Capítulo 4

Os sentinelas da Cidade Capital de Precipício chegaram à casa de Markus, com rostos sombrios e sérios. Eles explicaram que ele deveria ser levado diante do governador, para responder por suas ações.

"O que eu fiz?" perguntou Markus, seu coração afundando. "Eu só fiz o que achei certo."

"As pessoas estão em perigo por sua causa," disse o sentinela líder. "E o governador exige uma explicação."

Os olhos de Celeste brilharam de raiva. "Ele é o deus da guerra!" ela exclamou. "Você viu o dragão! Certamente isso deve significar algo!"

O governador acenou com a mão, desdenhoso. "Qualquer um pode domar um dragão, se souber os encantamentos certos," ele disse. "Isso não é prova de divindade."

"Mas ele me salvou!" gritou Celeste, sua voz falhando. "Ele não é quem nos colocou em perigo. São os matadores de deuses que nos ameaçam a todos!"

"Basta!" rugiu o presidente, batendo o punho na mesa. "Você não falará fora de hora, garota! E quanto a você, rapaz," ele disse, virando-se para Markus.

"Você colocou nosso povo em perigo," disse o presidente, sua voz baixa e ameaçadora. "Você atraiu os matadores de deuses para nossa porta, e eles nos destruirão a todos se não agirmos. Suas ações fizeram de você uma ameaça ao reino, e eu devo fazer o necessário para proteger o povo."

"O que você vai fazer?" perguntou Markus, seu coração batendo forte no peito.

"Não tenho escolha," disse o presidente, seu rosto duro como pedra.

"Isso é ridículo!" exclamou Celeste, sua voz subindo de raiva. "Você mandaria um homem sem treinamento lutar contra um demônio? Eles são as criaturas mais perigosas da terra!"

"É a única maneira," disse o governador, indiferente aos protestos dela. "Só então saberemos se ele é realmente o deus da guerra."

Celeste se virou para Markus, seus olhos suplicantes. "Você não pode fazer isso," ela disse, sua voz falhando.

Quando Markus entrou na arena, a multidão silenciou. Eles podiam ouvir a fera se aproximando, seu rugido ficando mais alto a cada segundo. Celeste prendeu a respiração, incapaz de desviar os olhos da cena diante dela. Ela podia ver o medo nos olhos de Markus, mas também a determinação. Ele estava preparado para enfrentar seu destino, não importava qual fosse.

"Que comece a batalha!" bradou a voz do locutor, e a multidão explodiu em aplausos. Os portões da arena se abriram, e a fera emergiu.

Era enorme, seu corpo coberto de uma espessa pelagem negra.

Na arena, a tensão era palpável. A multidão assistia em antecipação nervosa enquanto os portões se abriam lentamente. Eles podiam ouvir os passos pesados da fera enquanto ela se movia em direção ao centro da arena. Era uma criatura massiva e temível, sua pelagem tão negra quanto a noite. Celeste assistia, incapaz de desviar os olhos, seu coração batendo forte no peito.

Markus estava na extremidade oposta da arena, sua espada desembainhada e pronta. Ele parecia calmo, mas ela podia ver o medo em seus olhos. A fera soltou um rugido que sacudiu o chão sob eles, e então avançou.

Enquanto a fera avançava em sua direção, Markus sentiu uma onda de adrenalina. Ele havia treinado para esse momento, mas nada poderia tê-lo preparado para o terror que sentiu naquele instante. Sua espada parecia pesada em sua mão, e suas pernas tremiam sob ele. Mas ele se forçou a manter-se firme, cerrando os dentes enquanto a fera se aproximava.

Então, no último momento, algo inesperado aconteceu. A fera parou, suas enormes patas cravando-se no chão, e soltou um rosnado baixo. Ela estava olhando para Markus, seus olhos fixos, como se o estivesse avaliando.

O pensamento cruzou a mente de Markus que era estranho para um deus da guerra sentir medo. Mas naquele momento, ele não era um deus. Ele era um jovem, enfrentando uma fera que poderia despedaçá-lo em um instante. Ele não tinha vergonha de seu medo, apenas o enfrentava com toda a coragem que conseguia reunir. Estava determinado a provar que era digno do título de deus da guerra, não importava o que fosse necessário.

