Capítulo 7: A fúria de Jacob

Jacob se afastou cuidadosamente do abraço de Sofia, seu olhar se voltando para o Sr. Brown que aguardava. "Peço desculpas, Sr. Brown," ele começou, acelerando o passo ao me alcançar, seu tom agora marcado pela introdução, "Permita-me apresentar Lily, minha esposa."

O Sr. Brown parecia despreocupado; um sorriso agradável em seus lábios, "Sem problemas. Sua chave está pronta na recepção."

Os funcionários cuidaram de nossas bagagens, e eu segui atrás de Jacob e Sofia como uma observadora discreta. Em meio ao grupo de hóspedes da ilha, Jacob puxou minha mão, me incentivando a seguir em frente. "Vamos, minha esposa," ele murmurou, e Sofia desapareceu atrás de nós.

A conexão deles continuava me perturbando. Minha experiência em relacionamentos era limitada e falha, mas eu estava determinada a não permitir que esse homem me quebrasse. Focando na deslumbrante paisagem da ilha, observei o sol se pôr no oceano.

Ao entrar no movimentado saguão, crianças se divertiam com brinquedos enquanto adultos lidavam com suas bagagens com entusiasmo.

"Espere aqui," Jacob instruiu, aproximando-se do balcão de informações onde uma atendente atraente o cumprimentou com um sorriso doce, ao qual Jacob respondeu com um sorriso galante. "Olá, Amelia." Ele beijou a mão da moça enquanto ela ria.

Envergonhada pelo comportamento de Jacob na minha frente, virei-me, fingindo me interessar pela vista deslumbrante da costa da ilha. Ao longe, bandeiras coloridas tornavam o ambiente animado. Lembrei-me, "Rose, aproveite este momento. É uma experiência única na vida." Eu estava bem ciente de que, uma vez que Jacob capturasse Lily, eu poderia estar de volta às ruas.

"Você parece perdida. Vamos, há muito o que fazer no nosso quarto." A voz de Jacob cortou meus pensamentos, me impulsionando em direção às nossas acomodações. Ele segurou minhas costas enquanto me conduzia aos nossos quartos, mas para minha surpresa, nos aproximamos de uma porta, e ele carregava uma chave.

"Vamos dividir um quarto?" Senti um pânico repentino.

"Você esqueceu por que estamos aqui?" O sarcasmo de Jacob escorria. "Bem, deixe-me lembrar você novamente. Estamos casados, e estamos em nossa lua de mel. Claro que vamos dividir um quarto." Ele abriu a porta e se virou para mim. "Você vai entrar ou não?"

Entrei apressadamente para evitar que nossa discussão escalasse.

"Feche a porta atrás de você," ele instruiu, jogando sua bolsa de lado e se jogando na cama. Ele estava obviamente cansado, pois fechou os olhos, e eu permaneci parada, lutando com meu papel desconhecido.

Em um murmúrio abafado, ele ponderou, "O que uma esposa normalmente faz durante uma lua de mel?" As palavras acenderam memórias do livro que ele me deu, cujo conteúdo eu só havia lido parcialmente. Com pressa, organizei nossas coisas e pendurei suas roupas no guarda-roupa.

Buscando clareza, perguntei, "Há um quarto conjugado?" Mas Jacob já estava roncando.

Com um suspiro, decidi esperar ele acordar e me joguei no sofá para tirar um cochilo. Ainda estava abalada pela minha experiência no mar. E dormir não é difícil.

A noite caiu, e eu me mexi na escuridão desconhecida quando abri os olhos. Procurando por luz, tropecei antes de encontrar o interruptor e acendê-lo. Eu estava sozinha no quarto. A irritação fervilhava junto com minha fome, mas minha falta de dinheiro me prendia à dependência da boa vontade de Jacob. Depois de um banho rápido e de trocar para um vestido fluido e colorido, reuni coragem para sair e procurar comida—e, com sorte, Jacob.

