Assassinato

~• SEÇÃO DE HOMICÍDIOS (SH), DEPARTAMENTO DE POLÍCIA DE LOS ANGELES •~

"911, qual é a sua emergência?" Uma loira perguntou ao telefone enquanto clicava em seu computador. "Ajuda, por favor! Eles estão aqui. Eles estão... arghh! Não, por favor!" Gritos do outro lado da linha. O computador dela continuava apitando, a rede estava falhando, a comunicação seria interrompida em breve.

"Prastina, o que está acontecendo?" Ela não conseguiu responder ao colega no mesmo escritório. "Diga-me sua localização e estaremos aí o mais rápido que..." A linha caiu quase imediatamente. Prastina jogou o telefone na mesa e começou a clicar no computador. "Xerife, há um caso de homicídio na 109ª rua do bairro de Hamburg."

"Preciso de duas pessoas agora. Prastina, chame o Rutten para vir conosco." Prastina correu para outro escritório assim que recebeu a instrução. "Eu não faço casos de homicídio." Cameron murmurou, de olhos fechados e descansando confortavelmente na cadeira. Prastina ficou paralisada, como diabos ele ouviu a conversa deles?

Prastina ficou na frente dele. "É uma emergência. Você precisa fazer isso, não há mais ninguém por perto." Ela tentou convencê-lo. Todos no departamento de polícia sabiam que Cameron Rutten não se envolvia em casos de homicídio. Dê a ele qualquer outro caso, ele resolveria perfeitamente.

Outro telefone fixo do departamento tocou novamente. "Estamos indo..." O xerife atendeu. Houve um pequeno silêncio e seus olhos se arregalaram. "Há um caso de assassinato estranho em um beco entre as ruas 93 e 94 em Westmount." Cameron abriu os olhos num piscar e se levantou. Ele já estava fora da porta antes que eles notassem.

Seu carro saiu em alta velocidade da delegacia, Prastina e o xerife o seguiram enquanto outros dois detetives foram para a 109ª rua de Hamburg para descobrir mais sobre o caso de homicídio de onde veio a primeira ligação. "Achei que você não se envolvia em casos de homicídio." Prastina sorriu sarcasticamente.

O rosto frio e bonito de Cameron permaneceu o mesmo. Ela bufou de irritação ao ver que ele não deu nenhuma expressão, muito menos uma resposta. "É a terceira casa." O coração de Cameron deu um salto quando seu olhar foi para a porta que o xerife apontou.

Prastina abriu a porta com a arma apontada para frente. Cameron a afastou do caminho enquanto corria para dentro. Tudo estava bem arrumado e ele quase duvidou que um assassinato tivesse ocorrido ali. Um segundo, ele parou de andar de repente e foi aí que começou a ver.

Pegadas quase invisíveis. Cameron se abaixou para tocá-las, pareciam areia, mas não eram. Seus olhos se estreitaram nas cadeiras arrumadas e ele sentiu um perfume específico ali, cheirava horrível, como um corpo sujo de fezes. Olhando para a mesa onde os livros estavam arrumados, não havia nada de incomum ali.

Entrando no primeiro quarto, ele sentiu o arrasto da vítima. Havia uma tesoura no chão que a vítima usou para se defender, mas estava quebrada em duas. Olhando para a maçaneta da porta do quarto, havia uma marca onde a vítima tentou fechar a porta e os rastros de sangue começaram dali.

O sangue levou ao banheiro e foi lá que ele viu. Facadas, vinte vezes e uma mordida no pescoço. Unhas cravadas no estômago, subindo direto para o coração. A respiração de Cameron ficou ofegante enquanto ele corria para a banheira. "Mãe...!" Ele queria gritar, mas saiu como um sussurro raivoso. Ele tentou controlar seus olhos azul-prateados que estavam ficando avermelhados.

Um motivo era ver sangue fresco, querendo se alimentar dele, e o outro motivo era direcionado a quem matou sua mãe. "Você encontrou a vítima?" Prastina entrou na hora errada. Suas presas e unhas já estavam alongadas.

