Capítulo 03
Ayza
Eu não sei como estou me sentindo, porque já estou começando a me cansar de procurar emprego. Sei que tenho as empresas que herdei e que poderia trabalhar lá, mas ainda não quero me envolver no mundo dos meus pais, é melhor deixar meu primo cuidar de tudo isso.
Decido vestir um vestido tubinho preto, sapatos de salto baixo, um blazer marsala e uma maquiagem básica.
Enquanto caminho em direção à cozinha, ouço um barulho vindo do quarto da Lili. Será que ela perdeu a hora ou cancelaram a convenção?!
Entro no quarto dela e vejo roupas espalhadas por todo lado. Dou uma boa olhada e percebo que são roupas masculinas.
Vou na ponta dos pés até a porta do banheiro e noto que o box está fechado e o chuveiro está ligado.
Isso é estranho.
Meu celular toca e recebo uma mensagem da Lili.
*** Whats On ***
— Amiga, quase perdi meu voo, me divertindo com um gato que acabei de conhecer. Assim que eu chegar, te aviso.
Se cuida. Beijos.
*** Whats Off ***
— Ok Ayza, você precisa se proteger. — Digo isso enquanto procuro algo para me defender. Nesse momento, ouço a porta do box se abrindo. Um arrepio percorre meu corpo inteiro.
No meio do vapor, aparece um jovem, aparentemente bonito. Seu corpo levemente musculoso brilha com a água escorrendo e seu cabelo está sexy com uma gota de água pingando.
Nós dois paramos em um silêncio constrangedor, nos olhamos, ele é, como dizem, um pedaço de mau caminho.
Seu corpo é perfeito, seu abdômen é muito bem definido.
De onde veio esse deus grego, ele é tão bonito que tira o fôlego. Um pedaço de mau caminho. E que mau caminho, hein! E o fato de que nada está cobrindo seu corpo... Sim! Ele está exatamente como veio ao mundo.
Só então percebo que ele é o homem que vi na cafeteria no dia anterior?
Meu Deus! O que ele está fazendo aqui? É o destino?
— O que você está olhando? — ele me pergunta.
Abro a boca para me defender, para explicar a situação, mas nenhuma palavra quer sair. Meu cérebro se recusa a cooperar, nunca vi um homem nu tão de perto, seu pau é enorme, o pensamento me faz corar, e sinto meu rosto esquentar.
— Gosta do que vê, não é? — ele pergunta enquanto caminha em direção ao armário da Lili e começa a mexer nas coisas.
Não vou negar que ele me deixou sem palavras. Eu gosto do que vejo, mas gostaria que o chão se abrisse e me engolisse.
— Foco, Ayza! — me repreendo.
— Porque se você gosta, significa que o tempo que passo na academia vale a pena. — Ele sorri, e que sorriso.
Agora ele não parece o homem carrancudo e frio que era no dia anterior.
Finalmente encontro as palavras que estava procurando.
— Desculpe, mas quem é você? — tento gaguejar. — Por que você está aqui? Este apartamento tem dono. — Finalmente, falei com as pernas trêmulas. — Olha, vou chamar a polícia se você não sair daqui.
Ele sai do armário, uma toalha nas mãos, e me encara.
— Olha, isso está começando a ficar engraçado. — Ele diz com um tom irônico. — Tem uma estranha no MEU apartamento e, depois de me espiar no chuveiro, ameaça chamar a polícia? Inacreditável.
Ele dá um meio sorriso e começa a caminhar em direção à saída do quarto, e eu posso ver suas costas e seu traseiro sem nenhuma cobertura.
— Você sempre anda pela casa nu? — pergunto.
Ele se vira e responde no mesmo tom.
— Por quê? Você vê algum problema nisso? — Finalmente, ele enrola a toalha na cintura. — Acho que não, especialmente pelo jeito que você me olhou agora há pouco.
Ele nem se preocupa em disfarçar.
— Sabe de uma coisa? Deixa pra lá.
Ouço meu celular tocando, olho para o visor e é meu primo.
O homem bonito sai do quarto me deixando sozinha, e meu telefone continua tocando.
*** Conexão On ***
— Zah, como você está?
— Estou com saudades, Brian.
— Não me diga isso. — Ele respira fundo. — Houve um problema com o encanamento no seu apartamento.
— Sério? Droga!
— Sim, mas já estão resolvendo.
— Obrigada.
— Posso saber onde você está morando?
— Com a Lili.
— Aquela gata?
— Sim. — Rio.
— Por que você não se muda para a minha casa?
— Não quero te causar problemas com sua mãe.
— Faz dias que não falamos.
— O que aconteceu?
Brian é filho da minha tia Morgana, foi a mãe dele que me "criou", e ele sempre me defendeu dela.
— Ela queria dinheiro para jogar, mas eu disse não, e ela...
— Já posso imaginar como ela ficou.
— Espero que um dia ela se livre desse vício.
— Eu também.
— E quando você vai começar a trabalhar na sua empresa?
— Estou procurando um emprego.
— Ayza Parker! — ele rosna. — Não acredito nisso.
— Se eu não conseguir nada, prometo te avisar.
— OK! Tenho que desligar, tenho uma reunião em alguns minutos.
— Obrigada.
— Beijos.
— Beijos, até mais.
*** Conexão Off ***
Volto para o meu quarto e me jogo na cama, e lembro do cara ao lado, aquele cheiro de pós-barba, ele tem olhos cor de avelã, um corpo musculoso e, só de pensar nisso, fico arrepiada. Então recebo uma mensagem da Lili.
*** Whats On ***
— Ayza, você está bem?
— Lili, quem é o cara aqui?
— Ah! Você já conheceu o Dylan, eu estava te ligando justamente por isso, ele acabou de me mandar uma mensagem dizendo que acabou de chegar.
— Hmm...
— Ei, mas ele foi rude com você?
— Não, ele só anda pelo seu quarto NU.
— O chuveiro dele queimou, por isso ele usou o do meu quarto.
— Tudo bem!
— Preciso ir.
— Beijos, até mais!
— Beijos.
*** Whats Off ***
Imagens do corpo molhado e musculoso dele, saindo do chuveiro, passam pela minha mente... repetidamente.
Me dá arrepios só de lembrar.
Sai dessa, garota, ele tem namorada e nunca olharia para você.
Já que estamos morando juntos, acho melhor me apresentar direito.









































