A aposta

Sinto algo se quebrar dentro de mim. Como amar Finn pode me fazer tão miserável?

Me larga, Knox", digo com a voz vacilante."Você pode não ser um bom irmão, mas eu sou uma boa amiga. Não vou ficar parada vendo minha amiga ser enganada de novo. Vou sair daqui."

Knox permanece imóvel. O aperto em minha cintura é firme, o corpo dele rígido como pedra.

Com uma voz tão calma que só alimenta minha raiva, ele diz, "Não posso deixar você sair, Gatinha. Vou te segurar fisicamente se for preciso."

"Quem diabos você pensa que é?" disparo. "Você não tem o direito de me controlar, Knox. Me. Solta."

"Não estou te controlando. Estou impedindo você de se fazer de boba—de novo."

Se minhas mãos estivessem livres, eu provavelmente já teria dado um tapa nele. "Estou começando a entender por que Finn quase nunca mencionou você nos dez anos que o conheço. Você é um idiota arrogante e insuportável que só pensa em si. Você prefere ver seu próprio irmão ter o coração partido do que realmente fazer algo a respeito."

Os olhos de Knox escurecem, e por um momento, juro que vejo algo perverso passar por eles. "É o seguinte, Sloane. Finn gosta de ter o coração partido pela Delilah. Ele gosta da toxicidade dela. Ele é viciado nisso. A única pessoa que vê um problema entre esses dois juntos é você. Para de colocar seus sentimentos em cima do Finn."

"Você não pode me dizer o que fazer ou sentir, seu odiador de irmão."

Knox sorri. "Pense o que quiser. Mas eu quero o que faz Finn feliz. Infelizmente para você, isso é a Delilah. Sempre foi. Sempre será."

"Você é nojento."

"E o que você acha que pode fazer sobre isso, Sloane? Quer trancá-lo em uma prisão de segurança máxima em algum lugar remoto? Acorrentá-lo no seu porão? Finn sempre vai voltar para a Delilah. Você acha que é a primeira pessoa obcecada em acabar com essa historinha de amor boba deles? Deixe. Para. Lá."

"Eu não posso."

As palavras escapam antes que eu possa impedi-las. Meu peito sobe e desce rápido, meu rosto em chamas, e estou ali parada como uma idiota com meu coração sangrando no chão por um homem que está lá fora correndo atrás de outra pessoa.

Knox inclina a cabeça, me estudando com os olhos de um predador que acabou de encontrar a parte mais fraca de sua presa. "Que tal fazermos uma aposta?" diz ele.

Eu estreito os olhos. "Uma aposta?"

"Se esse casamento entre Delilah e Hunter acontecer, eu deixo você em paz para que possa correr atrás do Finn até os confins da Terra, se quiser. Segui-lo como um cachorrinho devoto. Não vou mover um dedo para te impedir."

"E se não acontecer?"

Um sorriso lento e perigoso se espalha pelo rosto dele.

"Se o casamento for por água abaixo—o que vai acontecer—eu vou te perseguir violentamente, Sloane Mercer. Não há lugar neste mundo onde você possa se esconder de mim que eu não te encontre. Vou entrar na sua cabeça, no seu corpo, na sua alma. Vou fazer você nunca mais querer ninguém além de mim. Você não vai conseguir pensar, respirar ou dormir sem me sentir em todos os lugares. Vou fazer você esquecer que Finn Hartley algum dia existiu. As coisas que eu poderia fazer com você. As coisas que eu quero fazer com você..."

Por algum motivo estranho, não consigo mais respirar. Viro-me para longe de Knox, olhando pela janela novamente, me perguntando por que meu corpo está eletrificado. É ódio, digo a mim mesma. Ódio puro e diluído fazendo meu corpo reagir assim—nunca desejo. No entanto, de alguma forma estou hiperconsciente de cada centímetro de espaço entre nós, como se não houvesse barreira de roupas separando sua pele da minha.

Tento me afastar, mas ele me segura perto, seus lábios roçando contra meu ouvido. O contato envia um choque pelo meu sistema.

