Hipnotizado
Naquela época, quando minha melhor amiga foi embora, me deixando literalmente sozinha naquela sala de festa, fiquei alguns bons minutos no mesmo lugar apenas observando aquelas pessoas loucas se divertirem. Quando um maluco quase me banhou com cerveja, corri para fora e sentei na calçada para observar o movimento. E vamos dizer que talvez, mas só talvez, Sophie estivesse certa, havia alguns garotos bonitos e, sim, eles vieram até mim e insistiram em querer ficar comigo, mas eu não queria. Não naquele momento, porque eu, Julie, só queria paz e aproveitar meu momento. Eu só queria aproveitar meu momento ali, livre do meu pai e dos seguranças dele.
Fechei os olhos e levantei a cabeça, depois os abri e admirei o céu e como estava lindo naquela noite, cheio de estrelas. E foi nesse momento que algo me fez virar a cabeça para a direita e vê-lo parado do outro lado. Nem consigo imaginar de onde ele surgiu, mas fez meu coração disparar e foi isso que aconteceu. Não conseguia tirar os olhos dele e notar cada detalhe, mesmo de longe. Nunca tinha visto alguém tão bonito quanto ele e sua beleza realmente se destacava. O garoto que estava a poucos metros de mim era alto, cerca de um metro e oitenta. Ele tinha a pele morena e um sorriso lindo e encantador. Seu cabelo era castanho bem claro, como a cor da areia da praia, e seu sorriso, meu Deus, seu sorriso deixaria qualquer um fora de si. Não conseguia parar de olhar para ele e me sentia boba por isso, e as borboletas no meu estômago só aumentaram quando nossos olhos se encontraram pela primeira vez.
E ele não recuou.
Aquele garoto me deu o sorriso mais bonito que eu já tinha visto, me deixando completamente envergonhada por ter sido pega olhando para ele. Mordi o lábio inferior e abaixei a cabeça porque estava com vergonha. Não conseguia nem tirar aquele maldito sorriso do meu rosto. Reuni coragem e levantei a cabeça e o vi caminhando em minha direção, fazendo meu coração acelerar. Mas aquele encanto foi quebrado quando vi uma garota ruiva muito bonita, por sinal, aparecer no caminho dele e começar a falar com ele. O garoto estava sorrindo, mas não tirava os olhos de mim até que ele voltou sua atenção para a ruiva à sua frente, que o levou para perto dela. Beijando-o com grande entusiasmo. Fiquei assustada com aquela cena e virei o rosto para o lado oposto, me sentindo mal por ter visto aquilo e, ao mesmo tempo, querendo ir embora, e foi assim que fui procurar Sophie. Andei por toda parte e nada dela, até que decidi subir para o segundo andar e procurar nos quartos e foi assim que a encontrei aos beijos com outro garoto, praticamente sem roupas. Graças a Deus eles ainda não estavam lá e, claro, fiquei envergonhada por ter atrapalhado a felicidade do rapaz, que me lançou um olhar sujo.
"Ah Sophie, foi mal, não queria te atrapalhar." Eu disse, saindo.
"É isso aí Julie, é um problema se você não disser o que quer," ela disse, ainda em cima do garoto.
"Eu quero ir embora." Mordi o lábio enquanto falava.
"Mais cedo Ju? A diversão nem começou ainda," ela disse e sorriu maliciosamente.
"O que eu sei é que, bem, não estou me sentindo bem..." eu disse, olhando para baixo, então ouvi ela dispensar o rapaz, marcando outro horário.
"Vem cá Julie, eu te conheço, o que você tem?" Ela bateu a mão no colchão, insinuando que eu deveria sentar ao lado dela na cama.
"Nada, amiga, acho que bebi um pouco e..." tentei inventar uma história.
"Julie vai se ferrar! Você nem bebe, então me conta o que houve," ela insistiu.
Bem, ela realmente me conhecia e me convenceu a contar o que aconteceu. Sei que parece bobo, mas simplesmente aconteceu, e eu não pude evitar, então contei tudo, sem esconder nenhum detalhe, sabendo que depois ela conseguiria arrancar tudo de mim.
