Capítulo dois.
"...E a reunião foi remarcada conforme solicitado. Na sexta-feira, vamos visitar o novo local. Isso é tudo para esta semana, senhor." O jovem de óculos com armação, vestido impecavelmente em um terno preto, falou com um leve tremor na voz.
Ele segurava seu tablet firmemente, lendo cuidadosamente a agenda para seu chefe.
Diante dele estava um homem que irradiava uma calma intimidante, do tipo que podia fazer o ar ao redor parecer mais pesado.
Seu rosto era uma visão de perfeição esculpida, como se tivesse sido talhado em mármore por uma mão divina. Sua mandíbula angular e afiada, levemente coberta por uma barba por fazer, falava de uma masculinidade robusta, enquanto seus penetrantes olhos cinzentos guardavam segredos enterrados em profundezas que ninguém ousava explorar.
Este era Arjun Madhav.
Arjun escutava em silêncio, sua expressão indecifrável.
Quando ele se levantou, a simples ação enviou um calafrio pela espinha de seu assistente. O homem era uma presença imponente, com um físico que parecia ter sido esculpido na academia ao longo de incontáveis horas.
Músculos ondulavam sob seu terno perfeitamente ajustado, um testemunho de sua força e disciplina. Mas o que realmente comandava atenção não era apenas sua fisicalidade - era a aura de poder absoluto e sem esforço que parecia emanar de sua própria essência.
Seu nome sozinho inspirava medo. Arjun Madhav - líder da máfia e um dos mais poderosos magnatas dos negócios em toda a Ásia. Um homem que dominava tanto o mundo corporativo quanto o submundo com igual supremacia.
"Hm... a reunião com o Sr. Kumar?" Sua voz profunda e rouca cortou a sala como uma lâmina enquanto ele se movia para mais perto da grande janela do chão ao teto, olhando para a movimentada cidade de Mumbai.
O assistente engoliu em seco, os nervos apertando sua garganta. "Eles cancelaram, senhor, e moveram para a próxima semana-"
"Corte o acordo." Arjun interrompeu, seu tom escurecendo, os olhos se estreitando enquanto seu punho se fechava.
"Senhor... isso é..." O assistente hesitou, sentindo a perigosa mudança na atmosfera.
Arjun virou-se ligeiramente, sua expressão tornando-se letal. "Ou você corta o acordo ou eu corto algo de você. Qual vai ser?"
O medo tomou conta do assistente, seu coração batendo forte no peito. "Eu-eu vou cortar o acordo, senhor." ele gaguejou.
"Bom," Arjun disse, sua voz fria. "Agora saia da minha sala."
Sem pensar duas vezes, o assistente disparou, praticamente tropeçando nos próprios pés enquanto saía apressado, a porta se fechando atrás dele.
Quase imediatamente, um homem mais jovem entrou, um sorriso travesso no rosto.
"Sério, você pode parar de assustar seu assistente? Aquele cara parecia que ia fazer nas calças." o recém-chegado disse, meio rindo.
Arjun nem sequer olhou para ele. "Por que você está aqui, Siddhartha?" ele perguntou, ignorando o comentário.
Siddhartha caminhou e jogou um arquivo na mesa casualmente. "Estou aqui para te entregar isso." ele disse, sentando-se como se fosse dono do lugar.
Arjun finalmente se virou da janela, olhando o arquivo com uma sobrancelha levantada.
"O que é isso?" ele perguntou, com um tom de suspeita.
Siddhartha revirou os olhos. "Só dê uma olhada." ele respondeu, cruzando os braços atrás da cabeça enquanto se acomodava na cadeira.
Arjun caminhou até lá, pegando o arquivo e folheando-o. Sua expressão azedou enquanto lia. "Não." ele disse categoricamente após um momento.
Siddhartha suspirou, não surpreso com a resposta do irmão.
"Ah, qual é, Bhai! Você rejeitou isso no ano passado - por que de novo desta vez?"
"As garotas eram pegajosas e irritantes. Uma até tentou me convencer a dormir com ela." Arjun rosnou, sua voz carregada de desgosto.
Siddhartha levantou as mãos defensivamente. "Entendi, entendi. Já entrei em contato com a escola sobre isso, e eles disciplinaram as do ano passado. Este grupo será mais profissional." Ele rapidamente acrescentou, "E, para constar, levou dias para te acalmar da última vez. Não queremos uma repetição disso, confie em mim."
O temperamento de Arjun era infame. Diferente da maioria, cuja raiva fervia como uma nuvem de tempestade antes de finalmente explodir, a dele explodia sem aviso - súbita e incontrolável.
Quando irrompia, não havia meias medidas. Controlá-la era uma luta constante, mas quando se libertava, ninguém conseguia contê-la.
"Eu ainda não vou fazer isso." Arjun resmungou entre dentes cerrados, jogando o arquivo de volta na mesa.
"Bem, você não precisa." Siddhartha disse com um sorriso tímido. "Papai já aprovou."
