Capítulo 04
Vou até a porta do quarto dele e paro. Respiro fundo e então vem a lembrança dele nu. Bato na porta antes de mudar de ideia.
Ele abre a porta e fico aliviada e decepcionada por ele estar vestido, noto que ele está todo suado.
— Sim? — Ele pergunta.
— Acho que não começamos bem.
— Como assim?
— Não estou tentando dormir com você. — Foi a única coisa que me veio à mente, então sinto meu rosto corar e ficar quente.
Meu Deus! Não acredito que disse isso!
— Como vamos viver na mesma casa? — Me recomponho — Achei que deveria me apresentar direito. Meu nome é Ayza. Sou amiga da Lili, vou morar aqui até meu Ap. ficar pronto, acho que ela esqueceu de avisar.
Enquanto escolho as palavras certas para dizer, Dylan me encara.
Eu observo.
— Eu sei quem você é e o que está fazendo aqui. — Ele respira fundo. — Sou o dono desta casa, é claro que sei quem entra e quem sai dela!
Uau! O cara rude do aeroporto voltou.
Não digo mais nada, apenas me viro e vou embora.
Achei que poderia ter um bom relacionamento com o dono da casa, mas vejo que não.
No dia seguinte, estou sentada em frente a um homem que folheia silenciosamente meu currículo, murmurando para si mesmo. Observo a veia pulsando em seu pescoço.
Parece que isso dura horas!
— Acho que você é uma ótima pessoa e adoraria trabalhar com você no futuro, mas— — Droga! Ele vai dizer não. — O único problema é que você não tem experiência. — Finalmente, ele diz com um sorriso irônico.
Que droga! Ninguém me dá uma oportunidade, e ainda exigem experiência além do estágio.
Pelo que fiz.
— Tudo bem, eu entendo, obrigada pelo seu tempo.
É uma pena, mas não vou deixar essa entrevista me desanimar.
Já faz alguns minutos que cheguei em casa e decidi fazer um chá, estou tão desanimada por não conseguir um emprego.
E me sinto aliviada por estar sozinha.
— Droga! — Sussurro para mim mesma quando Dylan entra na cozinha, ele está ao telefone.
Ele parece não me notar, está vestindo um terno preto, e seu cabelo está igual ao de ontem, penteado para trás, o que o deixa muito sexy, então pego meu celular e minha xícara de chá e vou para a sala.
Sento no sofá e lembro do que Brian disse, não sei se quero trabalhar na minha empresa e ter que aguentar minha tia.
Ela sempre vai lá pedir dinheiro para meu primo.
— Desculpe por ontem. — Dylan pede ao entrar na sala.
— Tudo bem.
Dylan apenas dá de ombros e novamente exibe aquele sorriso maravilhoso, faz meu coração disparar.
Pare com isso Ayza, você não pode sentir algo assim por um estranho.
— Está tudo bem entre nós então? — Ele pergunta.
— Sim.
Seus olhos ainda ficam em mim, como se ele estivesse pensando em algo. Sinto-me corar de tão desconfortável que estava.
— Estou morrendo de fome...
— O que você disse? — Gaguejo.
— Acho que vou à feira. Precisa de alguma coisa?
Ele está com fome de comida. Claro, Ayza, e do que mais poderia ser?
— Hum, talvez uma salada de frutas?
— Excelente! Se prepare, saímos em dez minutos. — Ele olha no Rolex. — Dez minutos são suficientes para você?
O quê?! Ele acabou de me convidar para ir à feira? E isso?
— Sim.
— Perfeito.
Talvez morar com ele não seja tão ruim afinal.
— Pode perguntar!
— Perguntar o quê? — Ele me ignora.
— É Ayzy?
— Não. É Ayza!
— Ah, sim. — Ele sorriu. — Vou pegar minha carteira e já volto.
Respiro fundo e levo minha xícara para a cozinha.
— Ayza, vamos! — Sinto um arrepio percorrer meu corpo ao ouvir aquela voz rouca e sexy.
Acabamos de chegar à feira, eu não sabia que havia essas coisas aqui, na maior parte da minha vida, morei na fazenda dos meus avós, e lá tinha tudo que você podia imaginar de verduras, legumes e frutas, aquele lugar era maravilhoso.
Ele olha atentamente para tudo que está exposto.
Pego uma manga.
— Ei, o que você acha que está fazendo?
Dylan me pergunta com um tom de reprovação.
Olho para ele com uma sobrancelha arqueada, esperando uma resposta.
— Não Ayza, você tem que escolher com paciência, observar e sentir a textura. Ele pega a manga das minhas mãos e me mostra os detalhes. — Você não pega as de cima, mas as de trás.
— Ok senhor. — Digo com um sorriso aprovador.
Pego as mangas que estão mais no fundo.
— Essas? — E ele acena com a cabeça.
— Sim! Perfeito.
Ele exibe aquele sorriso irresistível, e de repente, a leve irritação que eu estava sentindo mais cedo desaparece. Como aquele sorriso lindo me afeta.
— Com licença. — Uma senhora se aproxima de nós.
Automaticamente, Dylan e eu nos viramos.
— Sim. — Respondemos juntos.
— Vocês se importariam de pagar para mim?
A senhora veste roupas muito antigas, noto que ela é muito humilde.
— Claro.
— Você é um menino muito gentil. — Ela se vira para sair, mas para e sorri para nós. — E se me permitem dizer, vocês formam um casal muito bonito.
Não sei o que dizer, fico paralisada olhando para ela.
— Ele é muito charmoso. — Diz olhando para mim. — Ela é muito bonita. — Diz olhando para ele.
— Somos apenas colegas. — A única coisa que consigo dizer.
— Sim, só decidimos vir à feira. — Dylan pisca para a senhora, e ela sorri.
— Mesmo assim, vocês dois são lindos juntos. — A senhora fica com as bochechas vermelhas, acena e vai em direção ao outro corredor.
Sinto borboletas no estômago.
— Até que ela é uma gracinha. — Tento quebrar o gelo.
— Gracinha? — Dylan acena com a cabeça e rimos.
— Vou pegar tomate e limão e depois vamos.
— Tudo bem. — Pego mais algumas frutas para mim.
— Precisa de mais alguma coisa?
— Não.
— Vou te deixar em casa, preciso resolver um pequeno problema.
— Eu posso ir a pé. — Era perto.
— Não, eu insisto. — Ele faz uma pausa e olha para mim. — Pode perguntar.
— O quê? — Ele ri. — Você é a garota do aeroporto, não é?
— Sim. — E mais uma vez sinto meu rosto corar. — Desculpe.
— Pelo quê?
— Por te chamar de arrogante. — Rimos.









































