiu o som da voz de Sally até o banheiro anexo.
Ela encontrou sua amiga de sutiã e shorts, de costas para o espelho, segurando um espelho de mão para ver seu reflexo por trás. A boca de Jacque se abriu ao ver a cena.
"Sim, essa foi minha primeira reação também." Sally assentiu para a boca aberta de Jacque. "Mas depois eu rapidamente passei para a próxima reação possível de, 'o que diabos está nas minhas costas?'"
"Suas marcas," Jacque sussurrou. "Então, ele realmente é seu companheiro."
"Isso, ou algum lobo aleatório está andando por aí com novas marcas que ele não esperava. Se você ouvir uma voz alta e profunda reagindo da mesma forma, então saberemos." A voz de Sally estava trêmula, mas ela começava a recuperar o equilíbrio.
"Peri disse que quando você completasse 18 anos os sinais do companheiro apareceriam." Jacque fez um gesto com a cabeça para as costas de Sally. "Acho que a velha Fae sabia do que estava falando. Hoje é seu aniversário."
"Não ouço nada na minha mente." Sally fechou os olhos e fez uma careta.
Jacque riu. "Você não vai precisar fazer caretas engraçadas para ouvir seu companheiro, Sal, embora provavelmente você faça até se acostumar a ouvir uma voz desencarnada na sua cabeça. Nesse caso, a Jen com certeza vai perguntar se você está constipada."
"Quem está constipada?" Elas ouviram a voz de Jen vindo do quarto de Sally. "Sabe, existem coisas para ajudar a desentupir os canos lá embaixo." Jen entrou na porta do banheiro e sorriu para suas duas melhores amigas. "Então, vocês começaram a festa sem mim, pelo que vejo. Sally já começou a se despir."
"Sim, Jen, não queríamos te convidar, então decidimos fazer a festa de aniversário da Sally no banheiro dela porque, sabe, isso é super legal," Jacque revirou os olhos para Jen.
"Santa madre de Deus," Jen murmurou ao ver as costas de Sally. "Bem-vinda à família dos acasalados, Sal. Vou te dizer agora que o sexo é fantástico. Só para o caso de você estar se perguntando."
"Caramba, Jen, isso é exatamente o que estava passando pela minha cabeça agora, enquanto percebo que minha vida acabou de mudar para, sei lá, SEMPRE!" Sally gritou.
Jen respondeu calmamente, "Agora, você já tirou o grito do sistema ou precisa colocar a cabeça para fora da janela e soltar tudo?"
Jacque observou silenciosamente os pensamentos de Sally passarem por seu rosto doce e gentil.
"Não, acho que não preciso de um momento de colocar a cabeça para fora da janela agora. No entanto, reservo o direito de ter esse momento quando for apropriado." Sally estava respirando lenta e profundamente enquanto falava. Ela tinha uma mão pressionada contra o coração, como se isso pudesse impedir que ele saísse do peito.
"Seu pedido foi devidamente anotado," Jen disse com um aceno curto.
Jen pulou no balcão do banheiro e começou a balançar as pernas. Ela sentiu um calor se espalhar por ela quando seu companheiro falou através do vínculo deles.
"Como ela está?" A voz de Decebel era profunda, mas muito gentil.
"Na verdade, não está indo tão mal. Ela não teve um colapso e, curiosamente, não estava interessada em ouvir sobre a vida sexual de casados com um lobisomem."
"Imagine isso, querida, alguém não obcecado com o relacionamento físico entre companheiros. Alguém que não sente a necessidade de discutir isso com os outros e que, mais provavelmente, ouviria seu companheiro quando ele pede para ela calar a boca."
Jen soltou um rosnado baixo. "Você está ficando confortável demais com o conceito de sarcasmo, meu querido companheiro."
"Posso evitar se tive o melhor professor conhecido pelo homem?" A voz de Decebel estava tingida de humor e Jen jurou que podia sentir ele dar um tapa em seu traseiro.
"Já chega, B. Tenho uma festa para preparar."
"Você entende que esse apelido não se aplica mais? Sou um Alfa, não um Beta."
Jen riu alto. "Oh, meu doce peludo, eu não estava usando a letra 'B' para me referir ao seu antigo status de Beta. Não mesmo." Ela sorriu para si mesma. "O 'B' agora tem um significado totalmente diferente. Você é esperto; vai descobrir."
Ela enviou a ele uma imagem dela piscando e mandando um beijo. "Até mais, jacaré."
"Comporte-se." A voz de Decebel assumiu um tom profundo. "E, Jennifer, você vai manter suas roupas nesta festa."
"Por que, meu querido maridinho, o que você quer dizer? Uma garota bem-educada do sul como eu nunca participaria de tais espetáculos públicos." Jen colocou um forte sotaque sulista em seus pensamentos enquanto o provocava.
"Não diga que eu não avisei."
"Sinto a necessidade de informar que Decebel me disse que devo manter minhas roupas hoje à noite na festa," Jen disse às amigas enquanto examinava as unhas, parecendo que não tinha planos de obedecê-lo.
