Capítulo 2: Meu lindo marido bilionário
Ponto de vista de Nora
A vida pode virar uma merda absoluta num piscar de olhos. A minha virou—duas vezes—em um único maldito dia. Primeiro, descobri que meu namorado de três anos, Sam Norton, estava secretamente noivo de uma vaca metida da alta sociedade. Depois, meus supostos pais soltaram uma bomba: eles nem eram minha família de verdade. Eles me venderam para a família Claflin como se eu fosse um pedaço de carne barata.
Desabei no chão do meu quarto, encostada na cama, olhando para o vazio. Sempre me perguntei por que meus pais não davam a mínima para mim. Agora fazia sentido—eu nunca fui deles para começar.
Minha mente vagou para aquela noite no Vibe. Aquele estranho no escuro. Suas mãos ásperas segurando meus quadris, sua boca faminta me devorando, me fazendo perder a cabeça... Fechei os olhos com força. Jesus, sou patética. Nem consegui descobrir com quem eu estava transando. E Sam—o perfeito Sam—planejando seu casamento de conto de fadas enquanto me usava como uma vadia barata.
"Que se fodam todos," rosnei para o quarto vazio.
Ri até as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, o som oco como o inferno, ecoando nas paredes.
Mas talvez essa seja minha fuga. O pensamento me atingiu, afiado e frio, clareando a névoa na minha cabeça.
Na Mansão Claflin, eu teria recursos. Dinheiro. Uma nova chance longe dos idiotas que nunca me quiseram e do desgraçado que me enganou. Alexander Claflin não precisaria de nada de mim—ele não poderia. E quando ele finalmente batesse as botas (uau, isso soou frio), eu estaria garantida para o resto da vida.
Era cruel pra caralho, mas ninguém nesse jogo distorcido estava jogando segundo algum código moral.
Enxuguei minhas lágrimas, endireitei os ombros e desci as escadas para enfrentar meus “pais”.
Eles estavam na sala de estar, minha mãe—Mable—batendo os dedos na bolsa como se não pudesse esperar para acabar com isso. Ambos olharam para cima, chocados, quando entrei furiosa.
"Quero a verdade," disse, minha voz mais firme do que eu sentia. "De onde eu vim? Quem são meus verdadeiros pais?"
Mable trocou um olhar com meu pai, depois suspirou. "Nós não sabemos, Nora. Você tinha dois anos quando te adotamos. A agência não nos deu nenhuma informação."
"Então por que adotar se vocês não queriam uma criança?" A pergunta estava me corroendo por dias.
"Nossos pais não paravam de insistir," meu pai murmurou, evitando meus olhos. "Greg Jr. isso, o bebê da Mable aquilo. Era incessante."
"Você era tão fofa naquela época," Mable acrescentou, seu sorriso falso como o inferno. "Aqueles olhos castanhos grandes, aquelas bochechas rechonchudas."
"Fofa," cuspi, meu tom plano como uma tábua.
"Mas quem se importa? Crianças são um fardo do caralho," ela disse, acenando com desdém.
Meu pai se inclinou para frente, os olhos brilhando. "Agora, com a oferta dos Claflin, todos ganhamos. Nós conseguimos segurança financeira para a vida, e você vai se casar com o homem mais rico da cidade."
"Um homem em coma," retruquei.
"Um homem que pode acordar," Mable corrigiu, sua voz escorrendo falsa esperança. "E mesmo se ele não acordar, você estará garantida, Nora. Não é isso que você sempre quis? Independência?"
Quase ri da ironia. Eles nunca se importaram com o que eu queria.
Olhei para esses estranhos que me criaram, essas pessoas que me viam apenas como um cheque, e tomei minha decisão.
"Eu vou fazer isso," disse, a voz baixa e dura. "Vou me casar com Alexander Claflin."
O alívio nos rostos deles era nojento. Meu pai pegou o telefone, e Mable realmente me abraçou, seu perfume me fazendo querer vomitar.
