Capítulo Três

Quando o Príncipe Diego e seu amigo Nathan saem do restaurante, nossos caminhos se cruzam inesperadamente.

Nathan olha para mim, depois para o Príncipe Rex, antes de focar em mim. "O que te traz aqui?"

O Príncipe Rex, confuso, procura a fonte da atenção de Nathan. Eu rio e me viro para o Príncipe Rex. "Nate está falando comigo."

O Príncipe Rex pergunta, gesticulando para Nathan, "Como você o conhece? E desde quando as pessoas te chamam de Nate?"

"Curioso, o que te traz aqui?" Nate pergunta, franzindo a testa e me levando para o lado.

"Eu estava ajudando o príncipe," respondo. "E você?"

Nate suspira, sua expressão suavizando. "Diego é meu amigo."

"Eu nunca imaginei que você tivesse amigos," brinco com um sorriso.

"Surpresa," Nate revira os olhos. "Ninguém sabe sobre minha amizade com o príncipe. Você pode manter isso em segredo?"

"Não até você prometer o mesmo sobre mim e o Rex-"

Ele me interrompe. "Prometo que não vou contar sobre você estar com o Rex."

"Perfeito," aceno, estendendo a mão para um aperto. "Combinado?"

"Combinado," ele aperta minha mão antes de voltar para a dupla perplexa. "Desculpe pela interrupção."

O Príncipe Rex olha entre Nate e eu, perguntando, "Como vocês dois se conhecem?"

"Nate é o melhor amigo do meu irmão," respondo, direcionando meu olhar para Nate. "E coincidentemente, ele também é o irmão mais velho do meu namorado."

"Como o mundo é pequeno," o Príncipe Diego ri, observando a dinâmica entre Nate e eu.

Uma súbita realização amplia meus olhos enquanto aponto para Nate. "Espera, o Ethan também está na cidade?"

"Não," Nate balança a cabeça. "Ele optou por ficar, alegando uma carga de estudos esmagadora."

Minhas sobrancelhas se erguem surpresas com as escolhas de palavras de Nate. "Desde quando você usa uma linguagem tão elaborada?"

Nate me silencia com um gesto, colocando um dedo nos lábios. "Desculpe, mas minha predileção por um vocabulário expansivo pode explicar meu sucesso acadêmico consistente com notas máximas."

Suprimindo o riso, percebo que Nate está escondendo a verdade. Ethan é um verdadeiro aluno de notas máximas; Nate, por outro lado, tende mais para notas mínimas.

A presença de Nate era tão constante que fiquei surpresa quando descobri que Ethan era seu irmão durante o ensino médio. Nate frequentemente mencionava seus irmãos, mas eu só conhecia Ethan pelo nome. Quando finalmente nos conhecemos, suas personalidades distintas tornaram difícil acreditar que eram parentes.

Não que irmãos sempre compartilhem traços semelhantes – veja Grace e eu, por exemplo. Ethan, criado com educação e respeito, contrasta fortemente com Nate, que teve mais dificuldade em ser amigável.

No ensino médio, Nate tinha a reputação de ser um valentão, então, é compreensível que o Príncipe Rex expressasse sua antipatia por ele.

O Príncipe Rex parecia surpreso que eu conhecia Nate, mas eu entendo – talvez eu não tivesse uma boa relação com Nate se ele não fosse o melhor amigo do meu irmão, Ben. Apesar de Nate me considerar a coisa mais próxima de uma irmã, é um pouco estranho, dado meu relacionamento com Ethan.

"É bastante desconcertante," murmura o Príncipe Rex, sua expressão caindo. Apesar de sua tentativa de esconder seus sentimentos, me vejo surpreendentemente hábil em decifrar suas emoções.

A expressão em seu rosto parece uma mistura de confusão e tristeza. Agora, uma curiosidade surge dentro de mim, me compelindo a descobrir a causa desses sentimentos, enquanto secretamente espero que meus instintos estejam errados.

Meu telefone toca, e o nome de Ben aparece na tela. Eu o cumprimento com um simples alô.

"O que está acontecendo?" ele responde. "Onde você está?"

Eu rio, olhando para Nate, que me observa ansiosamente, esperando que eu revele seu segredo.

"Adivinha com quem eu esbarrei?" eu provoco.

"Com quem?" Ben pergunta.

"Nate," eu revelo.

Há um breve silêncio. "O que ele está fazendo no centro?" Ben questiona.

