Capítulo 3

Eu fico perto de Carlo enquanto ele nos guia pela cidade. Não me lembrava muito bem do caminho até a casa dele; tinha estado lá uma vez, mas por pouco tempo.

Estou incrivelmente nervosa, minhas mãos suando profusamente. Tudo em que consigo pensar é em como sou desajeitada. Para outras pessoas, isso pode não parecer grande coisa, mas para mim, é um passo enorme. Sempre fui um pouco socialmente desajeitada. Embora tenha melhorado nos últimos um ou dois anos, ainda solto coisas bobas de vez em quando.

"É ali," Carlo aponta para uma casa branca na esquina e diz, "É essa." Como a maioria das casas de estudantes, é dividida em três apartamentos menores. Eu achava que Carlo morava na suíte do porão.

"Eu tinha esquecido da parte do porão," murmuro, e ele ri.

"É espaçoso, com tetos altos e tudo mais," ele me tranquiliza, e eu o sigo até a entrada lateral.

Ao entrar, olho ao redor, piscando surpreso. Ele estava certo; para um porão, os tetos eram bem altos. A sala de estar estava bem ao meu lado, com um grande sofá de couro e uma TV de tela plana. À esquerda, havia uma meia parede com sapatos, e do outro lado, avistei o armário da frente e uma mesa de jantar. Além da área de jantar estava a cozinha, e à frente, um corredor com portas.

"E aí? Nada mal, né?" ele pergunta, e eu aceno com a cabeça, dando de ombros de forma indiferente. O piso e as paredes poderiam usar uma limpeza, mas isso não me incomodava muito.

"É ótimo," sorrio enquanto dou de ombros.

"Eu preciso usar o banheiro. Fique aqui; vou te mostrar o resto em um minuto," ele insiste, levantando as mãos. Eu aceno com a cabeça e o observo seguir pelo corredor.

Eu olho um pouco ao redor, mas não saio do lugar. Eu observo toda a bagunça espalhada—cones de trânsito no canto e caixas de cerveja contra as paredes. É uma típica casa de estudantes, e é isso que os estudantes universitários fazem. Como seria dividir um lugar com rapazes? Eu não tinha certeza, mas lá em casa, minha família e eu compartilhávamos um banheiro, e eu sabia como limpar depois de mim mesma. Talvez não fosse tão ruim.

"Ei," um cara surge de um quarto nos fundos e entra na cozinha. "Eu te conheço?" ele pergunta, e eu inspiro tensa porque não me lembrava de quem ele era.

"Hum, não tenho certeza, mas é possível que já tenhamos nos encontrado," dou de ombros. Ele tem cabelo loiro e olhos azuis, parecendo qualquer outro cara que eu já encontrei. "Sou Julianna."

"Certo! Eu me lembro de você, Julianna," ele sorri, mexendo nos armários enquanto estala os dedos. "Todos nós jogamos cartas no lounge do dormitório na primeira vez que nos conhecemos."

"Ah, tá." Eu me lembro disso agora. Eu tinha esquecido as pessoas com quem jogamos, mas está começando a voltar à memória.

"Você está diferente; é meio difícil te reconhecer," ele observa, e eu faço uma cara brincalhona.

"Diferente de um jeito bom ou ruim?" pergunto, e ele ri, pegando uma caixa de Sucrilhos da bancada.

"Bom," ele me assegura enquanto rasga a caixa, pegando um punhado e mastigando. "Eu sou o Kyle."

"Certo," suspiro, lembrando mais agora. "Desculpe, isso foi há cerca de dois anos e meio."

"Sem problemas," ele dá de ombros, colocando mais cereal na boca. "Então, você ainda é amigo do Carlo?" ele pergunta entre mastigadas, e eu dou risada.

"Não temos mantido tanto contato," admito.

"O que traz vocês aqui hoje?" ele pergunta, engolindo a comida.

"Bem, meio que," dou de ombros. "Na verdade, estou aqui para ver o quarto disponível." Preocupo-me um pouco com sua reação.

"Sério?" ele exclama, entusiasmado. Eu aceno. "Isso é ótimo! Estamos procurando um novo colega de quarto há semanas!"

"Carlo mencionou isso, e eu estou ansiosa para sair da casa dos meus pais!" compartilho, e ele sorri, colocando a caixa de cereal de volta.

"Ei, Mark!" Kyle chama da cozinha, e Mark sai pela porta do lado direito do corredor. Mark era bonito, assim como Kyle. Era evidente que esses eram amigos do Carlo, e todos eram bastante atraentes. Será que eu atendia aos padrões deles para ser uma potencial colega de quarto?

"Ei, Kyle," Mark o cumprimenta, então olha para mim e volta a olhar para Kyle. "Quem é essa?"

"Julianna, você já conheceu a Julianna antes, cara," Kyle insiste, enquanto Mark levanta uma sobrancelha. "Ela era amiga do Carlo, e jogou cartas com a gente aquela vez."

"Ah, certo," Mark recorda, parecendo mais receptivo agora. Mark era provavelmente cerca de cinco a oito centímetros mais baixo que Kyle, mas seu cabelo ruivo lhe caía bem, e as sardas na ponte do nariz acrescentavam ao seu charme. "Carlo está aqui para te ver?"

"Não, bobão, ela está aqui para ver o apartamento!" Kyle responde, continuando a encher a boca de cereal.

"Ah, você é a pessoa sobre quem Carlo nos mandou mensagem."

"Sim, estar mais perto do campus seria bom," concordo, e ele acena.

"Bem, provavelmente não devemos tomar nenhuma decisão importante até Kent voltar!" Mark sugere com um dar de ombros, e eu aceno em concordância. "Você já conheceu o Kent?"

"Não," confesso. Eu estava mais ansiosa por isso, mas pelo menos conhecia os outros caras.

"Ele é um bom cara; você vai gostar dele," Mark me assegura. "Quer ver o resto da casa?"

"Claro," respondo com um dar de ombros, e ele sorri, me levando pelo corredor. Kyle segue atrás, segurando uma caixa de cereal.

Há sete portas no corredor.

"Eu fico no quarto à direita," Mark menciona enquanto me mostra rapidamente seu quarto um tanto bagunçado. "O do Kyle é o do outro lado do corredor," ele acrescenta, e Kyle abre a porta para revelar um quarto mais arrumado. "Este é o banheiro principal," ele continua, entrando pela porta à direita. É bastante espaçoso, com um vaso sanitário, uma pia com bastante espaço na bancada e um chuveiro. "E ali é nossa lavanderia e um lavabo," ele aponta, embora esteja fechado, então Carlo provavelmente está lá dentro.

"Dois vasos!" repito, e ambos acenam em concordância.

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