“Você não vai se arrepender, querida,” ela sussurrou. “Isso é o melhor para todos nós.”
A Mansão Claflin fazia nossa casa parecer uma cabana miserável. Espalhada por pelo menos dez acres, a mansão se erguia contra o céu crepuscular como um pesadelo gótico assustador.
Só eu, em um vestido branco simples, sendo conduzida por corredores por uma governanta de cara fechada.
“O quarto do Sr. Claflin,” ela latiu, abrindo uma pesada porta de carvalho. “A família vai verificar você mais tarde.”
A porta se fechou com um clique que soou como uma tranca de prisão.
O quarto de Alexander não era o que eu esperava - não tinha um clima estéril de hospital, mas era uma suíte de luxo. Uma enorme cama com dossel dominava o espaço, com uma figura imóvel sob lençóis brancos impecáveis.
Eu me aproximei, coração disparado. Este era meu marido agora. Um homem com quem eu nunca tinha falado, nunca tinha namorado, nunca tinha sequer conhecido enquanto estava consciente.
Ele não era o que eu imaginava. A mídia o pintava como um esqueleto definhado, mas o homem à minha frente era... lindo. Maxilar forte, traços perfeitos, cabelo escuro e espesso. Ele parecia um deus grego tirando uma soneca, não algum pobre coitado envenenado em coma.
Estendi a mão, tocando a dele. Um choque de algo—familiaridade—percorreu meu corpo.
Aquelas mãos na minha cintura, segurando forte enquanto ele me fodia sem sentido...
Retirei a mão rapidamente, coração acelerado. Não. Impossível. Minha mente estava me pregando peças, conectando pontos que não existiam porque eu estava estressada e não dormia há dias.
“Isso é insano,” eu sussurrei, inclinando-me mais para estudar seu rosto. “Quem diabos iria querer te machucar? E por que eu estou realmente aqui?”
A pele dele estava quente, a respiração constante. Eu não conseguia deixar de me perguntar de que cor eram aqueles olhos fechados, como era sua voz, se ele estava sequer pensando em algo.
"Quem iria querer te machucar assim?" murmurei, examinando seus traços. "E por que esse casamento?"
“Eu posso responder isso,” uma voz arrastada veio da porta.
Eu me virei para ver um homem me observando. Alto, bem-vestido, com traços que lembravam os de Alexander, mas sem a perfeição. Seu sorriso me deu arrepios.
“Quem é você?” eu perguntei, irritada.
Seus olhos percorreram meu corpo como se eu fosse um pedaço de carne. “Foder a nova esposa do meu sobrinho enquanto ele assiste. Isso é uma emoção e tanto, não acha?”
Eu recuei enquanto ele entrava no quarto, fechando a porta com um sorriso predatório. “Então, você deve ser Robert.”
“Você é ainda mais gostosa de perto. Te vi quando você chegou.” Ele se aproximou, a intenção clara em seu olhar lascivo. “Se ser casada com um vegetal não te excita, eu estou aqui. Posso te dar o que ele não pode—atenção, conversa, uma boa foda de verdade.”
“Saia,” eu sibilei, minhas costas batendo na parede.
Ele riu, baixo e sujo. “Não se faça de difícil. Nós dois sabemos por que você está aqui.” Sua mão disparou, agarrando meu pulso. “Pelo dinheiro. E eu tenho bastante para manter essa boquinha ocupada.”
Eu lutei enquanto ele me empurrava contra a parede, sua outra mão puxando meu vestido, rasgando o tecido enquanto eu lutava. “Pare com isso, seu bastardo! Me solte!”
“Fazendo charminho? Eu adoro isso,” ele rosnou, forçando a boca na direção da minha, seu hálito quente e rançoso.
“Tire. Suas. Mãos. Da. Minha. Esposa.”
A voz—baixa, autoritária e inconfundivelmente acordada—nos congelou.
