Capítulo Nove

"Precisamos mesmo fazer isso?"

Ela perguntou novamente pela quinta, se não centésima vez, e Lucas decidiu que ela era uma mulher ousada. Ela vinha fazendo a mesma pergunta repetidamente e ele queria selar aquela boca bonita dela com a sua, sabendo que se fizesse isso, ela fugiria e não olharia para trás, o que o ajudava a manter o controle. Eles estavam em uma boutique e ela vinha fazendo a mesma pergunta a cada nova roupa que experimentava.

"Sim, querida,"

Ele respondeu, o que a fez estremecer.

"Pare de me chamar assim," ela murmurou enquanto a vendedora ajustava seu vestido, ele riu e balançou a cabeça.

Quando ele acordou naquela manhã, queria esperar até que ela viesse até ele por conta própria, mas a ideia de ela mudar de ideia o fez sair de casa e ir até a dela. No entanto, ele teve uma surpresa ao descobrir que ela morava com o cara estranho da equipe de design. Ele sabia que eram amigos, mas não sabia que eram tão próximos. Queria perguntar por que moravam juntos, mas sabia que não era da sua conta questionar a vida privada dela, embora isso não o impedisse de querer saber.

"Como está esse?" Ela perguntou, girando para que ele pudesse ver o vestido que estava usando. O vestido parecia feito para ela, com a seda ajustando-se perfeitamente e realçando sua forma elegante. Ele curvou os lábios em um sorriso e fez um sinal de positivo.

Ainda havia a barreira de empregado e empregador entre eles, e ele precisava que essa barreira desaparecesse. Seu pai provavelmente ficaria bravo com a maneira como ele estava conseguindo esse negócio em particular, mas ele não ia desistir. Precisava da aprovação de Reuben, e como não era o único interessado nas propriedades e sabendo que a maioria dos outros era casada, isso o colocava em desvantagem, já que Reuben era um homem de compromisso.

Ele tinha esperado até receber uma resposta dela na noite anterior. Enquanto esperava, pensou no que faria se ela dissesse não. Ninguém mais lhe veio à mente, o que lhe deu uma ideia de quão insalubre sua vida amorosa estava. Não era culpa dele, ele não estava pronto para se estabelecer e escolheu namorar apenas supermodelos e atrizes que também não queriam compromisso, embora não tivesse namorado ninguém há um tempo. Seus pais já estavam pressionando-o para casar, mas ele não queria e não estava pensando nisso. A última vez que esteve pronto para casar, a escolhida mostrou seu verdadeiro lado apenas meses antes do casamento, e ele cancelou tudo.

"Ainda preciso experimentar mais roupas?"

Katrina perguntou, tirando-o de seus pensamentos. Ele olhou para ela e sorriu.

"Não, se você não quiser,"

"Eu não queria desde o começo,"

Ela respondeu com um revirar de olhos. Ela é uma mulher atrevida, e além do fato de que ele pode confiar nela para isso, ela também é muito acolhedora e confortável de estar junto. Se ele algum dia pensasse em se estabelecer, ela seria o tipo de mulher que escolheria.

"Ok, terminamos aqui, vamos para a próxima etapa," ele anunciou, levantando-se e vestindo o casaco. Ele fez um gesto para a vendedora e disse que levariam tudo o que ela experimentou.

"Você está falando sério? Vamos levar tudo? Não me entenda mal, eu amo roupas, mas isso é demais. O que vou fazer com elas quando isso acabar?"

Ela soltou.

"É simples, você pode usá-las no escritório. Nosso próximo destino é a loja de anéis," ele disse, esperando por uma explosão dela, mas em vez disso, ela se aproximou e sussurrou.

"Para que precisamos de um anel?"

Ele não estava pronto para contar essa parte ainda, então apenas sorriu e acariciou o cabelo dela, o que a fez recuar e olhá-lo.

"Você vai descobrir em breve, vamos escolher os anéis, querida," ele disse, puxando-a junto com ele.

"Surpresa atrás de surpresa, no que eu me meti?"

Ela disse mais para si mesma, o que o fez rir. Ela estava murmurando para si mesma há mais de trinta minutos, ele achava isso fofo.

"Você sabe que pode simplesmente me perguntar, não há razão para falar sozinha,"

Ele falou e ela lhe deu aquele olhar mortal ao qual ele estava lentamente se acostumando. Ele decidiu que gostava mais dessa Katrina, a que não fazia tudo para agradá-lo, que mostrava suas emoções e tudo mais. Ela tinha dito um não categórico quando ele escolheu um anel de diamante e manteve sua palavra, acabando por escolher uma aliança de ouro que custava bem menos do que os anéis que ele havia escolhido. Isso não significava que ele não gostasse da outra Katrina; ambas eram a mesma mulher e ele respeitava as duas.