A frustração borbulhava dentro de mim enquanto marchava pelo saguão—esse homem não tinha o mínimo de educação, me deixando sem meios para comer. "Eu realmente o odeio," murmurei.

"Sra. Alvarez?" O sorriso da recepcionista brilhava no balcão da recepção. "Seu marido deixou um bilhete para você."

Aceitando o bilhete, li as instruções de Jacob: Coma no restaurante; coloque na conta do nosso quarto.

"O restaurante fica na praia, Sra. Alvarez," a jovem mulher aconselhou, ainda sorrindo sem olhar para mim. Agora você sabe que sou a esposa legal. Pensei sombriamente, saindo do balcão sem agradecê-la.

Aproximando-me do restaurante, uma melodia de canção de amor flutuava no ar, suas letras professando, 'E eu te amo, então as pessoas me perguntam por quê.' Uma música antiga, querida entre os apaixonados. Enquanto caminhava pelo caminho que levava ao restaurante, uma série de luzes iluminava meu caminho e me lembrava de uma das obras de arte de William. Ele costumava decorar nossa casa na árvore com luzes de Natal que ele roubava. Pensar em William aquecia meu coração e diminuía meu sofrimento.

Escolhi uma mesa separada dos grupos de comensais; ela estava voltada para o oceano, e o vento frio acariciava minha pele. O garçom me entregou um cardápio. Olhar para o cardápio me fez reviver meu primeiro encontro com Jacob, mas este cardápio era mais estranho para mim. "O que você sugere?" Sorri para o garçom, buscando uma opção segura. O garçom recomendou o prato mais vendido do restaurante, e eu concordei. Ele desapareceu e voltou logo com uma garrafa de vinho.

"Esta é nossa garrafa de vinho de cortesia." Ele me deu um sorriso galante.

"Não, obrigada, mas eu não bebo." Sorri de volta para ele.

"Experimente; você pode gostar," sugeriu uma voz masculina calorosa por trás de mim. Virando-me, vi um homem bonito e barbudo se aproximando da minha mesa, com um sorriso acolhedor. "Sou Tristan Gale, e você é..."

"Rose." Foi tarde demais antes de perceber meu erro.

"Rose... o quê?" Tristan perguntou meu nome completo.

"Pode me chamar só de Rose," respondi com um sorriso, apreciando sua abordagem amigável.

"Posso me juntar a você?" O sorriso magnético do rapaz se estendeu em minha direção. Sozinha e sentindo uma sensação de solidão, acolhi a ideia de companhia.

"Claro," respondi, grata por um novo conhecido.

"Que sorte a minha estar aqui esta noite e encontrar uma bela Rose," ele disse, puxando uma cadeira em frente a mim. Seus movimentos eram calculados enquanto continuava, "Esta é sua primeira vez aqui, certo?"

"Sim," dei de ombros.

"Deixe-me fazer o pedido para você," ele disse, pegando o cardápio.

"Já fiz um pedido com a ajuda de um garçom daqui."

"Ainda assim, gostaria de te oferecer o melhor deste restaurante." Ele chamou o garçom e fez o pedido. Enquanto esperávamos pela comida, ele estava tão confortável conversando comigo como se já nos conhecêssemos.

"Bem, posso fazer uma pergunta?" Tristan inquiriu, seus olhos castanhos focados em mim.

Meu coração bateu rapidamente, com medo do que ele poderia perguntar. Ainda não estou pronta para falar sobre meu estado civil.

"Quem está com você?" Seus olhos estavam fixos em mim.

A apreensão passou por mim. Eu estava hesitante em revelar meu estado civil, mas sabia que precisava. "Estou aqui com... Jacob Alvarez," respondi timidamente.

"O que é isso, Lily?" Uma voz severa vinha de trás, me fazendo tremer.

Os olhos de Jacob estavam ardendo de raiva enquanto ele puxava meu braço, quase me fazendo tropeçar. "Volte para o nosso quarto," ele rosnou. Tentei soltar meu braço de seu aperto, mas estava paralisada por sua aparição repentina e a vergonha que ele me causou.

