Capítulo 6 A Serpente
Os olhos de Anna se abriram de repente e ela percebeu que já era de manhã. John dormia ao seu lado profundamente. Enquanto dormiam, os dedos dele haviam desabotoado seu robe e estavam envoltos em seu seio. Anna tentou ignorar o calor que se espalhava pelo seu corpo ao toque dele. Ela mal conseguira dormir depois de saber que teria que enfrentar Isabel novamente.
No passado, ela frequentemente se permitia ser manipulada quando se tratava de Isabel, mas agora sabia que não podia mais fazer isso.
Uma voz no corredor chamou sua atenção quando a porta do quarto começou a se abrir lentamente. A porta parou de abrir quando a voz cortou pelo vão da porta entreaberta.
"Por que você está me ligando?" A voz de Isabel sibilou pelo vão da porta. "Você vai estragar tudo!"
"Escuta, ninguém vai perder o emprego, sua idiota, Anna não tem a menor ideia." A voz dela foi se afastando e Anna pôde ouvir os guinchos agudos da pessoa do outro lado da linha.
"Não, Erin! A única coisa que você foi paga para fazer era deixá-la com ciúmes, não ficar aí a noite toda sem fazer nada."
A mente de Anna girou ao perceber que Isabel estava falando com Erin, a secretária de John. Aquela mulher já estava na sua lista por tentar se agarrar a John. Ela tinha sido a causa da briga na noite anterior, bem, uma delas. A outra aparentemente estava do lado de fora da sua porta.
"Você é inútil," Isabel sibilou, interrompendo os guinchos que vinham do telefone. "Você vai fazer o que eu mandar quando eu mandar e nada mais."
Isabel ouviu por um momento e então começou a gritar antes de se controlar e abaixar a voz.
"Você vai fazer, e eu vou fazer da sua vida um inferno. Você sabe que eu posso, não sabe?"
"Era o que eu pensava," Isabel disse com desdém, sua voz era gelada. Anna se lembrou daquele tom desde a infância, condescendente e depreciativo.
"Não me ligue de novo. Eu vou te ligar." Isabel encerrou a ligação sem gentilezas e Anna estremeceu. Ela se deitou na cama, atordoada. Isabel tinha sido cruel durante a infância, mas Anna sempre acreditou, em algum lugar profundo, que ela a amava um pouco, agora sabia que Isabel a via como um meio para um fim.
A porta do quarto rangeu ao se abrir e uma cabeça loira apareceu pelo vão. O cabelo longo balançou para frente cobrindo o rosto da mulher enquanto ela olhava ao redor. Olhos azuis, idênticos aos seus, varreram o quarto enquanto ela entrava e se arregalaram de choque ao vê-la na cama ao lado de John.
"A vadia provavelmente pensou que eu já teria ido embora," Anna pensou consigo mesma enquanto afastava seu cabelo ruivo do rosto e encarava sua prima. Ela se sentou, certificando-se de se mover mais perto de John enquanto fazia isso. Ela sorriu amplamente, sabendo que isso a deixaria louca.
"O que você está fazendo aqui?" Isabel sibilou enquanto gesticulava para Anna. "Você deveria ter ido embora! Você me disse ontem à noite que estava cansada do jeito que John age e agora está aqui na cama com ele."
Anna se levantou e caminhou lentamente em direção à porta, amarrando o cinto do robe enquanto andava. Ela queria desesperadamente ganhar tempo para controlar a raiva que estava correndo por seu corpo. Anna sempre recuava diante de Isabel no passado, mas agora era um dia diferente. Ela contou até dez, esperando que fosse o suficiente para acalmar seu temperamento.
"Não sei por que você pensaria isso," ela disse o mais calmamente possível ao chegar à porta. "Estou exatamente onde deveria estar." "Por que você está aqui?" Ela perguntou inclinando a cabeça.
O rosto perfeitamente maquiado de Isabel se contorceu em confusão enquanto ela olhava para Anna como se nunca a tivesse visto antes.
"Eu... eu queria ter certeza de que você não tinha esquecido nada." Isabel gaguejou, parecendo chocada com a firmeza de Anna. Anna não sabia como tinha pensado que Isabel algum dia se importara com ela. "Eu pensei que você estava indo embora de vez depois do que aconteceu ontem à noite."
"Não," Anna disse olhando diretamente nos olhos dela. "Eu decidi realmente perguntar ao meu marido."
"Mas ele estava todo em cima da secretária dele!" "Como você ainda pode estar aqui com ele?"
"Não!" Anna disse com firmeza enquanto empurrava Isabel mais para o corredor. "A secretária dele estava em cima dele e John confirmou isso." "Acho que às vezes as coisas não são sempre o que parecem."
Isabel ficou sem palavras. Sua boca abriu e fechou como um peixe ofegando por ar. Suas mãos esguias se torciam nervosamente. A porta foi aberta com força e ambas as mulheres pularam de susto quando John preencheu a entrada, suas mãos envolvendo a cintura de Anna, coberta de seda, por trás. Ele roçou os lábios em seu ouvido, fazendo-a estremecer, e Anna sorriu.
Uma sobrancelha escura se ergueu enquanto ele se virava para Isabel, que estava imóvel na porta.
"O que está acontecendo aqui?"






































