"Você só precisa de algo mais para se obcecar," diz ele. "Algo para canalizar toda essa sua energia obsessiva. Deixe-me providenciar isso para você. Deixa eu te arrumar um passatempo, Gatinha... um passatempo que vai te deixar sem fôlego."

Eu quero que ele faça isso.

Meu Deus.

O que há de errado comigo?

Este é o irmão do Finn. Não posso estar apaixonada por um homem e depois me desmanchar pelo irmão dele. Mesmo assim, meu corpo está me traindo, respondendo a ele de maneiras que nunca respondi a ninguém.

"Você não pode fazer isso," digo, sem reconhecer minha própria voz. "Você é o irmão do meu melhor amigo. Existe um código de conduta sobre essas coisas."

"Um código? Dane-se seus códigos," diz ele. "Eu vejo o que quero, eu pego. Ao contrário de você, sofrendo em silêncio, deixando a vida passar. Isso é algo que vou te ensinar, Sloane Mercer, como dobrar a vontade do universo e pegar o que você quer."

Minha respiração falha. "Eu não preciso das suas lições. Muito obrigada."

Ele toca meus quadris, puxando-me mais para perto dele, e eu não acho que tenho um único osso no corpo para resistir.

"Eu sempre consigo o que quero," diz ele, sua voz uma promessa sombria. "E como o que eu quero no momento é você, é melhor torcer para que o casamento aconteça. Não existe nada que eu queira mais do que te prender e me perder em você até tirar o seu fôlego."

Juro que minhas pernas estão prestes a ceder. Minha pele está queimando, meu pulso martelando na garganta. Nunca senti esse tipo de atração animal antes—essa necessidade crua e primitiva que sobrepuja a razão, a moralidade, a lealdade. Não é nada como a doce dor que sinto por Finn. Isso é algo mais escuro, mais perigoso e infinitamente mais aterrorizante.

"Saia de perto de mim," sussurro.

"Aceite o acordo, Sloane."

Estou tremendo. Meu cérebro está gritando para correr, mas meu corpo está se inclinando para ele como uma traidora.

Neste momento, eu me odeio mais do que o odeio, porque apesar de tudo—apesar dos meus sentimentos por Finn—parte de mim quer ver o que aconteceria se eu me rendesse.

Engulo em seco, desesperada para colocar distância entre nós, para recuperar algum controle. "Tudo bem," eu digo, virando para encontrar seus olhos. "Temos um acordo. Casamento acontece, eu nunca mais ouço falar de você. Se não acontecer... dê o seu melhor."

O sorriso de Knox é puro pecado. "Ah, Gatinha. Você não faz ideia do que acabou de fazer."

Tenho quase certeza de que acabei de vender minha alma ao diabo em troca de nada.

"Você sabe o que isso significa, certo," diz ele. "Tenho um casamento para sabotar."

"O quê? Não. Não. Você disse que não ia sabotar o casamento."

"Isso foi antes de você aceitar meu acordo. Você acha que pode ganhar jogando limpo?"

"Você não vai sabotar este casamento, Knox."

"Quer apostar?"

"Estou cansada de você e suas apostas idiotas. Se você ao menos respirar do jeito errado durante este evento, eu vou te derrubar."

Ele ri. "Ah, está valendo, Gatinha. Que vença o mais forte."

Antes que eu possa responder, a porta da frente se abre abruptamente, e Finn entra, parecendo que passou por um inferno. Seu cabelo está desgrenhado, seus olhos avermelhados, seus ombros caídos em derrota. A visão dele—quebrado, vulnerável, claramente sofrendo—me traz de volta à realidade, lembrando-me por que estou aqui, o que importa.

Nós dois nos viramos para ele, e o jeito como os olhos de Finn se movem entre Knox e eu—notando nossa proximidade—faz meu estômago revirar.

Oh Deus.

"O que vocês dois estão fazendo?" pergunta Finn, com desconfiança em cada palavra.

Eu me afasto de Knox como se tivesse sido queimada. "Nada."

Finn estreita os olhos. "Vocês dois estavam... meu Deus. Vocês dois estavam se beijando?"

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