Capítulo 2

Knoxville, Estados Unidos.

Em uma rua cheia de várias lojas, havia um lugar que exalava um cheiro particularmente fragrante.

Era uma pequena padaria dirigida por duas mulheres.

Uma variedade de pães e doces era exibida dentro da padaria, que era um pouco antiga, mas tinha uma aparência acolhedora.

Embora não houvesse muitas variedades, espalhou-se de boca em boca que a comida era boa e que era um lugar frequentado pelos moradores locais.

Apesar de ser pequena, tinha um ambiente aconchegante.

Incluindo o terraço, havia apenas três mesas no total para os convidados se sentarem.

No entanto, isso não era um problema porque a maioria dos clientes sempre pedia comida para levar.

No espaço para fazer pão, Avery estava com um avental amarrado na cintura. Ela se aproximou do forno com luvas de silicone em ambas as mãos.

Quando abriu o forno, viu os profiteroles de cores lindas. Um cheiro doce e salgado passou pelo nariz de Avery.

Cheirava parecido com o pão que sua mãe costumava fazer quando ela era jovem.

Ela uma vez prometeu que, se algum dia tivesse um filho, faria um pão delicioso como aquele.

E esse futuro chegou antes do esperado.

—Ah, é verdade, não está na hora de buscar o James?—Avery virou a cabeça quando ouviu uma voz vindo do corredor.

Selena Green estava ali de pé, tendo terminado de limpar a mesa.

Com seus traços refrescantes e sua extraordinária amabilidade, ela era a única amiga em quem Avery confiava e em quem sempre se apoiava no mundo todo.

Avery olhou para o relógio e então respondeu.

—Já está na hora.

Antes que percebesse, era hora de buscar James na pré-escola.

James era o filho de quatro anos de Avery.

Selena disse —Já terminei, eu vou buscar o James.

—Sim, obrigada—Avery, que sorria assim, chamou sua amiga que estava prestes a sair da loja novamente.

—Selena.

Selena virou a cabeça em frente à porta.

Disse Avery, olhando para sua roupa—Então você já vai?

Só então Selena percebeu que estava usando um avental com babados.

—Nossa, que distraída eu sou—Rapidamente tirou o avental e o deixou de lado.

—A propósito, ouvi algo do James de novo. Você ainda não sabe o que ele me disse da última vez?—disse Selena.

—O que ele disse?

—A tia Selena é tão atrevida que é uma pena…

—Sério?

Selena imitou perfeitamente a voz de uma criança de quatro anos e fez Avery rir.

Avery podia imaginar que tipo de expressão James teria feito quando disse isso, e um sorriso naturalmente se espalhou por seus lábios.

—Vá com cuidado, Selena.

—Ah, está bem, mamãe—Zombou de sua amiga.

—Não me compre nada estranho no caminho de volta.

—Você não gostou do meu presente, que garota ingrata você é—ela saiu com um sorriso...

Avery parecia preocupada quando sua amiga deu uma resposta vaga e saiu da loja.

Por alguma razão, ela tinha a sensação de que hoje Selena voltaria a comprar sorvete para James.

—Eu disse a ela para não mimar tanto o James... Ela nunca escuta.

De qualquer forma, Selena era tão preciosa para ela quanto James.

Ela foi a primeira a saber que Avery estava grávida, e foi ela quem segurou sua mão mesmo quando sua família lhe deu as costas.

Sem ela, teria sido impossível começar de novo nesta terra distante e desconhecida. Sentindo-se sortuda por tê-la novamente, Avery envolveu os profiteroles em plástico. Eles precisam esfriar para colocar o recheio.

Pegou outra bandeja onde estava um bolo castella na geladeira e se dirigiu à máquina de café expresso.

Os grãos de café moídos foram aquecidos, compactados e iniciou-se a extração. O líquido do expresso foi vertido no copo com um tilintar. O forte cheiro de café encheu a padaria.

Quando sentia esse aroma, de repente lhe vinha à mente um homem.

Um homem que odiava doces e sempre bebia expresso.

Um homem que lhe dava tanta excitação quanto dor, como um café com um aroma doce e um sabor amargo.

Só de pensar nesse homem, o coração de Avery batia forte.

Quando o deixou há quatro anos, prometeu a si mesma que nunca mais pensaria nele.

Mas essa resolução se quebrou facilmente simplesmente ao fazer café.

Onde quer que estivesse e fizesse o que fizesse, ele lhe vinha à mente.

Só de olhar para um lugar semelhante ao lugar onde o conheceu pela primeira vez, comer, tomar um banho, olhar para James dormindo... Mesmo que estivesse fazendo algo que não tinha nada a ver com ele, pensava nele. Não importava o quão longe ele estivesse e mesmo que nunca a visse cara a cara, continuava a persegui-la dezenas ou centenas de vezes.

Quando isso vai melhorar?

Como diabos posso escapar dessa terrível tristeza?

—... Ah, que tola — Foi nesse momento que Avery, com expressão amarga, serviu o concentrado de expresso em um copo de água quente.

Ouviu soar o pequeno sino que pendia da porta.

Era um som que anunciava que alguém entrava na loja.

—Parece que já chegaram.

Avery, que naturalmente esperava que James e Selena viessem, rapidamente deixou sua xícara de café e se dirigiu para a parede.

Essa parede era a parte da cozinha conectada ao corredor que não era visível do corredor. Avery apoiou as costas contra a parede e se escondeu, sorrindo com malícia.

Agora James dirá: Mamãe, sei que você está escondida aí. É hora de dizer: 'Saia agora'.

Ou poderia ter se aproximado silenciosamente ao seu lado e zombado dela novamente.

—...

No entanto, embora parecesse que havia passado bastante tempo, não conseguia ouvir a voz.

De alguma forma, um cheiro familiar passou por seu nariz.

Aroma fresco, mas doce. Definitivamente cheirava a perfume masculino. Foi então que Avery, contendo a respiração, lentamente espiou.

—!—

Uma longa sombra caiu à sua frente. Assim que Avery viu a pessoa à sua frente, seu corpo congelou.

Sobrancelhas retas e espessas e olhos profundos e negros.

Um nariz afilado como um corte e lábios levemente vermelhos. Um queixo muito anguloso e ombros largos de ambos os lados. Seus traços faciais eram tão belos que mesmo aqueles que o viam brevemente não podiam esquecê-los.

Avery, que havia visto aquele rosto maravilhoso por dois anos, claro, nunca poderia esquecê-lo.

—...

Os olhos de Avery piscaram enquanto olhava para o rosto dele.

Fiquei sem fôlego e não conseguia dizer ou fazer nada. Naquele momento, seus lábios se moveram.

—Se você ia se esconder, deveria ter se escondido melhor.

Uma voz forte e turva.

Ao ouvir aquele som grave único e imutável, o coração de Avery começou a bater rapidamente.

—Talvez em um lugar que eu nunca pudesse encontrar.

—...

—Ou um lugar onde eu não pudesse encontrá-la, por mais urgente que fosse algo.

À medida que se aproximava, seus olhos olharam para Avery. Olhos tão negros e tranquilos quanto o amanhecer profundo. Era um olhar desconhecido e sem qualquer calor.

Continuou com uma voz terrivelmente fria.

—Se fosse esse o caso, não precisaríamos nos ver assim novamente.

O homem veio vê-la.

Um homem que odiava doces e sempre bebia expresso.

Um homem que lhe dava tanta excitação quanto dor, como o café com uma combinação de sabor doce e amargo.

Um homem que hoje quebra sua promessa de esquecê-la.

Seu ex-marido, Damián Collins.

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