Capítulo 2

Victoria não fazia ideia de que estava sendo observada. Ela correu para o heliponto privado, rapidamente cuidou dos seus ferimentos no helicóptero e pousou perto de uma pequena colina próxima à sua casa. Em seguida, trocou para um carro elétrico e foi para casa às pressas.

Felizmente, essa missão foi perto da fronteira; caso contrário, ela não teria chegado a tempo.

O carro elétrico parou em frente a uma casa pequena. Diferente do usual, um Bentley estava estacionado do lado de fora hoje.

Victoria entrou, apenas para ser bloqueada por dois homens na porta. Embora usassem óculos escuros, ela podia sentir seus olhares examinadores.

"Victoria, eu sabia que era você pelo som do carro lá fora," chamou um homem idoso com cabelos brancos e rosto gentil, a última parte da frase dirigida à mulher ao seu lado.

A mulher parecia ter menos de trinta anos, vestindo um vestido branco na altura do joelho que acentuava sua cintura fina e pernas longas. Seu rosto era impressionantemente bonito.

Ao ver Victoria entrar, a mulher deu um sorriso falso e a cumprimentou, "Victoria, por que você está tão atrasada? Combinamos de te buscar às nove. Sou sua madrasta. Se você não quiser me chamar de mãe, pode me chamar de Sra. Gonzalez."

Victoria a ignorou, pegou a mão de Gemma Wilson e mostrou um pouco de dependência infantil, meio reclamando, "Eu não te disse para descansar mais? E não deixar pessoas aleatórias entrarem. Elas podem esperar lá fora."

O rosto de Ava Davis escureceu.

Gemma deu um tapinha na mão de Victoria e disse, "Menina boba, o que você está dizendo? Eles estão aqui para te levar de volta para a família Gonzalez para uma vida melhor. Espero que você volte para me visitar com frequência."

Os olhos de Gemma mostravam uma profunda relutância em se separar.

Victoria franziu a testa com as palavras dela e se virou para perguntar a Ava, "A vovó não pode ir comigo?"

"Não, ela não pode. Afinal, ela não faz parte da família Gonzalez." A fachada educada de Ava estava começando a rachar. Essa Victoria não tinha respeito pelos mais velhos!

"Se ela não pode ir, então eu também não vou," Victoria imediatamente retrucou.

A família Gonzalez havia prometido que ela poderia impor qualquer condição, e agora estavam quebrando a palavra?

A paciência de Ava se esgotou, seu tom ficou afiado, "Victoria, sua mãe está morta há anos. Meu marido é gentil o suficiente para te levar de volta. Não dificulte as coisas para todos."

Mencionar sua mãe, Cleo Gonzalez, era o ponto fraco de Victoria.

Ela cerrou os dentes, seus olhos de repente afiados, encarando Ava, "Peça desculpas."

Ava recuou surpresa, mas não respondeu por orgulho.

"Peça desculpas," Victoria repetiu, articulando cada palavra.

Os seguranças se viraram para observar, prontos para qualquer movimento inesperado.

Gemma rapidamente se colocou entre Victoria e Ava, aconselhando Victoria com sinceridade, "Victoria, você esqueceu o que prometeu à vovó?"

Victoria pressionou os lábios, sem falar.

"Boa menina, você não tem seus próprios objetivos para perseguir?" Gemma a persuadiu carinhosamente.

Depois de meio minuto, Victoria fechou os olhos e relutantemente assentiu, "Eu entendo."

Ela se virou para Ava e disse, "Vamos."

Aliviada, Ava não pôde deixar de zombar, "Parece que nossa Victoria está chateada. Vou ter que tomar cuidado com você no futuro."

Victoria olhou para ela, um sorriso frio nos lábios, "Você deveria tomar cuidado. Afinal, eu sou a filha legítima da família Gonzalez, e você é apenas a terceira esposa que entrou através de um caso. Quem sabe se haverá mais amantes no futuro?"

O sorriso de Ava congelou.

O sarcasmo de Victoria se intensificou, "Não vamos embora, Terceira Madame?"

