Sua vinda
AVISO DE GATILHO
ESTA HISTÓRIA CONTÉM CONTEÚDO EXPLÍCITO R18+, INCLUINDO CENAS SEXUAIS DETALHADAS, BULLYING, ABUSO EMOCIONAL E TOQUES DE ABUSO FÍSICO, VIOLÊNCIA, COERÇÃO E UM INTERESSE AMOROSO POSSESSIVO E DEVOTADO. LEITORES SENSÍVEIS A TEMAS PESADOS, RELACIONAMENTOS TÓXICOS OU DOMINAÇÃO EXCESSIVA DEVEM PROSSEGUIR COM CAUTELA. ESTE É UM ROMANCE SOMBRIO DESTINADO APENAS AO PÚBLICO ADULTO.
POV de Eloise
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Damian LaCroix.
Ouvi esse nome mais vezes do que o meu próprio nos últimos dois meses desde que fui casada com essa família mafiosa dos LaCroix.
Esse nome me assombra, sussurrado como uma lenda, uma ameaça, uma promessa de algo que não consigo compreender.
Você pensaria que ele é meu marido, que murmurei seu nome no silêncio da noite, ansiando por sua presença. Mas não.
Meu marido é Shallow LaCroix—um homem trinta e um anos mais velho que eu, um psicopata sádico e perverso que vive de controle.
Um homem que minha família—
Não, as pessoas que deveriam ter me protegido—me venderam. Como gado.
Eu deveria parar de chamá-los de minha família. Deveria queimar suas memórias da minha mente como eles queimaram minha liberdade, meus sonhos. Mas o sangue é um vínculo cruel, e a traição é mais dolorosa quando vem de quem deveria te amar.
Hoje, Damian LaCroix está voltando.
E eu não sei por quê, mas Shallow quer que eu esteja perfeita para ele.
Esta manhã, a casa se transformou em um maldito salão de beleza, com esteticistas, pedicures, estilistas, cabeleireiros e maquiadores me cercando como abutres preparando um cadáver para exibição. Estou sendo embalada, embrulhada como um presente para algo ou alguém.
E eu não quero saber por quê.
Meu estômago se revira enquanto eles escovam meu cabelo, pintam meus lábios, me vestem com seda e diamantes como se eu fosse uma boneca frágil e cara.
Shallow não me disse o que está por vir. E isso é o que mais me assusta.
Ele está brincando com a minha vida.
E tenho a sensação de que, até o fim do dia, tudo vai mudar.
Para melhor ou para pior.
A noite se aproximava e, finalmente, eu estava pronta.
O espartilho estava apertado demais, o vestido de seda era delicado demais, como embrulhar veneno em uma garrafa bonita. Meu cabelo estava perfeito, meus lábios pintados de vermelho, minha pele lisa de horas de esfregar e polir. Eu parecia outra pessoa. Alguém caro.
Então a porta se abriu com um estrondo.
Shallow não bateu. Ele nunca batia.
Os artistas, os estilistas e todos que estavam trabalhando em mim se dispersaram como ratos assustados, deixando suas ferramentas para trás, como se a presença dele fosse uma praga.
Engoli em seco, mas não me mexi. Sabia que era melhor não me mexer.
Ele pairou sobre mim, largo e inchado, o cheiro de suor e charutos velhos grudado nele como uma segunda pele. Sua camisa esticava sobre o estômago, úmida em alguns lugares pelo calor do próprio corpo. Ele era repulsivo.
“Você está linda,” ele murmurou.
Seus dedos grossos pousaram na minha coxa, afundando com força, possessivamente. Eu me enrijeci.
“Eu sei que você vai se comportar bem esta noite.” Aperto. Minha carne latejava sob seu aperto, mas eu não me retraí. “Você vai se comportar. Vai me deixar orgulhoso.” Aperto. Minha respiração falhou.
“E talvez,” sua voz ficou mais baixa, doente com a promessa de algo que eu temia, “eu finalmente vá te foder.”
