Capítulo 8

Casey riu alto, a diversão animando suas feições quando Reyes parou em frente ao clube. Ela esperou que ele desse a volta no carro e abrisse a porta para ela. Ela ergueu uma sobrancelha pálida para ele enquanto ele segurava seu braço. "Por que você está me trazendo aqui de novo?" ela perguntou com outra risada. "Você não se cansou desse lugar brega da última vez que viemos aqui?"

"Eu queria ter você aqui de novo, só você e eu. Agora podemos conversar como deveríamos ter feito na primeira vez que nos conhecemos. Você vai dar um toque de classe ao lugar, nena."

O riso baixo dele enviou um arrepio pelo corpo dela e ela se virou para ele, atraída irresistivelmente pelo seu poder. Ela era um pouco mais alta que ele com seus saltos de quatro polegadas da Luis Vuitton. Embora ele não fosse um homem enorme em comparação com seu guarda-costas, ele exalava uma masculinidade latina crua, do tipo que Ignacio sempre tentou expressar, mas falhou em todos os níveis. Ela suspeitava, pelo flexionar magro de suas mãos e garganta, que uma musculatura forte envolvia seu corpo sob o terno caro e de bom gosto que lhe caía perfeitamente. Embora suas roupas e postura falassem de dinheiro, ele não ostentava de maneira espalhafatosa como seu marido fazia. Suas roupas, carro e joias eram todos de bom gosto. Ele usava apenas um anel no dedo médio da mão direita. Uma grossa faixa de ouro com um brasão.

"Não estou vestida para o clube," Casey disse, sentindo-se constrangida.

Ele a olhou de cima a baixo, observando suas leggings pretas macias, saltos pretos e a blusa de seda rosa sem mangas e decotada que ela usava com um casaco velho e confortável. "Você está linda," ele disse, segurando seu braço com delicadeza e virando-a em direção ao clube.

Ele entregou as chaves e uma gorjeta generosa ao manobrista, pegou o ticket e a conduziu para dentro, ignorando completamente Alonzo que os seguia a alguns passos de distância. Ela não viu os homens de Reyes, mas suspeitava que estivessem por perto. Pesos pesados como ele não andavam por uma cidade desconhecida como Miami sem proteção, embora ela tivesse certeza de que ele poderia cuidar de si mesmo. A aura de violência ao seu redor era real. Não estudada ou fingida. Ela sabia que esse homem era capaz de cumprir a ameaça que seu corpo traía a cada movimento de seus músculos ágeis.

Com uma mão em suas costas, ele a conduziu para dentro do clube. Casey se forçou a levantar o queixo e encarar o olhar conhecedor do segurança enquanto ele deslizava os olhos sobre seu corpo com familiaridade. Ela encontrou seu olhar com desprezo gelado e avançou ao seu aceno, mas tropeçou quando Reyes segurou seu braço e a puxou de volta contra seu peito. Ela ofegou e balançou nos saltos, alcançando a mesa do segurança. O calor atravessava a camisa dele, aquecendo-a por trás. Ele deslizou uma mão ao redor de sua cintura e a ancorou no encaixe de seus quadris. A parte de trás de seu ombro roçou o dele.

"Por que você está olhando para ela assim?" ele perguntou ao segurança, sua voz baixa uma exigência gelada.

Sua boca se abriu e ela virou a cabeça para o lado para olhar seu rosto enquanto ele falava. O olhar que ele lançava ao homem gigante bloqueando a porta era suficiente para convencê-la de que estava nas mãos de um homem muito perigoso. Seus olhos escuros estavam frios e impiedosos, prometendo uma dor além de qualquer coisa que o homem que a insultara com um único olhar já conhecera. E embora Casey conhecesse bem aquele olhar mortal, tendo visto nos olhos dos homens que habitavam seu mundo, vê-lo no rosto de Reyes era diferente de tudo que ela já tinha visto antes. O fato de que era por ela, que era sobre ela, fazia com que ela quisesse tanto fugir o mais rápido possível... quanto se enroscar como um gato e se aquecer no brilho protetor dele.

O segurança se mexeu desconfortavelmente em seus pés enormes e desviou o olhar do casal. Casey sentiu pena dele. Ela virou a cabeça mais um pouco até que seus lábios estivessem a poucos centímetros do rosto de Reyes. Seu hálito roçou a pele dele enquanto ela falava. "Ignacio é dono deste clube, Reyes. Esse homem... ele me reconhece, só isso."