Os olhos de Ava se arregalaram de raiva. O quê? Terceira Madame?

Essa vadia!

Ela estava prestes a explodir quando Victoria a interrompeu, "Se você disser mais uma palavra, eu fujo agora mesmo. Vamos ver como você vai explicar isso para o seu marido."

A fúria de Ava foi apagada.

Ela rangeu os dentes e disse, "Vamos."

"Espera," Victoria chamou de volta para dentro da casa, "Angel!"

Um gato preto saiu correndo dos arbustos, pulando graciosamente nos braços de Victoria.

Victoria acariciou a pata do gato e acenou para Gemma, "Diga adeus à vovó."

Angel miou.

Ava rangeu os dentes, mas decidiu deixar pra lá.

O carro dirigiu por mais de uma hora antes de finalmente chegar à Villa Gonzalez.

Ava saiu primeiro, sinalizando discretamente para os empregados que vieram recebê-las.

Victoria a seguiu, virando-se para pegar sua bagagem do porta-malas.

O empregado foi mais rápido, trancando o porta-malas.

Victoria se virou, perguntando ao empregado, "O que você quer dizer com isso?"

Seu tom era calmo, sem qualquer raiva.

O empregado, achando que Victoria era fácil de intimidar, tornou-se arrogante, "O carro pode estar quebrado. Vou pegar sua bagagem quando consertar."

A voz de Victoria permaneceu firme, "Tire agora."

O rosto do empregado mudou ligeiramente, "Eu disse que o carro está quebrado..."

"Tire agora. Já," repetiu Victoria, seu tom ainda calmo, mas com uma ameaça subjacente.

Dado o status dela, o empregado não teve escolha a não ser abrir o porta-malas. Antes que Victoria pudesse pegar sua bagagem, o empregado a segurou, "Eu carrego para você."

Victoria se virou suavemente e disse, "Tudo bem."

O empregado revirou os olhos. Quando passaram por uma piscina, ela de repente gritou.

Victoria olhou e viu sua bagagem flutuando na água, roupas e ferramentas espalhadas.

Um pingente flutuava na superfície.

Seus olhos se estreitaram, e ela pulou na piscina.

O empregado viu apenas um borrão antes de Victoria emergir, segurando o pingente de plástico.

Victoria cuidadosamente o secou com sua camisa e solenemente o colocou ao redor do pescoço. Era a última lembrança de Cleo, algo que ela prezava e raramente usava para evitar danos.

Depois de colocá-lo, Victoria olhou friamente para o empregado, "Por que você jogou minha bagagem?"

Sua voz era como um veneno sibilante.

As costas do empregado ficaram frias, mas, encorajada pelo sinal anterior de Ava, ela gaguejou, "Senhorita Gonzalez, você entendeu errado. Eu tropecei e acidentalmente..."

Um tapa ecoou.

Victoria retirou a mão, sua voz gelada, "Pesque tudo da piscina e limpe até ficar como novo."

O rosto do empregado ardia, atordoada e sem saber o que fazer, olhando ao redor em busca de ajuda.

"Procurando alguém? A Terceira Madame?" Victoria facilmente percebeu seus pensamentos.

"Victoria, como você pode ser tão rude? Você deveria chamá-la de Sra. Gonzalez. E a Indigo serviu a família Gonzalez por décadas. Como você pode tratá-la assim? Que falta de educação!" uma voz severa repreendeu.

Hayden Gonzalez olhou furioso para Victoria, claramente descontente com seu comportamento.

Victoria levantou o olhar, olhando para ele com olhos vazios, "Tão rápido para defender uma empregada. Será que você também tem um caso com ela?"

"Você!" O rosto de Hayden ficou vermelho de raiva.

Victoria permaneceu impassível, sua voz assombrosa, "Eu não tenho um lar, então onde eu aprenderia boas maneiras? Você não deveria refletir sobre si mesmo? Quem foi que não podia esperar para me jogar fora quando eu tinha apenas um ano? Será que foi você?"

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