Capítulo 2 002

Capítulo 02.

—Você nunca me amou. Assine os malditos documentos —disse ele, seu olhar gélido como lâminas afiadas, atravessando sua alma.

Nesse momento, Abril se aproximou deles, com um sorriso sarcástico.

—Assine logo, vadia! Que seja rápido! —exigiu Abril Sinclar, prima paterna de Emily—. Você acabou de me agredir com um vaso! Quer que meu pai saiba disso? Lembre-se de que o tio Alphonse está atolado em dívidas por causa do hotel, e se não fosse pelos empréstimos da minha família, a sua estaria morando na rua.

Rapidamente, entre raiva, decepção e dor... Emily assinou, sem sequer ler os documentos, sentindo que sua vida desmoronava em um instante.

……….

⁠✧⁠✧⁠✧ 15 dias depois. ⁠✧⁠✧⁠✧

O caminhão de mudança parou, e os homens começaram a descarregar os pertences de Emily, que havia sido expulsa da mansão do CEO Gerald Phillips.

Assim que ela entrou, sua mãe, dona Ava Sinclair, estava esperando junto ao advogado da família, com uma expressão de desespero.

—Como é possível que você não tenha lido os documentos do divórcio, Emily?! —gritou, andando de um lado para o outro na luxuosa sala.

—Não há nada que possamos fazer? —perguntou Emily, sua voz tremendo enquanto olhava para o advogado, que revisava os papéis com muita frieza.

—Não. Você assinou, senhorita Sinclair. Assinou em todos os termos —respondeu o advogado, seus olhos fixos em Emily—, e o juiz já aprovou o processo de divórcio. Está em andamento e não há mais nada que se possa fazer.

—O juiz aprovou?! Deve ser um corrupto, comprado por aquele maldito do Gerald Phillips! —dona Ava franziu o cenho, sua voz carregada de indignação.

—Mesmo que tenha sido assim, lamento muito, senhora Sinclair. Está feito —disse o advogado, levantando-se e saindo, deixando um ar de fatídica resignação.

Uma vez que a porta do salão se fechou, a tensão era palpável no ar.

—E agora, o que faremos? Por sua culpa, aquele dinheiro do seu divórcio NÃO vai chegar! —a voz de dona Ava se elevou em um grito furioso—. Com a situação do seu pai miserável, que teve que ir com seu tio pedir outro empréstimo... Vamos acabar na rua!

—Mãe, fiz o melhor que pude no meu casamento, amo o Gerald, inclusive... estou grávida... —confessou Emily, seus olhos cheios de lágrimas.

A expressão de dona Ava mudou, uma fúria imediata iluminou seu rosto enquanto se aproximava rapidamente da filha.

—GRÁVIDA?! Você perdeu a cabeça?! NÃO VAI TER ESSE BEBÊ! Você tem que se livrar dessa coisa!

—Vou ter, mãe! Mesmo que me custe, não posso tirar a vida do meu bebê! —exclamou Emily entre lágrimas, mas com uma expressão firme que desafiava sua mãe.

—VOCÊ É UMA IDIOTA! Me diga, que homem rico vai querer uma mulher grávida de outro?! Você tem que se casar de novo com alguém que nos ajude a sair dessa crise! —gritava dona Ava, sentindo que o estresse a consumia.

Nesse momento, o mordomo bateu na porta, interrompendo a tempestade que se desenrolava entre mãe e filha. Dona Ava permitiu sua entrada e o homem mais velho se aproximou com um telefone da mansão.

—Senhora Sinclair. É seu cunhado, o senhor Erik Sinclair.

—O que ele quer de mim agora? Se supõe que está em uma reunião com meu marido... —sussurrou confusa dona Ava, levando o telefone ao ouvido—. Fale, Erik. O que está acontecendo?

—Cunhada... Lamento ser eu quem te diga isso, mas... meu irmão ficou grave, você sabe que ele tem sofrido muito do coração ultimamente. Levamos ele ao hospital... Ele... Acabou de falecer... —disse Erik Sinclair do outro lado da linha telefônica.

Em questão de segundos, a vista de dona Ava se nublou, e ela desmaiou, sendo atendida imediatamente pelo mordomo.

—MAMÃE!!! OH MAMÃE!, O QUE ACONTECEU?! —gritou Emily, preocupada, correndo em direção à sua mãe, sentindo que o mundo desmoronava ao seu redor.

………..

✧✧✧ 2 dias depois. ✧✧✧

O vento frio balançava lentamente os fios do cabelo ruivo de Emily, seus olhos azuis perdidos na paisagem do jardim naquela tarde cinzenta.

Vestida totalmente em tons de preto, suas mãos apertavam a grade da varanda, um suspiro carregado de dor, o nó na garganta, o cansaço no corpo e seus olhos avermelhados de tanto chorar.

Em poucos dias sua vida havia desmoronado.

Após ser abandonada pelo marido, perdeu também o homem que mais amava no mundo, seu pai.

O som de alguns saltos foi ouvido atrás dela. Quando Emily se virou, viu sua prima Abril, que também estava vestida de luto.

—OLHE PRA VOCÊ HAHA~ tão miserável~ —zombou cruelmente Abril de Emily—. Pensava em te dar essa notícia depois, mas para alegrar seu dia miserável, é melhor compartilhar agora~ —nesse instante, Abril mostrou a folha de um teste de gravidez positivo— GERALD E EU VAMOS SER PAIS!

Emily empalideceu naquele instante!, os cantos de seus belos olhos azuis se enchendo de lágrimas.

—Quando foi que você se tornou tão má, Abril...? —perguntou com voz trêmula—, até pouco tempo... Você foi minha melhor amiga... Como pôde se envolver com meu marido?! Você sabe que eu amo Gerald!!! Você me traiu! —gritou Emily, limpando desajeitadamente suas lágrimas com as mãos.

—Amiga? Ah, que nojo! Não estou interessada em brincar de ser sua amiga!, além disso, Gerald me ama, ele NUNCA te amou, e vamos nos casar assim que sair o divórcio —exclamou zombeteira, Abril, olhando para Emily como se fosse uma miserável mendiga.

—Por que você faz isso comigo?, vá embora por favor... Quero ficar sozinha, caso não tenha notado. Estou DE LUTO —exigiu Emily, entristecida.

—É verdade... Um luto... —sussurrou com malícia Abril Sinclair— Você ainda está mantendo esse feto indesejado no seu ventre?

………

Nesse momento. No escritório que pertenceu a Alphonse Sinclair, pai de Emily.

—O que você está dizendo, cunhado? —perguntou dona Ava a Erik, sua voz trêmula, a senhora vestida de luto, sentada em um sofá do escritório.

—Meu irmão me deixou como garantia, não só seu hotel "Golden Paradise", mas também suas propriedades. Todas elas ficaram em meu nome —ele lançou os documentos que provavam isso, no colo de dona Ava—. Esta mansão também me pertence a partir de hoje, Ava.

—Não! O que faremos Emily e eu?! Você não pode nos mandar para a rua, cunhado! —gritou suplicante, dona Ava.

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