Os olhos de Arjun escureceram instantaneamente, seus punhos se cerrando. A tensão na sala aumentou enquanto sua raiva surgia.
"Espera, espera!" Siddhartha interveio rapidamente, levantando as mãos em rendição. "Antes de você explodir o prédio, me escuta! Papai disse que você pode pegar o projeto ou eu posso."
O olhar de Arjun se aprofundou, mas Siddhartha continuou.
"Então eu peguei. Só estou te avisando caso você veja alguns alunos por aí. Eles vão se reportar a mim, não a você. Além disso, apenas o líder do grupo vai vir aqui para fazer algumas perguntas - uma pessoa. Então, no último dia, toda a equipe virá para entrevistas individuais. Nada muito louco."
O olhar frio e penetrante de Arjun permaneceu em seu irmão.
"Certifique-se de que o líder do grupo fique a três metros de mim. Um movimento errado, e desta vez, o corpo dela será enviado de volta para a escola." ele avisou, sua voz baixa e perigosa enquanto se virava para sair do escritório.
Siddhartha exalou o ar que estava segurando, observando seu irmão sair furioso.
"De todos os irmãos no céu, Deus me deu aquele de quem até Satanás tem medo." ele murmurou, balançando a cabeça.
♡♡♡
"Ainda preocupada com isso?" Veda perguntou casualmente, deitada de barriga para baixo na cama, seus dedos batendo no celular.
Meera, sentada na pequena escrivaninha no canto, olhava fixamente para a tela do laptop.
Ela não tinha digitado uma palavra nos últimos dez minutos, sua mente claramente em outro lugar. Veda percebeu o olhar distante nos olhos de sua irmã, e sabia exatamente o motivo.
Meera estava ansiosa desde que compartilhou com a família sobre o projeto potencial que envolvia a empresa de Arjun Madhav. Apesar das garantias de todos de que ela não seria escolhida, a tensão permanecia.
"Ah... sim, um pouco." Meera suspirou, fechando o laptop.
"Não é só sobre mim agora. Estou preocupada com os outros alunos que podem ser selecionados para ir lá."
Veda olhou para ela com simpatia, oferecendo um sorriso caloroso.
"Você é tão doce, di, mas não há nada que você possa fazer sobre isso. Além disso, e se não for tão ruim quanto todos dizem?"
Os olhos de Meera se arregalaram, seus lábios se abrindo em descrença.
"Não tão ruim? Veda, estamos falando de um chefe da máfia. Uma máfia de verdade. Não há nada de bom nisso! Eles matam pessoas inocentes! Eu ainda não entendo por que a polícia não interveio ainda."
Veda riu levemente, balançando a cabeça.
"Você parece paranoica, di. E denunciar à polícia? Por favor. Máfias não são apenas alguns bandidos de rua ou gangsters de pequeno porte. Esses são verdadeiros empresários, com poder real. Não são o tipo de pessoas que caem facilmente."
Meera ficou sem palavras, mais pela confiança com que sua irmã mais nova falava sobre o mundo da máfia do que pelo conteúdo em si.
"E como exatamente você sabe tudo isso?" ela perguntou, levantando uma sobrancelha.
Veda exibiu um sorriso travesso.
"A internet, duh! Tudo está lá. Não estou usando minhas habilidades de hacker apenas para mudar minhas notas na escola, sabe."
Os olhos de Meera se arregalaram ainda mais. "Espera... O que você acabou de dizer-"
"O ponto é.." Veda interrompeu, sentando-se na cama, "apenas não reze para acabar na empresa dele. É só isso."
Meera suspirou profundamente, balançando a cabeça em frustração.
Veda riu e pulou da cama. "Você está se preocupando demais. Relaxa! Você não vai ser selecionada. E mesmo que seja, eu vou marchar até aquele reitor velho - ainda estranhamente bonito - e dar um chute na cara dele!"
Meera não pôde deixar de rir, as travessuras de sua irmã aliviando um pouco da tensão. Mas, no fundo, a sensação de incerteza ainda a incomodava.
E se as coisas não saíssem como planejado? E se ela fosse selecionada?
As irmãs passaram a próxima hora conversando sobre coisas aleatórias, Veda fazendo o possível para manter a mente de Meera longe de suas preocupações.
Aos poucos, Meera conseguiu se concentrar em seu trabalho, embora o nó em seu estômago nunca desaparecesse completamente.








































































































































































































































