Enquanto a fera continuava a estudá-lo, o sistema exibiu as estatísticas diante dos olhos de Markus.

FORÇA: 55/100

RESISTÊNCIA: 60/100

VELOCIDADE: 70/100

AGILIDADE: 80/100

FORÇA DE VONTADE: 85/100

A fera continuou a encará-lo, e então abaixou a cabeça, como em uma reverência. A multidão ofegou em descrença. Foi um momento sem precedentes, um sinal de respeito de uma fera para um humano.

Um silêncio caiu sobre a multidão, e então uma única voz quebrou o silêncio. Era Celeste, sua voz forte e clara. "Você consegue!" ela gritou. "Você é o deus da guerra!"

As palavras dela ecoaram na mente de Markus, e algo dentro dele se encaixou. Ele se endireitou, seus ombros retos e seus olhos ardendo de determinação. Ele sabia o que tinha que fazer.

Num piscar de olhos, ele entrou em ação. Sua espada cortou o ar, e ele se movia ao redor da fera como um raio. A multidão ofegou e aplaudiu enquanto ele desviava dos golpes da fera, sua espada se movendo tão rápido que era um borrão. O sistema exibiu novas estatísticas diante de seus olhos.

ESTATÍSTICAS DE MARKUS:

FORÇA: 65/100

RESISTÊNCIA: 55/100

VELOCIDADE: 50/100

AGILIDADE: 60/100

FORÇA DE VONTADE: 75/100

INTELIGÊNCIA: 75/100

Markus sentia sua confiança crescer a cada momento.

A fera soltou um rugido de fúria e avançou contra Markus, suas garras estendidas. Mas ele estava pronto. Ele rolou sob o corpo massivo da fera, e quando se levantou do outro lado, balançou sua espada em um arco largo. A lâmina cortou a pele da fera, e ela rugiu de dor. A multidão enlouqueceu, seus aplausos ensurdecedores.

A fera girou, sangue pingando de seu ferimento. Ela olhou para Markus, seus olhos ardendo de ódio. Mas ele manteve sua posição, sua espada pronta.

A fera avançou novamente, e desta vez, Markus não desviou. Ele a enfrentou de frente, sua espada erguida. A lâmina cortou o ar, e então houve um som nauseante quando ela se conectou com o crânio da fera. A multidão prendeu a respiração, e então, com um gemido, a fera caiu no chão. Morta.

+10 pontos

ESTATÍSTICAS DE MARKUS:

FORÇA: 75/100

RESISTÊNCIA: 65/100

VELOCIDADE: 60/100

AGILIDADE: 70/100

FORÇA DE VONTADE: 85/100

INTELIGÊNCIA: 85/100

NÍVEL: 1

Houve um momento de silêncio, e então a multidão explodiu em aplausos. Markus ficou de pé, ofegante, sua espada ainda erguida. Ele tinha conseguido. Ele era o deus da guerra.

Celeste correu em sua direção, seu rosto iluminado de alegria e orgulho. Ela jogou os braços ao redor dele, e ele a segurou perto. Naquele momento, ele se sentiu invencível. Ele havia conquistado seus medos e provado ser digno de seu título. Ele era o deus da guerra, e protegeria seu povo com tudo o que tinha.

A multidão começou a cantar seu nome, e ele sabia que aquilo era apenas o começo. Havia muitas batalhas pela frente, e ele as enfrentaria todas com coragem e força. Ele estava pronto para o que o mundo lhe reservasse.

Lorde e Lady Blackwood se levantaram, suas expressões cuidadosamente neutras. Eles aplaudiram lenta e deliberadamente, como se quisessem mostrar seu desprezo pelo que acabaram de testemunhar. Mas enquanto aplaudiam, suas mentes estavam a mil. Eles sabiam que não podiam permitir que esse casamento continuasse. Sua filha era preciosa demais para ser desperdiçada com um deus insignificante como Markus. Eles teriam que encontrar uma maneira de destruir o casamento, de separá-los para sempre. Mas como?

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