"PARA TUDO!" ela gritou, sorrindo, me assustando.
"O que foi?" perguntei, confusa e assustada.
"Ju, você se apaixonou à primeira vista." Fechei os olhos na hora, Sophie estava prestes a começar aquela história de novo, insinuando que eu deveria ficar com alguém, e talvez ele fosse meu grande amor.
"Não exagera, tá? Só porque eu vi esse cara, não significa que me apaixonei assim, de cara." Falei seriamente com ela.
Mas só de lembrar dele, eu me sentia diferente e aquele sentimento era tão estranho porque eu nunca tinha me sentido assim. Era impossível se apaixonar por alguém assim, só de olhar." minha amiga acabou me tirando dos meus pensamentos.
"Ju... JULIE!" Ela disse. Quase me assustei.
"Ah, o que foi?" perguntei.
"Tá vendo? Eu tô falando e você no mundo da lua." Sorri para ela.
"Desculpa. Então, eu só estava pensando..." ela me interrompeu.
"Nele. Você estava pensando nele." ela sorriu para mim.
"Sophie, sério. Já estou ficando assustada com você agindo assim," eu disse, e ela revirou os olhos.
"Julie! Poxa, seus olhos não mentem! Você se apaixonou à primeira vista por esse garoto." Ela sorriu. "Espera, lembra daquele sentimento que você teve mais cedo hoje?" ela disse e eu lembrei na hora.
"Claro que lembro, então, ainda tenho as borboletas no estômago que isso me causou," eu disse.
"Então amiga, foi isso! Ele é o cara e seu sentimento era sobre ele. Sobre você encontrá-lo essa noite." disse Sophie, toda sorridente.
"Hmm... Você sonha mais do que eu, amiga. Mas olha, mudando de assunto, não gostei nada de você me deixar sozinha nessa festa." Comentei e ela fez bico.
"Ah, amiga, desculpa, desculpa! É que tem um gatinho aqui que eu não tô aguentando." Não sei de onde ela tira tanto fogo pra isso, pensei comigo mesma.
"Mesmo assim, eu não conheço ninguém aqui, e fiquei lá fora olhando pro nada." Reclamei.
"Tá bom, foi terrível, eu juro. Olha, prometo que não vai acontecer de novo, tá?" ela disse enquanto segurava minha mão.
"Tá bom, não tem como eu ficar brava com você." Ela abriu um sorriso.
"Ah, vem cá, amiga!" Ela disse e me puxou para um abraço apertado.
Ela me deu um abraço de urso, e conversamos por um tempo. Quando descemos, estava uma bagunça enorme e, dessa vez de verdade, todo mundo naquele lugar usava alguma substância e o cheiro me incomodava.
"Amiga, vou pegar uma bebida e já volto," Sophie disse, e eu revirei os olhos.
"De novo, So? Vai me deixar sozinha?" Perguntei a ela.
"Prometo que não vou demorar, vai ser rápido," ela disse.
"Tá bom, traz algo pra mim também, mas não demora." Falei com ela.
"Claro que não e, olha, ainda não esqueci daquele nosso assunto." Revirei os olhos, e ela sorriu, se afastando logo depois.
Bem, esperei ela voltar por uns dez minutos, e já estava perdendo a paciência com a demora dela. Mas só mais um pouco, e eu vou dar um jeito de ir embora e deixá-la aqui sozinha.
"Boo." Ele fala no meu ouvido, me fazendo assustar.
"Ah Sophie, quer me matar?" Eu disse, assustada.
"Não, primeiro quero que você conheça alguém, um amigo meu, o dono da festa," ela disse.
"Ah engraçado. Bem, ele é o único que você ainda não me apresentou, então onde ele está?" Falei e olhei ao redor.
"Primeiro, ele estava muito ocupado e, segundo, as pessoas não largam dele por nada e nem deixam ninguém chegar perto, parecendo que vão engolir ele." ela reclamou totalmente.
"Hum... Sei." Eu disse, meio duvidando dela.
"Falando nisso, olha ele ali," ela disse, e eu olhei ao redor.