Um arrepio percorreu meu corpo.
Eu não estava ansiosa por isso. Queria vomitar só de pensar no corpo dele perto do meu.
Mas eu não podia dizer isso. Ele me mataria.
Então eu sorri. Perfeito. Ensaiado. Falso.
"Sim, Papi," sussurrei, porque ele gostava quando eu o chamava assim.
Seu sorriso feio se alargou, dentes amarelados à mostra. Suado, gorduroso, repugnante. O tipo de homem que colecionava prostitutas e filhos como outros colecionavam arte, espalhando-os pela casa, suas risadas e sujeira poluindo todos os cantos.
Sua mão traçou padrões lentos e deliberados sobre minha coxa antes de finalmente, finalmente, ele se levantar.
"Mal posso esperar para sentir você toda mais tarde," ele disse, como se fosse um presente.
Prendi a respiração.
Então ele saiu.
E eu exalei como se estivesse me afogando.
Eu odiava minha vida.
E não havia como sair.
Annie entrou sem bater.
Eu não estava surpresa. Privacidade não existia aqui.
Ela usava um robe de seda, presente de Shallow para as mulheres que mantinha por perto, e eu sabia, sem perguntar, que ela tinha estado em uma das camas deles. Talvez de um dos filhos de Shallow. Talvez do próprio Shallow. Provavelmente ambos.
"Me siga," ela disse, com um tom seco. "Ele está aqui."
Damien LaCroix.
O nome me causou um arrepio estranho, mas eu não tinha tempo para pensar nisso. Levantei-me, fazendo uma careta quando o aperto dos saltos agudos subiu pelas minhas pernas. Apertados demais. Altos demais. Dolorosos demais. Mas eu não tinha o luxo do conforto.
Caminhamos pelos corredores, Annie com pressa, seu passo impaciente. A cada poucos passos, ela lançava um olhar irritado por cima do ombro, como se minha lentidão a ofendesse. Uau.
"Você pode ir na frente. Eu vou sair," eu disse a ela.
Ela bufou. "Você acha que eu sou estúpida?"
Não, pensei. Eu acho que você está apavorada. Assim como todos aqui.
Ninguém desafiava Shallow. Ele não era apenas o chefe desta casa; ele era o Don de toda a organização.
Finalmente, chegamos ao grande saguão.
Uma longa fila de corpos estava em posição de sentido; toda a família LaCroix reunida por um homem.
Damien LaCroix.
Eu mal tive tempo de pensar antes que a voz grossa e oleosa de Shallow cortasse meus pensamentos.
"Venha aqui, Eloise, querida. Fique ao meu lado."
Forcei meus pés para frente, engolindo a dor. Os sapatos não eram do meu tamanho. Nada nunca era. Shallow escolhia o que lhe agradava, sem se importar como ficava ou se sentia em mim.
Oh mon Dieu, estou exausta.
Seu braço gordo envolveu minha cintura, puxando-me para perto, sua mão úmida pressionando meu quadril. Prendi a respiração.
Esperamos.
Então, os faróis iluminaram a entrada.
Um SUV preto e elegante parou. As portas se destravaram.
Vamos ver quem é Damien LaCroix.
E então ele saiu.
Damien LaCroix.
Alto. Ombros largos. Queixo afiado. O tipo de homem que só existia em livros, criado com perfeição impossível. Ele se movia como se possuísse o ar ao seu redor, poderosamente e calmamente.
Um terno preto sob medida abraçava seu corpo, caro e implacável, insinuando a força bruta por baixo. Seu cabelo escuro estava cuidadosamente estilizado, mas despretensiosamente desalinhado, e quando ele se virou—
Oh mon Dieu.
Seus olhos.
Um cinza frio e tempestuoso. Penetrantes. Intensos. Implacáveis.
Eu senti. Um puxão. Uma conexão. Algo sobrenatural.
O que diabos estava acontecendo?
