Capítulo Um.

A admissão na Elite Coles University é frequentemente considerada uma questão de sorte ou fortes conexões.

A política de admissão e as condições da escola são rigorosas, tornando a entrada um desafio quase insuperável.

No entanto, para aqueles que são aceitos, a sensação de segurança e prestígio que eles ganham é incomparável.

A escola construiu uma reputação de ser não apenas exclusiva, mas também um refúgio para as mentes mais promissoras.

Se alguém tivesse dito a Meera há três anos que um dia ela atravessaria os portões da Elite Coles como estudante, ela teria rido alto.

A ideia de uma garota de classe média como ela ser admitida em uma instituição tão elitista estava além dos seus sonhos mais selvagens.

No mundo dela, a escola era uma entidade intocável, uma fortaleza de privilégio que parecia muito distante para alguém de sua origem.

O que diferenciava a universidade não era apenas seu rigoroso programa acadêmico ou sua exclusividade, mas a forma como imergia seus alunos no mundo real desde o início.

A Elite Coles havia estabelecido uma extensa rede de conexões industriais, permitindo que os alunos interagissem com líderes em suas áreas, ganhassem experiência prática e entrassem no mundo real preparados para os desafios que os aguardavam.

A escola não apenas educava, moldava seus alunos em profissionais altamente requisitados.

Para Meera, essa rede era uma das maiores vantagens de frequentar a Elite Coles.

Os graduados da universidade não apenas entravam no mercado de trabalho, eles o dominavam. As empresas disputavam para contratá-los, muitas vezes oferecendo posições antes mesmo da formatura.

E uma vez empregados, esses alunos frequentemente superavam seus colegas, ganhando a admiração de seus colegas e garantindo posições permanentes em empresas de topo.

Essa era a promessa não dita da Elite Coles - o sucesso era quase garantido para aqueles que passavam por seus portões.

"Finalmente saiu." Jiya disse com um suspiro pesado, caindo na cadeira em frente a Meera na cafeteria da escola. Meera, absorta em sua xícara de chá, olhou para sua amiga, que parecia mais do que um pouco estressada.

Os dedos de Jiya estavam se movendo furiosamente na tela do celular, digitando a uma velocidade que fez Meera se preocupar com a segurança do dispositivo.

"Se você não tomar cuidado, vai quebrar essa tela do celular." Meera brincou, embora a curiosidade brilhasse em seus olhos. Algo claramente estava incomodando Jiya.

"Você está bem?" Meera perguntou, seu tom mais suave desta vez.

Jiya soltou outro suspiro, desviando o olhar do celular por um momento.

"Você não checou o chat do grupo, né?"

Meera franziu a testa e balançou a cabeça, sua mente rapidamente percorrendo a lista de coisas que poderiam estar acontecendo.

Alcançando sua bolsa, ela vasculhou em busca de seu celular.

Assim que ela pegou o celular, abriu o grupo de chat da turma, seus olhos imediatamente captaram a mensagem fixada no topo, postada pelo presidente da turma.

Seu coração afundou ao perceber do que se tratava a confusão.

Passado pelo presidente da turma, do Diretor.

"Atenção a todos os alunos de Comércio do 3º ano C&B23. A entrevista do estudo de caso que estava marcada para o próximo mês foi antecipada. As autoridades da escola informaram que a maioria das empresas adicionadas este ano para cada grupo vai realizar a entrevista, concordando com os termos. O que significa mais tempo.

Em conclusão, o projeto será realizado por um mês e cada grupo terá 6 membros, incluindo o líder. Os nomes dos grupos serão divulgados amanhã e mais perguntas serão respondidas depois."

Diretor.

-Sr. Kapoor.

"

"Meu Deus! Por que foi antecipado?" Meera ofegou enquanto seus olhos finalmente percorriam a mensagem no celular.

O grupo de chat da turma estava fervendo de atividade, os alunos reagindo à mudança repentina.

Alguns estavam chateados com a antecipação do projeto de entrevista, enquanto outros pareciam estranhamente aliviados com o ajuste.

Jiya, sentada do outro lado, revirou os olhos em frustração.