"Onde?" Perguntei, olhando para o canto.
"Lá, ele está parando perto da porta." Quando me virei, levei um choque, o amigo da Sophie era o garoto que eu tinha visto lá fora.
"Sophie, é... Ele!" Falei baixinho.
"Ele quem, Ju?" ela perguntou sem entender nada.
"Seu amigo," murmurei.
"Sim, e daí?" ela disse, e, cara, ela é mesmo minha amiga? Só pode estar fingindo que não percebe.
"Seu amigo, Sophie, ele é o garoto de quem eu te falei." Falei de uma vez.
Com uma velocidade inigualável, ela virou o rosto para mim, parecendo aquela garota do exorcista. Vou confessar que fiquei até um pouco assustada.
"Meu Deus! Sério, Julie? É realmente ele?" ela disse histericamente.
"Claro, Sophie! Eu não tô nem louca." Eu disse, irritada.
"Ah, vou me envolver nessa história, amiga, você tem sorte que ele é um gato. Espera aí," ela disse, e praticamente saiu correndo.
"Sophie, o que você vai fazer?" Gritei para ela, nervosa.
"Vou chamá-lo aqui." ela gritou de volta para mim e andou um pouco mais para frente, para poder chamá-lo.
"Não, por favor, Sophie, não faz isso comigo..." implorei baixinho, já sentindo a vergonha me invadir. No entanto, já era tarde demais.
"Jordan, vem aqui!" ela gritou, chamando a atenção do garoto.
Jordan, esse nome, me deu arrepios assim que o deixei escapar dos meus lábios. O nome dele era charmoso e tinha um som forte.
Minha amiga o cumprimentou, puxando-o para um abraço, e eles conversaram por um minuto, ambos caminhando em minha direção enquanto falavam.
"Me conta, como você está?" Ouvi a voz dele enquanto se aproximavam.
"Estou ótima, não poderia estar melhor e, meu Deus, cara! Como é difícil falar com você!" ela disse, fazendo-o rir.
"Foi mal, juro que não é nada intencional. Estava ocupado resolvendo alguns problemas do meu pai e do nada uma louca me atacou lá fora e me beijou." Ouvi ele dizer e agora, os dois estavam parados na minha frente, eu não conseguia respirar só de vê-lo ali, tão perto de mim e ainda sem notar minha presença.
"Caramba, que horrível! Mas você gosta disso, não é? Afinal, você deixa todas as garotas loucas por você." Sophie disse, e na hora eu me senti uma completa idiota porque acabei sendo uma dessas garotas.
"Não, eu odeio esse tipo de garota. Não tem nada a ver comigo, mas o que você queria tanto falar comigo?" ele perguntou e tirou o celular, eu sorri quando ele abriu a tela, meu coração ficou tão pequeno.
"Lembra que eu te falei sobre trazer uma amiga para sua festa?" Sophie perguntou a ele.
"Sim, claro que lembro," ele disse, ainda olhando para a tela do celular, e continuou digitando "Onde ela está?"
E naquele momento eu queria um buraco para enfiar minha cabeça, a vergonha me consumia.
"Jordan, essa é a Julie e, Julie? Bem, esse é o Jordan." Ele estava tão distraído que não tinha me notado ali, mas assim que Sophie nos apresentou, ele levantou a cabeça e nossos olhos se encontraram.
E tudo parecia perdido naquele momento, só existíamos nós dois naquele instante.
Naquele momento, meu coração bateu mais rápido do que o normal. Realmente parecia que só existiam nós dois. Eu podia ver a cor dos olhos dele, e eles eram de um verde cristalino tão bonito, e brilhavam tanto. Olhei para os lábios dele e passei alguns segundos ali notando como eram rosados, cheios e em forma de coração, e bem no canto da boca havia uma pequena pinta que lhe dava um charme a mais. E agora, sim, desta vez, posso dizer claramente o quão perfeito ele realmente era, porque eu poderia passar horas e horas ali observando-o.




























