"Eu não entendo, por que compramos anéis? Vamos nos casar ou o quê?"

"Não, não vamos nos casar, mas como eu disse, você vai descobrir em breve."

"Eu odeio surpresas, e mais ainda, eu não gosto de você, Lucas. Prefiro meu chefe, pelo menos ele me diz as coisas diretamente, não guarda detalhes para si. Que namorado você é."

Ela disse, e ele riu alto.

"Pelo menos você está me chamando de namorado, progresso," isso era o que eles precisavam para que a barreira fosse completamente quebrada e ambos pudessem desempenhar seus papéis bem. Ele não gostava de enganar as pessoas, mas não estava disposto a perder o negócio, não quando tinha uma chance de consegui-lo.

"Não se preocupe, eu posso não ser uma atriz, mas sei como funciona,"

Ela respondeu olhando para o colar de esmeraldas na vitrine, verificou o preço e o deixou de lado.

Ele olhou para o colar, sorriu e fez um gesto para a vendedora quando ela não estava olhando. A mulher pareceu entender o que ele quis dizer.

"Para onde vamos agora? Estou com fome, preciso de comida," ela disse ao saírem da joalheria.

"Para o aeroporto, minha senhora,"

Ele respondeu, abrindo a porta do carro para ela.

"Sério? Eu acabei de dizer que estou com fome."

"Eu sei, já fiz preparativos para isso."

"Ah, desculpe, por um momento esqueci quem você era,"

Ela disse, segurando a boca.

"Isso é bom, esqueça quem eu sou, especialmente como seu chefe, e pense em mim como o homem por quem você está perdidamente apaixonada e com quem quer passar o resto da sua vida,"

Ele explicou olhando nos olhos dela, que parecia congelada no lugar.

"Ei, fui muito direto?"

Ele perguntou quando ela não disse uma palavra.

"Não, eu só fiquei chocada, não sou boa em fingir, mas vou tentar."

"É tão difícil assim? Fingir amar?" Ele perguntou, sentindo-se magoado por algum motivo, mas afastou o sentimento.

"Não se preocupe, Lucas, eu vou fazer o meu melhor,"

Ela respondeu.

"Vamos fazer o nosso melhor e, quando finalmente conseguirmos o negócio, vamos comemorar juntos,"

Ele disse com um sorriso enquanto ligava o carro. Ele escolheu dirigir em vez de incomodar seu motorista por diferentes razões, a principal sendo que não queria que muitas pessoas soubessem do papel que ele e Katrina iam desempenhar, para que ela não ficasse desconfortável quando tudo isso terminasse.

Ele olhou para a estrada e viu que ela estava de olhos fechados, provavelmente dormindo ou apenas pensando.

"Katrina, estou feliz que você tenha concordado em fazer isso comigo, prometo que não vou estragar tudo," ele sussurrou para ela.

"É bom mesmo cumprir essa promessa,"

Ela sussurrou de volta.

Eles dirigiram o resto do caminho até o aeroporto em silêncio. Sua cabeça estava cheia de pensamentos sobre o possível resultado dessa viagem. Ao contrário de qualquer outro negócio que ele já fez, esse parecia o mais difícil de todos. Ele nem sabia sua posição, pois, pelo que sabia, muitos outros candidatos estavam à frente dele, não apenas pelo aspecto do compromisso, mas também nos negócios. Ele não sabia se tinha uma chance e, até Reuben tê-lo convidado, ele quase tinha desistido, mas o fato de ter sido convidado significava que ele tinha uma chance e não ia desperdiçá-la, por isso pediu a ela para ser sua acompanhante, evitando correr riscos. Ele já tinha feito outros negócios com Reuben antes e o conhecia bem o suficiente para saber que o velho valoriza homens com mulheres, tão antiquado, mas ainda assim. A propriedade é uma grande mansão em Nova York que, se ele adquirir, espera transformar em um hotel cinco estrelas. Ele só espera conseguir, pois ninguém pode lidar com aquela propriedade melhor do que ele.

Ele decidiu que, se conseguisse o negócio, daria uma promoção para Kat, mesmo que não conseguisse, ela ainda receberia a promoção. Ele devia isso a ela por ajudar em tudo.