Prastina se perguntou por que ele estava tão perto da banheira como se estivesse olhando para algo e, além disso, por que ele não respondeu à sua pergunta? "Mikael? Você está bem?" Suas palavras eram distantes nos ouvidos dele. Cameron agarrou a banheira agressivamente, suas unhas arranhando e deixando marcas longas no processo. Ele estava tentando com todas as forças se controlar, mas ver sua mãe em sangue frio com o estômago e o coração arrancados não estava ajudando a situação.

Aquele sentimento, isso explica. Era por isso que ele estava relutante em deixá-la sozinha em casa, já que a empregada não estava por perto? Era por isso que ela insistiu em empurrá-lo para o trabalho naquela manhã? Era por isso que ela ligou mais cedo, cerca de duas horas atrás, para saber como ele estava? Ela sabia que alguém estava vindo para matá-la? Droga!

"Mikael, fale comigo. Por que você está de repente em silêncio?" Prastina bufou irritada. Ela sabe que Cameron é frio, mas ele poderia pelo menos dizer algo, já que estão investigando juntos. "Cala a boca!" Cameron se levantou com força, avançando em direção a ela com raiva.

O coração de Prastina quase saiu pela boca quando ouviu o rugido alto dele. Havia algo errado. Ela nunca tinha visto Cameron ficar com raiva antes, ele sempre era silencioso. Seus olhos, por que parecia que a cor estava diferente? Antes que ela pudesse dizer uma palavra, um golpe repentino no lado do pescoço a fez desmaiar enquanto caía no chão.

"Controle-se, Cameron!" Seu melhor amigo, Duran, gritou. Cameron virou as costas para ele. "Alguém a matou. Alguém matou Belle!" Ele murmurou dolorosamente e com raiva. "Eu sei que é difícil, mas há outros dois detetives por aqui. Você não quer matá-los com sua raiva de vampiro, Cameron." Duran caminhou lentamente em direção a ele e tocou seu ombro.

Cameron assentiu, respirando fundo. Duran jogou água em Prastina através da torneira. "Mikael!" Ela ofegou, tossindo alto. Cameron já estava fora do local antes que Duran a acordasse. "Onde ele está? Por que ele mudou de repente? Ele parecia diferente." Prastina divagou.

Duran revirou os olhos e a ajudou a sair. O corpo da vítima foi retirado da banheira e colocado em um envoltório de celofane. Prastina olhou ao redor e viu que o carro de Cameron tinha sumido, para onde ele desapareceu de novo?

ANOITECER ©✓

Dois passos diferentes. Um estava seguindo o outro. Não, havia cerca de seis passos. Os outros cinco estavam seguindo apenas uma pessoa. Em um estacionamento, não tão perto do hospital mais próximo. "Quando você vai parar de me seguir?" Cameron se virou de repente, cara a cara com as cinco pessoas que estavam de capuz preto.

Os cinco homens fizeram contato visual e se transformaram em vampiros com seus dentes e unhas alongados. Antes que Cameron pudesse piscar novamente, os cinco atacaram de uma vez. Dois deram um chute na parte de trás de suas pernas com os tornozelos, ele caiu de joelhos no chão. Os outros dois deram chutes nos dois lados de seu pescoço com os tornozelos, ele caiu de costas.

Antes de ter a chance de se levantar, eles atacaram seu corpo com chutes fortes. Foi aí que ele também se transformou em vampiro. Ele conseguiu derrubar três deles com múltiplos chutes e socos. No mesmo momento em que estava lidando com o quarto, ele de repente ouviu um som de assobio alto em seus ouvidos.

O som era tão alto e perturbador. "Arghhhh!!!" Ele cobriu os ouvidos com as mãos ensanguentadas. De onde vinha o barulho? Assim que o barulho parou, ele olhou ao redor e viu que os caras tinham sumido, mas algo estava errado. Antes que pudesse se mover, sentiu algo segurando sua perna esquerda.

Cameron franziu a testa, tentando remover o que estava impedindo-o de se mover. Aconteceu. A lua brilhava intensamente logo acima de sua posição. Ele sentiu os ossos se torcendo como se algo estivesse entrando em seu corpo. Cameron caiu no chão novamente enquanto gritava alto. Era como se seus ossos e sangue estivessem em chamas. Ele sentiu movimentos em todas as partes do corpo, incluindo a cabeça. "Olá, filho." A voz.

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