♥ Capítulo 6 ♥
Enzo D'Angelo.
''Fiquem à vontade, podem comer sem vergonha.'' O pai dos gêmeos diz isso, sorrindo.
Todos começam a se servir. Sinto as pessoas me olhando, e levanto o olhar, encontrando os olhos curiosos dos gêmeos.
''Tirem uma foto, dura mais.'' Digo com um tom áspero. Os gêmeos apenas alargam seus sorrisos idênticos.
''Por que tirar uma foto se é mais interessante ao vivo?'' Eles perguntam em sincronia, me deixando perplexo.
Ouço uma risada fraca de Alex ao meu lado. Em resposta, dou um leve beliscão na coxa dele, fazendo-o pular de susto.
''Meninos, não incomodem o jovem D'Angelo.'' O pai dos gêmeos diz, sorrindo, aparentemente gostando da situação.
Você está gostando, seu desgraçado!
''Certo, pai.'' Luan responde, mantendo o olhar fixo em mim, assim como seu irmão.
Solto um suspiro e começo a comer sob o olhar atento dos gêmeos. Me pergunto por que eles continuam me olhando.
''Quantos anos você tem, Enzo?'' Lucas pergunta curioso.
''Você não...'' Minha mãe me interrompe antes que eu possa responder.
''Ele tem dezessete, e fará dezoito no próximo mês.'' Ela diz, me olhando seriamente. Volto a focar no meu prato.
''Próximo mês? Hum, você ainda estará aqui. Que tal uma festa?'' Luan pergunta, sorrindo entusiasmado.
''Eu não gosto de festas.'' Respondo, tentando evitar prolongar a conversa.
''Por que não? Pode ser divertido.'' Lucas insiste, com um tom persuasivo.
''Eu realmente não gosto de festas.'' Digo, agora com um tom mais firme.
''Vamos mudar sua opinião sobre isso.'' Luan diz, rindo, com um brilho travesso nos olhos.
Aposto que isso vai ser interessante.
Depois do jantar, todos voltam para a sala, exceto eu, que decido ir em direção à piscina. Meus passos são pesados, refletindo o peso das minhas preocupações. Sento na beira da piscina e solto um suspiro profundo, tentando relaxar, mas a inquietação persiste.
Penso na minha cobra, que deixei em casa. O pensamento de ficar longe dela por tanto tempo me inquieta. Nunca passamos tanto tempo separados. A cada momento, minha mente afunda em preocupação: Como ela está? Está bem alimentada? Está saudável? A sensação de saudade é quase palpável. Eu gostaria de tê-la trazido comigo, mas as circunstâncias não permitiram. Além disso, fugir agora é impensável. Meu pai, Elijah, seria implacável se soubesse que estou causando mais preocupação à minha mãe.
''Ah, eu só quero ir para casa.'' Murmuro para mim mesmo, a frustração evidente na minha voz.
De repente, sem aviso, sinto um empurrão e caio na piscina. A água fria e inesperada me envolve, e, após um momento de desorientação, volto à superfície. A risada irônica e desdenhosa dos adolescentes na sala chega aos meus ouvidos. Olho para eles e vejo sorrisos satisfeitos em seus rostos.
''Isso é para você aprender a respeitar os gêmeos, seu merdinha.'' Diz uma jovem loira, sua expressão uma mistura de diversão e desdém.
''Isso mesmo. Da próxima vez, se você tratar os gêmeos assim, vai ser ainda pior.'' acrescenta um garoto alto, o tom ameaçador em sua voz claramente audível.
Os três se afastam, me deixando sozinho e encharcado. Meu corpo treme com o impacto do frio e da humilhação. Como esses idiotas podem agir com tanta indiferença? Eles me jogam na piscina e saem como se nada tivesse acontecido. Não posso deixar isso assim; vou me vingar.
Luto contra a água e subo pela borda da piscina, sentindo-me congelado enquanto um vento gelado atinge minha pele molhada. Além disso, abraço meu corpo na tentativa de aquecê-lo e me dirijo à mansão. Meus passos são resolutos, mas meu espírito está em frangalhos.
Chego à sala de estar, onde minha família me observa com olhares de surpresa e preocupação. A cena é um contraste marcante com o conforto da sala.
''Enzo, querido, o que aconteceu?'' Minha mãe corre em minha direção, seu rosto marcado por uma preocupação genuína.
Respiro fundo, tentando controlar a raiva e o desconforto que sinto. Não quero descontar minha frustração na minha mãe, que só está tentando cuidar de mim.
''Vou para o meu quarto, mãe.'' Digo, evitando encará-la. Passo por ela com um gesto brusco e me dirijo ao quarto dos gêmeos, o peso da situação me esmagando.
Não quero descontar minha raiva na minha mãe, que não tem culpa. Mas aqueles três... Eles vão pagar por isso.
Entro no quarto dos gêmeos e vou até o armário, onde pego um par de pijamas pretos. Vou ao banheiro e tomo um banho quente, tentando aliviar a sensação de frustração e desconforto. A água quente não só limpa o cloro e a umidade da piscina, mas também ajuda a relaxar meus músculos tensos.
Depois do banho, visto o pijama e caminho em direção à cama. Deito-me com um suspiro pesado, tentando aliviar o cansaço físico e mental. A porta se abre, e os gêmeos entram, seus rostos ainda mostrando a curiosidade do jantar.
''Enzo, o que aconteceu para você ficar tão molhado?'' Luan pergunta com uma expressão que tenta parecer preocupada, mas é difícil acreditar em sua sinceridade.
Franzo a testa, desconfiado e irritado.
''Você não precisa fingir que está preocupado comigo,'' digo friamente, minha voz carregada de desdém.
Os dois se olham, fazendo um gesto silencioso de comunicação entre eles, antes de me olharem novamente com uma mistura de curiosidade e dúvida.
''Não estamos fingindo. Estamos realmente preocupados.'' Lucas responde, e ambos se aproximam da minha cama, seus olhares fixos em mim.
''Fiquem longe! Não quero nenhum de vocês perto de mim. Agora, me deixem em paz.''
Me cubro com o lençol e viro de costas para eles. Ouço os dois suspirarem, e seus passos se afastam, marcando o fim da intrusão deles. O silêncio que se segue é um alívio temporário.
Fecho os olhos e logo adormeço, exausto por tudo o que aconteceu. O sono vem com a promessa de um breve descanso, longe das frustrações e conflitos do dia.


































































































