Capítulo 11 Digital Genius
Em menos de três minutos, eu havia criado um sistema de segurança completo no meu laptop, com rastreadores GPS embutidos tanto no meu telefone quanto no computador, além de um firewall multicamadas que faria a maioria das agências governamentais invejar.
Max assistiu em silêncio atônito enquanto eu finalizava o sistema com algumas teclas rápidas.
"Isso é... impossível," ele finalmente gaguejou, ajustando os óculos. "Você acabou de construir uma estrutura de segurança inteira em minutos. Equipes profissionais levariam dias para criar algo assim."
Dei de ombros, rodando um diagnóstico final. "Não é tão complicado uma vez que você entende a arquitetura."
"Não é complicado?" A voz de Max falhou de incredulidade. "Você acabou de codificar rastreadores de localização, protocolos de autenticação criptografados e o que parece ser proteção de firewall de nível militar mais rápido do que a maioria das pessoas consegue digitar o próprio nome!"
Permiti-me um pequeno sorriso. Na minha vida anterior como Shadow, e como o hacker conhecido apenas como X, eu havia criado sistemas que podiam resistir às intrusões governamentais mais sofisticadas. Isso era brincadeira de criança em comparação.
"Eu poderia te ensinar, se você estiver interessado," ofereci, notando seu foco intenso.
Sua cabeça se ergueu, olhos brilhando de excitação. "Sério? Você me ensinaria a fazer isso?"
"Você tem a mente para isso," eu disse, fechando o laptop. "Mas primeiro, vamos comer. Estou morrendo de fome."
O restaurante do hotel brilhava com mármore polido e lustres de cristal. Um garçom em um uniforme impecavelmente passado aproximou-se da nossa mesa, apresentando uma garrafa de vinho tinto com reverência.
"Château Margaux, 2009, conforme solicitado, madame," ele anunciou.
Eu tomei um gole perfunctório, depois coloquei de lado. Na minha vida anterior, eu havia desenvolvido um paladar sofisticado para vinhos finos – uma habilidade necessária para infiltrar eventos da alta sociedade. Mas este corpo tinha dezessete anos, e o álcool só iria diminuir meus reflexos.
Durante a refeição, notei Max me observando – não apenas o que eu estava comendo, mas como eu estava comendo. A maneira como eu segurava a faca, o ângulo do meu pulso ao levantar o copo de água. Todos os maneirismos refinados que eu havia absorvido durante anos de assassinatos de alto perfil estavam em plena exibição.
"Você parece diferente aqui," ele finalmente disse entre os pratos. "Como se você... pertencesse a um lugar assim."
Eu arqueei uma sobrancelha. "E isso te surpreende?"
"Bem, sim. Nós crescemos comendo jantares de micro-ondas em pratos de papel."
Max lutava com os múltiplos utensílios, pegando o garfo errado antes de rapidamente colocá-lo de volta quando me viu usar um diferente. Suas bochechas ficaram vermelhas de vergonha.
"Eu nunca comi em um lugar que tem mais de um garfo antes," ele sussurrou.
"Você vai se acostumar," eu o assegurei.
O garçom se aproximou com nossa conta, discretamente colocando a pasta de couro ao lado do meu prato. Eu a abri sem hesitação, mas Max se inclinou para frente, a curiosidade tomando conta dele. Sua mandíbula caiu.
"Oito mil e duzentos dólares?" ele sibilou, a voz falhando. "Isso é—isso é insano!"
O garçom limpou a garganta. "O Château Margaux sozinho custa cinco mil, senhor. É uma edição limitada."
Max parecia que ia desmaiar. "Você mal bebeu!"
Entreguei meu cartão de crédito ao garçom sem comentar.
No táxi a caminho de casa, Max permaneceu quieto, olhando pela janela para as luzes da cidade que passavam. Seus dedos continuavam tocando a gola de sua nova camisa de grife, como se ainda não acreditasse que era dele.
"Eu nunca experimentei nada assim antes," ele finalmente disse, a voz cheia de maravilha. "A maneira como nos trataram, como puxaram as cadeiras e dobraram os guardanapos quando nos levantamos... e aquela comida! Eu nem reconheci metade dos ingredientes."
"É só um jantar, Max," respondi casualmente.