"Ele está com o Oliver," minto, e noto Nate exalar de alívio. Intriga-me por que ele reluta em revelar sua amizade com o Príncipe Diego.

Meu segredo vem do desejo de compartilhar pessoalmente a notícia com Grace. Quero ver sua reação quando souber que não só encontrei o príncipe que ela admira, mas também passei um tempo na biblioteca e em um passeio de carro com o Príncipe Rex.

Ben insiste, "Lembre-o de ser pontual para me buscar; ele deve chegar até meio-dia."

Enquanto Ben e Nate gostam de frequentar clubes, expressar meu desejo de me juntar a eles leva a discussões acaloradas. Ben diria, "Eu vou lá para socializar e dançar com garotas; não consigo imaginar garotos fazendo o mesmo com você."

Ben precisa considerar a perspectiva e usar um pouco de bom senso. Porque, como eu, essas garotas provavelmente também têm irmãos.

"Eu garanto," aceno, instigando-o a encerrar a ligação, ciente dos olhares ao redor.

"Precisa de uma carona do centro?" ele oferece.

Eu balanço a cabeça virtualmente. "Não, obrigada. Vou pegar um táxi."

"Certo," ele diz, finalmente se despedindo.

"Nate, Ben enfatizou não se atrasar ao meio-dia," transmito antes de me concentrar novamente no Príncipe Rex.

"Foi um prazer conhecê-lo," sorrio. "Agora posso riscar um objetivo que venho tentando alcançar há 8.202 dias."

"Estou encantado," o Príncipe Rex acena, piscando para mim de forma brincalhona. "Mas por que não fica e se junta a nós?"

"Peço desculpas, mas tenho que ir," digo, virando-me para Nate. "A propósito, Ben enfatizou não se atrasar para buscá-lo."

Ben me empurra de lado para uma conversa privada, deixando-me curiosa sobre suas ações.

"Quase esqueci disso," Nate bagunça meu cabelo. "Para evitar a ira de Ben, por que não fica conosco? Eu te deixo em casa quando for buscar Ben mais tarde."

"Você vai buscá-lo ao meio-dia," digo, afastando sua mão da minha cabeça.

"Vee, você tem vinte e dois anos," Nate me lembra. "Você pode se atrasar um pouco e se divertir."

"Minha ideia de diversão começa ao meio-dia – na cama," brinco, mostrando a língua.

Os olhos de Nate se arregalam. "Espera, meu irmão está na Califórnia. Com quem você está se divertindo?"

Eu suspiro, batendo em seu braço de brincadeira. "Não, seu idiota! Quero dizer dormir ao meio-dia."

Seu rosto cai em uma decepção fingida. "Vamos! Junte-se a nós agora, e você fará parte da festa quando sairmos com Ben."

Ignorando-o, volto para os homens perplexos. "Vou pegar um táxi agora. Foi ótimo ver vocês."

O Príncipe Diego acena, um pequeno sorriso brincando em seus lábios. "Sempre um prazer conversar com uma mulher bonita como você."

O Príncipe Rex cutuca Diego e lança um olhar rápido para ele, depois foca em mim com um sorriso encantador que momentaneamente apaga meu nome da minha mente. Sacudindo os pensamentos, lembro-me do meu namorado na Califórnia.

"Não se preocupe com um táxi," Nate intervém, puxando meu braço. "Eu arranjei um Uber para você."

"Demoram muito," protesto, lembrando de uma experiência passada em que um Uber demorou mais que um táxi devido ao motorista estar ocupado com outro cliente.

O anúncio de Nate ecoa, "O motorista está aqui," e enquanto ele abre a porta traseira do elegante BMW preto, ele me entrega uma mensagem para Ben – uma ameaça sobre pontualidade que me recuso a entregar.

Revirando os olhos, acomodo-me no banco traseiro, apenas para ser interrompida pelo Príncipe Rex, que me redireciona para o outro lado. A confusão nublando meus pensamentos enquanto ele se junta a mim no banco de trás, deixando Nate com uma expressão perplexa.

"O que você está fazendo?" pergunto, confusa.

"Indo com você," o Príncipe Rex responde, um sorriso dançando em seus lábios.

"Estou voltando para casa," afirmo, mas o Príncipe Rex balança a cabeça com um sorriso confiante, "Não, não estamos."

E com isso, o capítulo inesperado se desenrolou, tomando um rumo imprevisto para uma noite que prometia mais do que solidão no caminho de volta para casa.

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