Reyes ficou tenso contra ela, seu ombro batendo no dela e seus dedos se flexionando em seu quadril, apertando a carne sobre as leggings finas. Ela tremeu em seu aperto e mal conseguiu manter o olhar firme enquanto ele desviava os olhos do segurança para ela, varrendo seu rosto com um olhar ardente. A posse selvagem naquele único olhar foi suficiente para incendiar seu corpo adormecido de uma maneira que ela nunca havia sentido antes, mas sempre se perguntara. Tirou-lhe o fôlego. Assustou-a em um nível instintivo.

"Você não precisa falar agora, nena," ele disse antes de voltar sua atenção para o homem na porta. "Agora você, amigo, vai manter seus olhos e pensamentos longe desta mulher. Não me importa a quem ela pertence. Se eu ouvir que você a desrespeitou de novo, vou desmontá-lo pedaço por pedaço e mandar os pedaços ensanguentados para sua mãe. Entendeu?"

O segurança acenou com a cabeça rapidamente e saiu do caminho deles. A dor atravessou Casey enquanto Reyes a conduzia para o interior escuro do clube com Alonzo atrás deles. Ela odiava a maneira como Reyes falava com ela, com um chauvinismo tão descuidado. No entanto, ela entendia. Ela fazia parte da máfia há tanto tempo que entendia o desrespeito que as mulheres suportavam. Ou pelo menos suspeitava que não estava sozinha. Não era como se ela saísse o suficiente para conhecer muitas esposas da máfia.

Casey desprezava que Reyes a tratasse da mesma maneira que seu marido faria. Adoecia-a que ele pudesse despertar algo dentro dela, fazê-la responder a ele, e depois tratá-la como se sua opinião não importasse. Ela parou de andar, fincando os saltos no chão e se virou no lugar. Ela levantou a mão para pressionar contra o peito dele para não colidir com ele. O calor incrível do corpo dele penetrou através do tecido fino da camisa e aqueceu sua palma.

"Mudei de ideia," ela murmurou, olhando para as pessoas se movendo ao redor deles, dançando, comendo e bebendo. Se divertindo em um dos pontos mais badalados de Miami. "Por favor, só me leve para casa."

Ele pegou sua mão e a afastou de seu peito, puxando-a mais perto de seu corpo. Ela amaldiçoou silenciosamente seus saltos enquanto mais uma vez tropeçava contra ele, suas pernas cedendo contra o puxão de seu aperto inquebrável. O ar saiu de seus pulmões e ela manteve o rosto rigidamente afastado do dele para não acidentalmente roçar seus lábios contra ele. Ele a olhou com uma mistura de olhos mortos e triunfo. Isso a fez tremer em seus braços.

Ela podia sentir Alonzo às suas costas, fervendo de raiva, relutante em intervir e desobedecer a ordem mais recente de Ignacio, mas também tendo um grande problema com a ordem de longa data de que nenhum homem deveria tocar Casey Hernandez. Casey sentiu um pouco de pena do homem. Ela estava inundada com todos os tipos de emoções. Seu corpo parecia estar ganhando vida após uma década de sono. As mãos duras que a seguravam estavam acendendo uma espécie de fogo delicioso dentro dela. No entanto, ela estava horrorizada que um homem como ele pudesse fazer isso com ela. Um homem de um mundo que ela desprezava com cada fibra congelada de seu ser.

"Não estou pronto para deixar você ir," ele disse, sua voz um rosnado suavemente acentuado. Ele virou a cabeça, deliberadamente roçando os lábios contra sua bochecha antes de envolver um braço ao redor de sua cintura, segurando-a firme contra seu lado e conduzindo-a a uma cabine.

Casey balançou a cabeça e resistiu à vontade de revirar os olhos. Era a mesma cabine em que se sentaram na primeira vez que se conheceram. Claramente, ele tinha senso de humor. Um senso de humor doentio e sombrio. Ela suspirou e deslizou para dentro da cabine, resignada à ideia de que não sairia até que ele estivesse pronto para deixá-la ir. Ele imediatamente chamou a atenção de um garçom e pediu bebidas para eles. Casey nem se deu ao trabalho de protestar. Qual era o ponto?

"Por que estou aqui?" ela perguntou, virando-se para ele enquanto ele se aproximava dela. "Você está tentando irritar meu marido?"