"Só um jantar?" Ele riu suavemente, balançando a cabeça. "Jade, a gente passou a vida toda comendo macarrão com queijo de micro-ondas. O pai comemora o aniversário na lanchonete que dá fatias de torta grátis."
Seus olhos brilhavam de empolgação. "Os banheiros de mármore com toalhas de tecido, a vista da cidade inteira da nossa mesa... parecia que estávamos num filme."
Eu sorri levemente. "Acostume-se logo, Max. Isso é só o começo."
Suas sobrancelhas se ergueram, um sorriso se espalhando pelo rosto. "O começo do quê?"
Não respondi enquanto o táxi parava em frente ao nosso prédio, o contraste entre o luxo que acabamos de deixar e nosso complexo de apartamentos decadente pairando silenciosamente entre nós.
Naquela tarde, esperei até que a casa estivesse vazia. Linda tinha levado Emily para fazer compras, e Frank estava trabalhando em um turno duplo.
Peguei um celular descartável debaixo do meu colchão e disquei um número.
"Centro de Pesquisa Farmacêutica Morrison, como posso direcionar sua chamada?"
"Dr. Walter Morrison, por favor," eu disse. "É sobre compostos bioquímicos especializados."
Houve uma pausa, então a linha clicou como se estivesse sendo transferida para uma conexão mais segura.
"Aqui é Morrison." A voz era profunda e cautelosa. "Acho que nunca falamos antes. Como conseguiu este número?"
"Seu trabalho com fórmulas de aprimoramento neuromuscular é bem conhecido em certos círculos," respondi. "Preciso de um composto personalizado sintetizado. Especificamente, a variante experimental MR-27 com a estrutura proteica modificada."
Um suspiro agudo veio pela linha. "Isso é... pesquisa altamente confidencial. Quem é você?"
"Alguém disposto a pagar bem pela discrição. Preciso que esteja pronto em duas semanas. Vou a Nova York buscá-lo pessoalmente."
"Espere," seu tom mudou de suspeito para intrigado. "Você parece incrivelmente jovem. Como alguém como você sequer saberia sobre o MR-27?"
"Bem, um amigo meu. Eu conheço a estrutura molecular e os agentes estabilizadores necessários. Também sei que você é o único que pode sintetizá-lo corretamente."
"O composto que você está descrevendo é altamente experimental," ele disse lentamente. "Os possíveis efeitos colaterais são—"
"Estou ciente dos riscos," interrompi. "Você pode prepará-lo ou não?"
"Sim. Mas será caro. Muito caro."
"Quanto?"
"Para algo tão especializado, sem perguntas? Duzentos mil. Metade adiantado."
Fechei os olhos brevemente. "Posso transferir setenta mil agora. O restante na entrega."
"Aceitável," ele concordou após um momento de hesitação. "Mas ainda não entendo como alguém da sua idade poderia possivelmente—"
Desliguei a chamada e transferi todo o saldo restante para o número da conta que Morrison me enviou por mensagem momentos depois.
Saldo da conta: R$ 0,00
Começando do zero novamente. Mas valeria a pena se a fórmula funcionasse.
Me estiquei na cama para um cochilo rápido. Em vez disso, caí em um pesadelo familiar.
Sirenas de alarme soavam pela instalação no Caribe. As palavras frias do Diretor ecoavam: "Sujeito programado para terminação após a colheita genética."
Depois de anos sendo sua arma perfeita, essa era minha recompensa—descartada como equipamento quebrado. A traição deles queimava mais do que o soro nas minhas veias.
As explosões começaram—reações em cadeia exatamente como eu planejei.
A instalação desabou enquanto a água do mar invadia. A explosão final me lançou na escuridão enquanto tudo implodia—
"JADE! Levanta, sua preguiçosa!"










































































































































































































