"Me solta; você está me machucando, Jacob!" Resisti, minha raiva crescendo. "E você está agindo de forma grosseira!"

"Seu comportamento é desrespeitoso e rude. Você é uma mulher casada, mas está jantando com um estranho," ele cuspiu, me puxando com ferocidade e lançando um olhar furioso para Tristan.

"Solte-a." Tristan se levantou para intervir. "A culpa é minha; eu me aproximei dela." Ele tentou explicar, mas o punho de Jacob já estava acertando o rosto de Tristan.

Meu grito encheu o ar, atraindo a atenção de todos os comensais. Sangue escorria do nariz de Tristan, que ele rapidamente limpou com as costas da mão enquanto se preparava para revidar. Mas meu instinto me levou ao centro dos dois homens.

"Pare com isso, Jacob!!!" Gritei e tentei puxá-lo para fora do restaurante com toda minha força, mas falhei. "Isso é embaraçoso! Nós estávamos apenas conversando!"

Jacob se virou para me olhar e, sem hesitação, me arrastou de volta para o nosso quarto e bateu a porta atrás de si. Seus olhos estavam cheios de raiva. "Nunca mais fale com outro homem pelas minhas costas. Você é minha esposa, então não aja como uma vagabunda com outros homens!!!"

"Como você ousa dizer isso para mim?!!!" Minhas lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu retaliava, sentindo-me humilhada. "Deixe-me te lembrar, Sr. Alvarez. Você me pagou para fingir ser sua esposa, o que significa que você não tem o direito de me machucar assim!!!" Virei-me para longe de seu olhar, mas suas mãos me pegaram e me puxaram para encará-lo.

Jacob sibilou. "Enquanto você carregar meu nome como Sra. Alvarez, eu tenho todo o direito de impedir você de brincar e manchar meu nome." Seus dedos apertaram minha carne. "Nosso casamento é real, não falso, e a qualquer momento, eu posso mandar você e seu namorado para a cadeia. Você me ouviu? Enquanto não estivermos divorciados, você não poderá falar com outro homem." Com isso, ele soltou seu aperto, me deixando sozinha na cama, congelada.

O nariz sangrando de Tristan voltou à minha mente, lembrando-me que ele precisava de atenção imediata para seu ferimento. Mas eu não podia fazer nada por ele porque estava presa ao nome de Jacob. E então o pânico, sentindo-me sobrecarregada, pensando. Para onde Jacob poderia ter ido? Ele estava tão bravo quando saiu.

"Oh meu Deus." A ideia de Jacob procurando uma briga com Tristan me deixou apavorada.

Saltei da cama, determinada a encontrar Jacob. Sua raiva havia se mostrado explosiva, e eu não podia permitir que ele machucasse Tristan novamente. Nervosa, saí apressada do quarto, meu coração batendo forte a cada passo. Minha fome foi substituída por ansiedade.

No corredor escuro, olhei ao redor, meus olhos procurando por qualquer sinal da presença de Jacob. O corredor parecia deserto, e hesitei por um momento. Confusa sobre qual direção ele poderia ter tomado. Instintivamente, segui o caminho que levava à praia, esperando interceptá-lo antes que ele fizesse algo de que se arrependesse.

O ar lá fora estava frio e úmido, tocando minha pele enquanto eu corria pelo corredor silencioso. Eu estava preocupada, imaginando para onde ele estava indo com tanta raiva. Eu preciso encontrar Jacob, pensei.

Virando uma esquina, vi a silhueta de Jacob na varanda, olhando para a ilha. Senti-me aliviada por ele não ter ido muito longe. Estava prestes a me aproximar quando outra figura se juntou a ele.

"Obrigada por estar aqui." A voz sedutora de Sofia chegou até mim. As duas figuras se uniram enquanto se beijavam. "Venha comigo, Jacob. Vamos para o meu quarto."

A raiva subiu dentro de mim. Eu queria impedi-los de fazer algo considerado errado em nosso casamento. Senti-me traída e com o coração partido.

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