"Não sei. Não acredito que teremos que lidar com isso mais cedo do que esperávamos. Falei com alguns veteranos sobre esse projeto de entrevista. Algumas respostas foram úteis, mas outras..." Ela parou e estremeceu, claramente perturbada.

A curiosidade de Meera foi despertada.

"Ruim? O que você quer dizer com 'ruim'? É só uma entrevista, certo?" ela perguntou, seu tom inocente, tentando entender o desconforto de Jiya.

Jiya se inclinou para frente, sua voz baixando para um tom mais sério.

"Bem, sim, é uma entrevista, tecnicamente. Mas nem todos os empresários são apenas empresários." Ela enfatizou a palavra "empresários" com aspas no ar, sua expressão escurecendo.

Meera franziu a testa, confusão cruzando seu rosto. "O que isso quer dizer?"

Jiya suspirou, sua voz carregando um peso que fez Meera se sentar mais reta.

"O veterano não deu muitos detalhes. Ele só disse que algumas das pessoas que devemos entrevistar não são exatamente quem parecem ser. Eles se escondem atrás de seus negócios para encobrir... outras atividades. Atividades suspeitas." Ela pausou, observando a reação de Meera. "E tem uma coisa que ele foi enfático: devemos rezar para não sermos atribuídos ao Império A.M. Foi adicionado à lista no ano passado pela primeira vez."

Os olhos de Meera se arregalaram em choque. "Império A.M.? Você quer dizer aquele dirigido por Arjun Madhav?" Sua voz tremia ao falar o nome dele, medo cintilando em seus olhos.

Jiya assentiu gravemente, sua expressão espelhando o pavor que Meera sentia.

"Sim, o mesmo. Todo mundo sabe quem ele é. Ele não é apenas um empresário, ele é um chefe da máfia. Um dos homens mais temidos na Índia."

Meera engoliu em seco, sua garganta de repente seca. O nome de Arjun Madhav era sinônimo de perigo.

Seu império era vasto, sua influência incomparável, e as histórias sobre ele... aterrorizantes.

"Mas... por que a escola colocaria a A.M. Empire na lista de entrevistas para os alunos? Isso não é arriscado?"

"Claro que é arriscado." Jiya respondeu, dando de ombros como se a resposta fosse óbvia.

"Mas a questão é que a A.M. Empire ainda é um negócio legítimo. Na superfície, eles seguem todas as regras, têm conexões fortes e, honestamente, são uma das melhores empresas do país. É por isso que foram listados para entrevistas no ano passado. Mas só porque é uma empresa em funcionamento não significa que não seja perigosa."

Os pensamentos de Meera estavam a mil. "Como pode ser a melhor se um chefe da máfia está comandando?" ela quase gritou, sua frustração transbordando.

A ideia de possivelmente ser enviada para uma entrevista em um lugar assim fazia seu coração disparar de medo. A lista da escola nem havia saído ainda, e ela já estava entrando em espiral de ansiedade.

Jiya deu de ombros novamente, dando uma mordida despreocupada em seu milho.

"Não sei. Mas é assim que as coisas funcionam aqui. A.M. Empire é uma potência no mundo dos negócios. Suas regras são rígidas, suas conexões são poderosas, e as pessoas que trabalham com eles têm sucesso. Mas sim, é uma fachada da máfia, então não é exatamente seguro."

A mente de Meera estava a mil. A ideia de estar associada a Arjun Madhav ou ao seu império era aterrorizante.

Ela tinha ouvido histórias, rumores que o pintavam como implacável, um homem que não parava por nada para conseguir o que queria.

Sua influência era tão abrangente que até o governo parecia fechar os olhos para suas atividades.

"Reze para que não acabemos na lista da A.M. Empire." Jiya acrescentou, seu tom quase casual, como se não tivesse acabado de soltar uma bomba.

Mas Meera podia sentir seu coração batendo forte no peito, a ansiedade rasgando suas entranhas.

'Por favor, Deus, não me deixe estar na lista da A.M. Empire' ela pensou desesperadamente.

