Capítulo 5: Camaradas cômicos

"Oh meu Deus! Isso é impagável!" Harry gritou. Chris cobriu a mão com a palma, tentando discretamente esconder sua diversão.

George lançou-lhe um olhar exasperado, arrependendo-se de ter contado sua desventura aos amigos em primeiro lugar. O olhar foi a gota d'água para Harry, que finalmente explodiu em risadas, batendo os pés e socando a mesa ao mesmo tempo.

George beliscou a ponte do nariz, grato por ter tido o bom senso de reservar uma seção VIP privada no bar, caso contrário, as pessoas estariam lançando olhares curiosos em sua direção. Era um espaço fechado, com almofadas de couro muito macias e um mini bar cheio de bebidas exóticas. Os clientes podiam se servir, ou você podia pedir para uma garçonete bem atraente fazer isso por você. As luzes eram um pouco fracas, tornando-o um favorito para transações suspeitas e até um rapidinha com sua namorada. Havia um poste brilhante no centro, onde uma stripper seminu poderia dançar para você, se desejasse. Era caro, mas nada que ele não pudesse pagar.

Um riso abafado ao seu lado o tirou de seus devaneios. Ele se virou para fuzilar Chris com o olhar, desafiando-o silenciosamente a continuar.

Foi parcialmente culpa de Chris que a parede desabou. Ele tinha feito uma visita casual que, como de costume, terminou com Chris tentando levar uma das camisas de George para casa. George tinha se imposto dessa vez, e eles acabaram em uma briga brincalhona. Uma briga brincalhona entre dois adultos pesados resultou na queda da parede que separava seu quarto do de Isla.

Chris engoliu em seco sob o calor daquele olhar; Harry podia rir. Ele não. Ponto feito.

"Ok. Ok. Calma, Harry. Você consegue." Harry respirou fundo, exalou, riu um pouco da expressão que seus companheiros faziam, e finalmente recuperou a compostura. "Você já consertou a parede, certo?"

George assentiu, dando uma longa tragada no cigarro. Era um hábito que ele ainda tentava vencer desde sua última missão secreta. "O cara veio hoje de manhã."

"Por que você não lembrou ela do encontro que prometeu como recompensa?"

Havia uma provocação ali. Em qualquer outro momento, George teria revidado na mesma moeda, mas não agora. Ele estava mentalmente exausto. Ele lançou um olhar fulminante para Harry por isso, não perdendo o sorriso divertido em seus lábios e a tosse repentina de Chris. Ele respondeu seriamente, no entanto. Essa era a situação com Isla que o reduziu a isso. Pedir conselhos de relacionamento para seus dois amigos idiotas. Como se eles soubessem mais. Ele esperava que talvez apenas falar sobre isso pudesse lhe dar uma visão sobre o caminho a seguir.

"Eu não sei. Nunca conheci uma mulher tão intimidadora ou misteriosa. Pesquisem Isla Jackson no Google, pessoal. Ela é uma escritora super famosa. Ela obviamente está bem de vida, não entendo por que mora naquele prédio caindo aos pedaços com a gente. Você precisa vê-la, Harry. Ela é tão linda. Olhos azul-escuros, rosto oval liso, o nariz é tão reto e estreito, os lábios cheios e de um vermelho claro. Ela quase não usa maquiagem. Nunca a vi com roupas reveladoras para saber sua verdadeira figura, mas tenho certeza de que ela é gostosa."

Ele respirou fundo para se acalmar; pensamentos sobre Isla eram suficientes para deixá-lo todo perturbado. Seus amigos o olhavam com olhos arregalados e bocas abertas. Ele desejou que uma mosca pudesse mergulhar nelas. Discretamente, ajustou as calças - que de repente pareciam apertadas - com a mão que não segurava o cigarro e continuou. "Naquela noite, quando entrei e a vi perto do buraco, fiquei impressionado com o quão linda ela era. Como uma mulher tão bonita poderia não estar comprometida? E, pessoal, ela não parece estar realmente interessada em mim, talvez minha cabeça careca--" Chris se virou, incapaz de esconder a risada dessa vez. "--a desanime," George terminou com um suspiro. Harry ainda o olhava, de olhos arregalados.

Consciente de si mesmo e percebendo que talvez tivesse falado demais, George cuspiu, "O quê?"

"Cara..." Harry começou, aparentemente sem palavras. Ele pegou seu copo da mesa e o encheu com sua bebida preferida, tomando um grande gole.

Chris colocou uma mão pesada nos ombros de George. "Nosso amigo aqui está oficialmente apaixonado," disse animadamente.

George empurrou o braço incômodo.

"Ele está certo, sabe. Você está apaixonado." Harry reafirmou. "Talvez ela seja a mulher pela qual você finalmente vai se ajoelhar. O playboy George finalmente encontra uma mulher que o mantém preso."

Era a vez de George rir, a imagem mental de Isla como uma esposa submissa era simplesmente engraçada demais. Ela parecia ser do tipo feminista, não que ele se importasse. Se ao menos ele pudesse derreter a parede invisível que ela parecia ter colocado desde aquela noite em que ele fez um pequeno striptease para ela.

"Qual é o conselho de vocês, pessoal?" Ele jogou a bituca de cigarro no cinzeiro e pegou o copo que havia enchido com licor cremoso, engolindo a deliciosa cremosidade.

"Cara, você é o rei do romance. Qual de nós está qualificado para te dar conselhos de relacionamento? Você consegue, cara, tome a iniciativa. Comece do zero, conquiste-a. Quanto ao motivo de ela estar morando lá, ela pode estar se escondendo. Assim como você... como todos nós. Você só precisa se aproximar o suficiente dela para saber mais."

George assentiu em concordância com o discurso motivacional de Harry. É por isso que ele adorava o cara. Ele sabia quando as coisas eram sérias e se adaptava rapidamente. Chris, é claro, não deixaria Harry levar a glória de dar conselhos ao amigo sozinho. "Talvez você possa cozinhar uma daquelas sopas que você faz tão bem. Convide-a e deixe-a provar, ouvi dizer que as mulheres adoram homens que sabem cozinhar. O caminho mais rápido para o coração de uma mulher é através do seu... deixa pra lá."

George e Harry se dissolveram em risadas com o deslize. Chris estava visivelmente envergonhado e os olhou com raiva. Como se ele fosse dar conselhos a George de novo. Se ele podia rir de um conselho, ele podia se virar sozinho. Filho da mãe.

"Você acha que ela odiou o striptease que fiz para ela naquela noite? Percebi que meus pelos das axilas estavam um pouco crescidos quando tomei banho esta manhã." George disse entre risos. Desta vez, Chris também se juntou às risadas.


Uma hora depois, George estava de volta em casa e parado diante da porta de Isla. Ele se sentia surpreendentemente... nervoso. George não conseguia se lembrar da última vez que se sentiu assim por qualquer mulher -- Isla tinha que ser especial. Ele decidiu enfrentar a situação de frente e tentar se reconciliar com ela. Havia apenas duas possibilidades; ou ela aceitava ou rejeitava sua oferta de paz. A última ia doer. Com um aceno de cabeça, ele afastou o pensamento desmoralizante e se concentrou na tarefa em mãos.

Soltando o ar que nem sabia que estava segurando, ele levantou a mão e bateu na porta, esperando contra todas as esperanças que Isla lhe desse outra chance. Será que ela daria?

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