Preso mais uma vez
Alorea não podia acreditar que seu plano meticulosamente elaborado tivesse chegado a um fim tão abrupto. Ela havia planejado sua fuga por tanto tempo, com medo e indecisão alojados em seu coração, mas ofuscados por seu desejo desesperado de ser uma lobisomem livre novamente.
Embora o lobo dentro dela tentasse convencê-la de que ainda poderia haver uma chance com Nathan, que um dia o amor deles floresceria, ela não podia mais suportar o tormento que havia sofrido por tanto tempo.
Mas agora, seu plano de escapar para sempre parecia ter chegado a um impasse, e ela estava à beira de retornar a um sofrimento ainda maior do que jamais havia experimentado.
Não. Isso não podia acontecer. Ela tinha que encontrar uma saída. Seu coração começou a bater descontroladamente.
Os três lobos estavam se aproximando, e logo Alorea pôde vê-los logo abaixo dela, rondando o chão, tentando sentir seu cheiro.
Eles não podem me ver? Ela se perguntou.
Por um tempo, eles permaneceram abaixo dela, andando em círculos. Era como se estivessem cientes de sua presença ali, mas não pensassem em olhar acima de suas cabeças.
Isso só podia significar uma coisa... Eles não armaram a armadilha. Alorea sentiu seu coração bater ainda mais rápido.
Se aquelas três bruxas não fizeram isso, então quem fez? Ela não conseguia encontrar uma resposta, mas quem quer que fosse, ela tinha certeza de que cair nas mãos deles seria muito melhor do que ser capturada pelo trio e levada de volta para Nathan.
Eventualmente, os lobos seguiram em frente, continuando sua busca em outro lugar. Ela observou enquanto eles desapareciam na noite.
Quando eles estavam longe o suficiente, Alorea começou a procurar maneiras de escapar de sua nova gaiola. Ela precisava voltar para a grama verde e macia da floresta o mais rápido possível, antes que quem quer que tivesse armado a armadilha a encontrasse ali.
"Isso parece ter sido feito para um animal."
Talvez um lobo. Ou um lobisomem. Mas quem armaria uma armadilha para um lobisomem tão perto da alcateia? Ela não conseguia imaginar a resposta; tudo o que sabia era que precisava encontrar uma saída.
Mas não havia saída. Depois de um longo período de luta, Alorea desistiu.
"É o fim? Eu não vou sair daqui?"
Então ela ouviu um barulho vindo de baixo. Imediatamente, ela olhou na direção do som. Olhando para ela estava um homem alto.
Seus olhos eram vermelhos e brilhantes, mas ele não era um alfa. Na verdade, ele não era um lobisomem, pois tinha a pele pálida e rosnava suavemente. Ela o reconheceu imediatamente, ou pelo menos o que ele era.
"Um vampiro..."
"Olha o que temos aqui!" Sua voz era alta e robusta, acompanhada por uma risada. "Uma beleza!"
"Por favor, me poupe..." Ela tentou implorar, embora houvesse pouca ou nenhuma chance de que um vampiro ajudasse um lobisomem. Mas quando vários outros rostos pálidos emergiram das sombras, ela percebeu que era tarde demais para pedir ajuda.
"Meu rei!" Um deles exclamou, referindo-se ao vampiro alto. "Um deles finalmente caiu em nossas mãos!"
"Rei?" Alorea murmurou para si mesma. O homem alto devia ser o infame rei Lycan. Ela sabia algumas coisas sobre ele, nenhuma das quais era reconfortante. Ele era o conhecido inimigo de Nathan, seu maior rival que havia jurado destruir tudo e todos associados ao alfa. Como se seus problemas já não fossem suficientes.
Esse homem não podia descobrir quem ela era, disse a si mesma. Se ele descobrisse que ela era a companheira de Nathan e rainha de seu povo, então seu destino nas mãos dele seria muito pior.
"Finalmente," ele disse. "Você está aqui comigo. Esperei tanto por este dia, Alorea."
"O quê?" Alorea ficou boquiaberta de choque. Sua gaiola foi solta de volta ao chão. A gravidade a puxou, e antes que ela pudesse compreender o que estava acontecendo, ela atingiu o solo com uma força tremenda. E desmaiou com o impacto.
Quando recobrou a consciência, encontrou-se em um grande quarto. Era adornado com cortinas vermelhas e tapetes escuros. Ela estava sentada em uma cadeira no centro do quarto, presa com correntes mais uma vez.
Não havia escapatória; suas mãos estavam presas com uma restrição mágica. Era muito mais forte do que as correntes que a aprisionaram por três anos. Ela não podia rompê-la com sua força, nem podia se transformar em sua forma de lobo.
"Não se incomode, querida luna," uma voz a aconselhou por trás. Quando levantou o olhar na direção da voz, viu o homem alto entrar no quarto.
O homem alto disse, com um olhar cheio de malícia, "Não há milagre que possa libertá-la dessas correntes. Nenhum."
Então ele agarrou suas mãos e aproximou seu rosto do dela. "Você acha que eu não me preparei para este dia? Não, Alorea, eu planejei tudo isso meticulosamente. Com você em minha posse, destruirei aquele filho da mãe. É só uma questão de tempo."
"Como..." Alorea gaguejou. Como ele sabia seu nome? Nem os betas da alcateia de Nathan sabiam que seu verdadeiro nome era Alorea. Como então esse homem...?
Ele apenas riu. "Eu não disse que me preparei minuciosamente para este dia? Apenas espere e veja o que farei com ele, o que farei com aquele bastardo!"
Ele estava se referindo a Nathan? Alorea se perguntou. Esse rei vampiro pretendia usá-la como isca para atrair Nathan para uma armadilha? Ele realmente acreditava que Nathan viria resgatá-la?
"Boa sorte com isso," ela balançou a cabeça. "Ele não se importa comigo nem um pouco. Você está perdendo seu tempo."
Novamente, ele riu. Sua risada ecoou alto no teto alto do quarto. "Você não sabe de nada, mulher. Eu sei de tudo. Tenho planejado tudo isso por muito tempo."
"Do que você está falando?" Ela exigiu, sem medo em seu coração. Ela pode não amar Nathan como antes, mas ouvir esse homem ameaçar sua vida despertou uma fúria dentro dela.
O alto vampiro a circulou. Ele colocou uma mão em seu ombro e continuou com sua voz sinistra. "Deveria ter me apresentado adequadamente. Perdoe-me. Meu nome é Demeatris. Sou o maior rei da minha espécie, aquele que..."
"Eu sei quem você é!" Ela interrompeu impacientemente, sua raiva aumentando.
Ele riu, "Bem, então, você deve saber que sou o nêmesis do seu marido. Desde o início, ele estava destinado a morrer pelas minhas mãos. E eu estava destinado a cumprir essa profecia, usando você como isca. E meu plano está funcionando, lenta mas seguramente."



















