A mera ideia de entrar naquela empresa lhe dava arrepios. Não era apenas uma entrevista. Era entrar na toca do leão.

Ela franziu a testa, tentando raciocinar consigo mesma.

'O que estou dizendo? Há mais de cem alunos participando deste projeto. As chances de eu ser escolhida para a A.M. Empire são pequenas... certo? Eu não posso ser escolhida. Relaxe, Meera.'

Ela respirou fundo, tentando acalmar o pânico que crescia dentro dela.

Sua mente corria pelas probabilidades, tentando se tranquilizar. Mas o desconforto em seu estômago permanecia, um nó pesado de apreensão que se recusava a desaparecer.

"Relaxe, Meera." ela murmurou para si mesma, tentando se convencer. Mas não importa quantas vezes ela dissesse isso, o medo de ser selecionada para a A.M. Empire pairava sobre ela como uma nuvem escura.

"Vamos parar de falar dele." Jiya disse, quebrando o silêncio tenso que havia se instalado entre elas. Ela olhou para Meera, que ainda estava perdida em pensamentos.

"E então, como está o novo emprego? Você está gostando?"

Meera assentiu distraidamente, embora sua mente ainda estivesse enredada na conversa desconcertante que acabaram de ter. Ela tentou afastar a ansiedade persistente.

"É estressante, mas está bem." ela finalmente respondeu.

Jiya levantou uma sobrancelha e sorriu.

"Estressante? Sério? Eu não sabia que colocar livros de volta nas prateleiras e organizá-los poderia ser tão difícil!" ela provocou, seus olhos brilhando com diversão.

Meera não pôde deixar de rir, a tensão em seus ombros diminuindo um pouco.

"Bem, quando você coloca dessa forma..." ela riu. Trabalhar na biblioteca era seu pequeno bico, uma maneira de manter seu dinheiro de bolso fluindo.

Não era glamoroso, mas era tranquilo, e ela gostava da rotina.

"E como está o restaurante? Ainda comendo tudo o que vê pela frente, pelo que vejo?" Meera retrucou, seu tom brincalhão enquanto observava as bochechas de sua amiga ficarem levemente rosadas.

Jiya revirou os olhos, mas estava claramente envergonhada.

"Muito engraçado, Meera." ela murmurou, embora um sorriso surgisse em seus lábios.

O amor de Jiya pela comida era bem conhecido, mas o que tornava isso ainda mais engraçado era como nunca parecia afetar sua figura.

Apesar de se declarar uma amante de comida, ela permanecia magra e em forma, para a surpresa de todos.

Meera riu mais alto com a reação da amiga. "Sério, eu não sei como você faz isso. Eu estaria o dobro do meu tamanho se trabalhasse em um restaurante como você!"

Jiya deu de ombros com um sorriso travesso. "Metabolismo bom, eu acho. Além disso, eu queimo tudo correndo de um lado para o outro servindo mesas o dia todo."

As duas riram, e por um momento, a nuvem sombria da conversa anterior se dissipou, substituída pelo conforto da conversa descontraída.

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19:15

"Didi!" O rosto de Veda se iluminou assim que viu sua irmã entrar pela porta.

"Beta! Como foi o trabalho?" a mãe delas chamou da cozinha, carregando alguns pratos nas mãos. Veda correu rapidamente para ajudar.

"Foi bem, mãe." Meera respondeu, seus olhos percorrendo o cômodo. "Onde está o papai? Não o vejo."

"Ah, ele ligou mais cedo." disse a mãe, colocando os pratos na mesa de jantar com a ajuda de Veda. "Ele vai chegar tarde hoje."

Meera assentiu, um pouco desapontada, mas acostumada com a agenda ocupada do pai.

"Tá bom." ela disse, observando a mãe voltar para a cozinha.

"Vai se lavar, depois desça para jantar." sua mãe instruiu por sobre o ombro, desaparecendo na cozinha com Veda ao seu lado.

Meera subiu as escadas e foi para seu quarto, que ela dividia com sua irmã mais nova. Ao entrar, a sensação familiar de conforto a envolveu, um pequeno alívio do estresse do dia.

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