Eu precisava ver você, e não me importa qual seja a loucura, parte I
Sophie veio à minha casa no dia seguinte e realmente me distraiu. Ela me contou sobre sua amizade com Jordan e onde eles se conheceram. Ela ficou me provocando o tempo todo sobre ele e eu contei a ela sobre minhas inseguranças em relação ao que eu sentia por Jordan e o que eu disse a ele. Minha amiga apenas sorriu e disse que eu tinha feito a coisa certa e seguido meu coração. Depois que Sophie foi embora, fiquei sozinha no meu mundo, no meu quarto. A casa não estava mais tão movimentada e Claire também ficaria fora por um tempo, passando uma semana e meia na casa dos parentes, enquanto eu ficaria sozinha. Meu pai vai viajar para o Brasil amanhã. Minha sorte era que Sophia poderia vir me visitar nesse meio tempo. Ela estava saindo do banho quando vi meu celular tocando 'Who Says'. Essa era minha música favorita. Olhei para o visor e aquele número que apareceu na tela me parecia um tanto familiar. Por isso decidi atender.
Chamada ativa
"Alô?" perguntei, mas só ouvi a respiração do outro lado da linha. "Alô?" perguntei novamente.
"Oi Julie, é o Jordan!" Quando ouvi a voz dele, tremi toda, ainda não conseguia acreditar.
"Jordan, oi." Eu disse finalmente.
"Como você está?" Ele perguntou.
“Estou bem, a Sophie estava aqui.” Falei.
“Sim, eu sei, ela me ligou. Precisava ouvir a voz dela, parece que não a vemos há dias.” Eu ri.
“Eu sei, sinto o mesmo.”
“Quero te falar algo sobre o bilhete que você me deu.” meu coração acelerou ainda mais, e senti meu rosto esquentar, de vergonha.
“Olha, me desculpe, você está bem? Talvez eu tenha entendido tudo errado quando você disse que queria ser minha amiga.” Falei rapidamente, sem saber onde enfiar a cara.
“Ei, você não precisa se desculpar, está me ouvindo? Sei que tudo pode parecer confuso para você, mas eu também estou assim. Eu realmente gostei de você, Julie, e isso é muito louco porque eu nem te conheço! Caramba, acho que me apaixonei também assim que te vi.” Notei um sorriso aparecer no meu rosto e quis gritar, para que todos ouvissem o quanto eu estava feliz.
“É perfeito ouvir isso.” Falei para ele.
“É bom poder te dizer isso. Queria te ver hoje, mas entendo a situação, então amanhã estarei te esperando no jardim. A Sophie me contou sobre a conversa que vocês duas tiveram,” ele diz.
“Tenho medo de que algo possa acontecer. Não vou mentir e dizer que está tudo bem. Não está, mas dane-se! Quero te ver." Falei para ele.
“Eu também preciso muito te ver, olhar para você.” Sorri ao ouvir essas palavras. Quando estava prestes a responder, ouvi passos pesados vindo das escadas e percebi que era meu pai.
"Jordan, preciso desligar, meu pai está chegando." sussurrei para ele.
"Ok, te espero amanhã. Beijos e se cuida." ele disse do outro lado da linha.
"Cuide-se também, até logo." Eu disse e rapidamente desliguei a chamada e apaguei o histórico de chamadas, e então meu pai entrou sem bater na porta, todo arrumado.
"Acabou de chegar?" perguntei ao meu pai.
"Pelo contrário, estou saindo" ele disse "Minha viagem para o Brasil foi adiantada, mas, como te disse antes, só volto em um mês." ele completou.
"Tudo bem." Levantei-me da cadeira e fui até ele, dando-lhe um abraço rápido e logo ele saiu. E por mais incrível que pareça, fiquei feliz que ele foi. Não me sentia tão à vontade perto do meu pai desde a última vez que ele me bateu.
Desci para a cozinha e preparei algo para comer e depois subi novamente para o meu quarto. Esse era o único lugar naquela casa onde havia paz e ninguém me vigiava. Deitei na minha cama para ler um livro e, sem nem perceber, adormeci. Acordei com pequenos ruídos batendo no vidro da janela do quarto. Aproximei-me da janela com passos lentos e a abri. Quando me apoiei na varanda, ainda olhando para baixo, fiquei assustada ao ver quem estava lá. Eu não podia acreditar.
"Estou subindo." e assim ele fez, subiu pela parede e veio lentamente em minha direção. Eu ainda estava apoiada na varanda e quando ele finalmente chegou, nossos olhos se encontraram. Eu o olhava com admiração e confusão por ele estar ali, aquilo era loucura.
"Como?" perguntei suavemente.
"Eu precisava te ver, te disse isso." Ele me respondeu.
Meu peito subia e descia, eu estava nervosa e extasiada com tudo aquilo. Meus olhos caíram para os lábios dele, e então voltei a olhar em seus olhos verdes, que tanto me encantavam. Jordan pulou para dentro e ficou cara a cara comigo. Eu era muito pequena comparada a ele, que era enorme, com seus quase dois metros de altura.
"Você disse que só viria amanhã." Eu disse e me aproximei um pouco mais dele e já podia sentir sua respiração batendo no meu rosto.
"Não consegui lidar com a ansiedade. Passei a tarde toda pensando em algo que deveria ter feito naquela maldita festa." ele disse e tocou meu rosto, me fazendo arrepiar completamente.
"E o que seria?" perguntei, olhando seriamente para ele.
Nos encaramos por um momento e mais uma vez tudo ao nosso redor se tornou apenas nada, tudo estava em câmera lenta, até o vento que soprava meu cabelo ficou lento, na frente de nós dois. Jordan acariciou meu rosto e deu aquele sorriso lindo que só ele tinha, fazendo minhas pernas ficarem como gelatina, tão fracas.




























































