Capítulo 6 Não é de admirar que Caspian não goste de você

Quando Galatea estava se preparando para sair do trabalho, a xícara escorregou de sua mão e se quebrou no chão. Desde que Alaric havia partido, ela vinha se sentindo inexplicavelmente inquieta, como se tivesse uma conexão telepática com seu filho—uma ansiedade de que algo estava errado com ele.

Será que Harry ou Elisa estavam em apuros? Ela pegou o telefone para ligar para Mia, mas antes que pudesse discar, uma enfermeira bateu e entrou, "Dra. Galatea, o Dr. Galen pediu para vê-la em seu escritório."

"Tudo bem," respondeu Galatea, guardando o telefone. Ela rapidamente varreu os fragmentos da xícara quebrada antes de se dirigir ao escritório de Galen.

"Você queria me ver, Galen?"

As sobrancelhas de Galen estavam franzidas de preocupação. "Galatea, não posso enfatizar o suficiente o quão importante era você cuidar bem do Sr. Knight. Como você acabou irritando-o?"

"Irritando-o? Parece o sujo falando do mal lavado! É ele quem tem chamado a polícia e causado distúrbios. Eu não o provoquei; ele tem me incomodado deliberadamente," Galatea se defendeu.

"Essas desculpas não vão adiantar," Galen a interrompeu. "O Sr. Knight ligou pessoalmente, exigindo que o hospital a demitisse. Ele fez o pedido, e eu não posso proteger sua posição."

Galatea ficou chocada. Será que Alaric queria que ela fosse demitida? Que cara mesquinho!

A razão pela qual Alaric fez aquela ligação foi devido à sua troca irritante com Caspian. A rebeldia do jovem só aumentou, resultando em ele jogando coisas e chorando desesperadamente para que aquela mulher fosse sua mãe, suas emoções se descontrolando completamente. Felizmente, Cormac chegou a tempo de administrar um sedativo em Caspian.

Depois de desligar com Galen, Alaric voltou ao quarto justo quando Cormac saiu, colocando um dedo nos lábios em um gesto silencioso. Espiando pela fresta da porta, Alaric viu Caspian dormindo na cama. Ele fechou a porta cuidadosamente e se retirou para seu escritório.

"Irritado por causa de uma criança de seis anos—até esse ponto? Vale mesmo a pena?"

Os Knight e os Nash eram velhos amigos de família, e Alaric e Cormac Nash cresceram juntos. Em todos os anos que o conhecia, Cormac nunca tinha visto Alaric tão irritado.

Sem dizer uma palavra, Alaric apenas pegou um cigarro e o acendeu.

"O que exatamente aconteceu?" Cormac estava realmente assustado ao ver Caspian daquele jeito. "Ele esteve bem o ano todo; como ele pode ter tido um episódio assim de repente?"

"Você deveria perguntar à sua irmã sobre isso!" Alaric disse. A condição de Caspian, na opinião de Alaric, podia ser atribuída à influência de Orion. Ele não conseguia entender o que ela poderia ter feito ou dito para provocar tal aversão em Caspian.

"Eu não conseguiria nada dela; Orion nunca me escuta," Cormac disse com um tom mais sério. "Mas falando sério, esse surto repentino indica que a condição dele está piorando. Se deixarmos isso continuar, seu alter ego se solidificará e levará a uma dissociação completa."

"Então, qual é a cura para isso?" Alaric imediatamente ficou tenso. Sua raiva não havia desaparecido completamente, mas a preocupação e a pena eram realmente mais prevalentes agora. "Sempre há um gatilho para esses episódios. No início, o alter de Caspian surgiu devido à sua forte rejeição a Orion, mas nos últimos anos, ele conseguiu manter isso sob controle com medicação. Ele nunca reagiu tão mal a ela antes, então o que aconteceu hoje?"

Cormac estava perplexo. "Você precisa ter uma conversa séria com a Orion. Descubra o que ela disse ou fez para desencadear essa reação no Caspian."

"O gatilho não foi ela desta vez," Alaric respondeu friamente.

Cormac ficou confuso. "Você acabou de dizer que foi minha irmã, e agora está dizendo que não foi. Isso não é contraditório?"

A razão para o colapso de Caspian hoje envolvia Orion, mas o verdadeiro gatilho foi Galatea. Caspian agiu como se estivesse sob um feitiço ao conhecê-la, querendo desesperadamente que ela fosse sua mãe.

"Caspian conheceu uma estranha e de repente quis que ela fosse sua mãe?" Cormac ficou surpreso com a explicação de Alaric, mas se aventurou em sua análise. "Talvez, na mente dele, Orion não seja a mãe que ele procura, e essa mulher encarne o ideal do que uma mãe deveria ser."

"Pare com a análise. Estou perguntando, Caspian pode ser curado?" Alaric insistiu.

"A melhor abordagem é atender às necessidades psicológicas de Caspian," aconselhou Cormac.

"Atender às necessidades psicológicas dele?" Alaric franziu a testa. "Como você propõe que façamos isso? Deixar uma mulher qualquer se tornar a mãe de Caspian?"

"Claro que não!" Cormac, tendo falado impulsivamente, rapidamente objetou. "Alaric, você não pode trair Orion assim. Eu sei que você não a vê romanticamente, mas ela se importa com você desde a infância e esteve ao seu lado durante os três anos em que você esteve em coma."

"Cuide da sua vida!" Alaric retrucou, com um tom de irritação na voz, enquanto saía do escritório e marchava para o quarto de Caspian.

"Que audácia," Cormac murmurou antes de sair da mansão.

Mal ele havia saído, um Maserati bloqueou seu caminho, e Orion desceu do veículo para se juntar a ele em seu carro.

"O que está acontecendo com Alaric agora? Ainda está bravo comigo?" Orion estava esperando em seu carro desde que Alaric a expulsou.

"Não é de se admirar que Caspian não se apegue a você. O garoto está doente, e você está perguntando sobre Alaric em vez de seu filho," Cormac repreendeu, ligando o carro.

"Com você como seu médico milagroso, Caspian ficará bem."

Cormac arqueou uma sobrancelha, "Para onde? Levo você para casa?"

"Não, os pais vão reclamar. Vamos para sua casa."

"Tudo bem, então." No meio do caminho para sua mansão particular, as palavras de Alaric voltaram à mente de Cormac, compelindo-o a perguntar, "Orion, só nós aqui, hora da verdade. Caspian é realmente seu e do Alaric?"

O rosto de Orion se tensionou com a pergunta, traindo um lampejo de ansiedade que desapareceu tão rapidamente quanto apareceu. "É claro que ele é nosso filho."

"Por que você não me contou sobre a gravidez e o nascimento? É algo importante."

"Você saiu furioso, brigou com o papai e deixou o país; por que eu deveria ter contado sobre o bebê?" Orion retrucou.

"Justo, meu erro." Embora duvidoso, Cormac lembrou que Orion realmente havia desaparecido da vida pública naquele ano, o que levou à especulação de que ela tirou um tempo para a maternidade.

Parecia que suas preocupações eram infundadas.

"Só mais uma coisa," Cormac advertiu, um pensamento o levando a acrescentar, "Orion, você me surpreendeu, passando pelo parto por ele sem nem saber se o garoto sobreviveria. Isso é admirável."

"Pare com isso, tá?" A paciência de Orion visivelmente se esgotou, "Mais uma palavra e eu saio deste carro."

"Tá bom, vou calar a boca," Cormac concedeu.

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