A cabeça de Sally virou rapidamente para olhar Jen. "Na verdade, isso não é uma má ideia."
A mandíbula de Jen caiu. "Você quer que eu me dispa na sua festa de dezoito anos? Você sabe que um stripper é normalmente usado em uma despedida de solteira, não em uma festa de aniversário? Se um stripper é usado em uma festa de aniversário, é realmente apropriado apenas para os vinte e um. E mesmo assim, tem que ser no início da festa porque logo depois que começa, todo mundo está bêbado o suficiente para pensar que tem o corpo para ser stripper também. É quando as coisas ficam feias – literalmente."
Sally e Jacque olharam boquiabertas para Jen. Antes que pudessem falar, ela rapidamente acrescentou: "Ah, e caso você não tenha notado, eu sou muito feminina. Eu pensaria que se você deve ter um stripper na sua festa, então certamente você gostaria de alguém, ah, não sei, que talvez não tenha seios. A menos, é claro, que você goste de peitos de homem. Mas acho que você acharia difícil encontrar um stripper masculino que tenha esses peitos. Especialmente se você quisesse alguém com meu -"
Sally interrompeu o comentário de Jen com um grito alto. "CALA A BOCA, JENNIFER!"
A boca de Jen se fechou enquanto seus olhos se arregalavam, olhando para Sally surpresa. "Uau, a gatinha cresceu algumas garras," ela murmurou.
"O ponto não é eu aproveitar o show, Jen," Sally retrucou. "O ponto é, se você se despir, você manteria a atenção longe de mim."
"É sua festa, sua boba. A atenção deve estar em você."
Jacque soltou uma risada. "Você acabou de chamá-la de -"
Jen interrompeu sua amiga ruiva. "Sim, uma boba. É completamente justificado neste ponto da conversa. Além disso, não acho que vocês duas entendam a ira que eu enfrentaria do Alfa da matilha sérvia por sequer tirar meus sapatos e balançar meus dedinhos fofos para todo mundo."
Desta vez, Sally e Jacque riram juntas.
"Caramba, isso seria totalmente um momento MasterCard – impagável."
"Quem disse que seus dedos são fofos?" Sally acrescentou.
"Não seja atrevida, Sally." Jen revirou os olhos. "Você acabou de me pedir, eu, de todas as pessoas, para tirar minhas roupas na frente de pelo menos 50 pessoas, talvez mais."
"Jen, você jogou strip poker com o inimigo. Você mostrou seu quase-companheiro na frente dos outros machos da nossa matilha, você -"
Jen estalou os dedos na frente da boca de Sally com um, "Shh!"
"Essa era a velha Jen. Esta é a Jen recém-melhorada, acasalada," ela disse, o olhar em seu rosto desafiando-as a contradizê-la – e, claro, elas o fizeram.
"Você realmente quer que eu fale sobre o fato de que te vi correndo para o seu quarto no meio da noite há apenas alguns dias... de calcinha?"
Jen bateu palmas, rindo. "Ah, cara, vocês deveriam ter visto a cara dele. Achei que ele ia me matar."
Desta vez, Sally e Jacque cruzaram os braços sobre o peito, devolvendo seus próprios sorrisos.
"Ok, ok. Então talvez eu ainda tenha a tendência de correr por aí com menos do que uma roupa aceitável. Ainda assim, isso é um pedido sério, você me deve muito, tipo, nomear seu primeiro filho em minha homenagem."
"Está bem," Sally disse entusiasmada. "As chances de eu engravidar são mínimas, então posso concordar com isso. E claro, se for um menino, não terei que nomeá-lo em sua homenagem."
Jen estalou a língua para Sally. "Oh, sua ingênua, doce criatura. Você acha que uma coisinha como o sexo do seu filho vai te livrar de nomeá-lo em minha homenagem se eu fizer isso por você?" Ela balançou a cabeça enquanto dava passos lentos em direção à curandeira de olhos castanhos. "Oh, não, mulher cigana. Você vai nomeá-lo em minha homenagem. Não me importa se for JenBo, JenBob, ou JenJakifer. Não me importa se for tão óbvio quanto SimEuSouUmMeninoChamadoJennifer. Mas saiba disso: eu assinarei minha liberdade apenas sugerindo que vou me despir. Terei que assistir meu companheiro super possessivo me fuzilar com os olhos enquanto danço em uma mesa. Então terei que enfiar meu rabinho peludo entre as pernas e correr pela minha vida desse companheiro possessivo. Por tudo isso, você me deve."
Jacque soltou um assobio baixo. "Cara, Decebel deve estar amarrando ela sempre que ela sai da linha. Ela geralmente pula na oportunidade de fazer algo louco em uma multidão – quanto maior, melhor."
Sally olhou para Jen com a boca aberta, mas assentiu, reconhecendo as palavras de Jacque.
Jen deu um passo para trás e bateu palmas com um sorriso. "Então, agora que isso está resolvido, quando essa festa começa?"




















