Capítulo 3
Assim que Magnus saiu de casa na manhã seguinte, Vivienne pegou o acordo de divórcio e o leu. Em seguida, assinou no local designado antes de colocar os papéis de volta no envelope e deixá-lo sobre o diário dele, garantindo que seria a primeira coisa que ele veria ao voltar para casa.
Exalando profundamente, Vivienne deu uma última olhada ao redor do escritório antes de voltar para o quarto, onde sua mala vazia estava aberta na cama. Ela meticulosamente arrumou suas roupas restantes, prendeu o cabelo em um coque e olhou para o espelho acima da cômoda, o coração pesado de tristeza, antes de sair do quarto.
"A senhora vai a algum lugar?" perguntou Evelyn quando Vivienne desceu as escadas com sua bagagem.
"Sim," respondeu Vivienne firmemente. "Estou deixando este lugar e nunca mais voltarei."
O queixo de Evelyn caiu de choque. "S-Senhora, isso é uma brincadeira? A senhora realmente está deixando o Senhor Magnus?"
"Finalmente voltei à razão," disse Vivienne amargamente. "Percebi o quão cega estive nesses últimos cinco anos."
Evelyn, que sempre foi mais do que uma empregada para Vivienne—quase uma mãe adotiva—assentiu compreensivamente. Mesmo sem Vivienne expressar seus problemas, Evelyn entendia. Meses atrás, Evelyn até sugeriu colocar pílulas para dormir nas refeições de Magnus, roubar seu dinheiro e fugir para longe.
Naquela época, Vivienne riu da ideia, nunca imaginando recorrer a medidas tão desesperadas. Mas agora, enquanto estava prestes a escapar, não pôde deixar de considerar a ideia. Se ao menos ela tivesse drogado ele, roubado seu ouro e desaparecido. Uma única peça de ouro poderia tê-la feito rica além da conta.
Mas sua voz interior zombou do pensamento. Você acha que Magnus a deixaria ir tão facilmente? E ela sabia a resposta. O poder e a influência dele eram vastos demais; a polícia a pegaria em horas, e ele garantiria que ela pagasse caro por desafiá-lo.
"Entendo, senhora," disse finalmente Evelyn. "Então, para onde a senhora vai agora?"
"Não sei," admitiu Vivienne com um suspiro. "Mas tenho alguns... amigos que talvez possam ajudar."
Era uma mentira. Ela não tinha amigos. Sua melhor amiga a abandonou no momento em que ela desistiu de sua carreira por Magnus. E ele a isolou do mundo, aprisionando-a dentro das frias paredes de sua mansão.
A única vez que ela saía de casa era para fazer compras, e mesmo assim, o motorista dele monitorava cada movimento. Uma vez, quando ela demorou dois minutos a mais do que os trinta minutos permitidos, Magnus a puniu proibindo as empregadas de lhe servirem comida por um dia inteiro.
"Muito bem então, senhora," disse Evelyn com um pequeno sorriso. "Por favor, cuide-se."
"Obrigada por tudo, Evelyn," respondeu Vivienne, a voz trêmula enquanto lutava para conter as lágrimas.
"A senhora Vivienne está indo embora?" perguntou uma das empregadas mais jovens, de olhos arregalados, ao entrar na sala.
"Por que você não anuncia isso com um megafone?" repreendeu Evelyn asperamente. "E se o motorista ouvir você?"
"Ele está com o Senhor Magnus na empresa," murmurou a empregada, fazendo biquinho, o que fez Evelyn bufar.
"Você não precisa ser tão dura com ela," repreendeu Vivienne gentilmente. Em seguida, dirigindo-se à jovem empregada, acrescentou: "Sim, estou indo embora. Cuidem-se—e dele também."
"Oh, senhora Vivienne, vamos sentir muito a sua falta," disse a empregada, Emily, com lágrimas nos olhos, o que fez Vivienne suspirar.
"Não chore, Emily," disse ela, dando um tapinha nas costas da empregada. "Eu vou ficar bem. Se eu consegui sobreviver a esse inferno por cinco anos, posso lidar com qualquer coisa."
Seu comentário arrancou risadas da equipe. Quando a risada cessou, Vivienne ofereceu-lhes um sorriso agridoce. "Isso é um adeus."
Com isso, ela saiu da casa, a aura fria da mansão desaparecendo atrás dela enquanto se dirigia à saída da propriedade. Ela tinha apenas cinquenta dólares no bolso e nenhuma poupança. Nenhuma perspectiva de emprego. A realidade de sua situação pairava sobre ela.
"Senhorita, para onde está indo?" perguntou o motorista de táxi quando ela entrou no carro.
"Starbucks," respondeu ela, instintivamente colocando a mão sobre o estômago. Ela não comia desde o dia anterior, e o enjoo da gravidez dificultava manter qualquer coisa no estômago. Tudo o que conseguiu comer foi um pacote de bolachas.
A viagem até o Starbucks levou cerca de trinta minutos. Vivienne pagou o motorista, depois entrou no café, escolhendo o canto mais isolado para se sentar.
"Boa tarde, senhora. Posso anotar seu pedido?" perguntou um garçom, sorrindo calorosamente.
"Boa tarde," murmurou Vivienne. "Apenas um café, por favor."
"Algo mais?"
"Apenas água," disse ela com um sorriso forçado. O garçom assentiu educadamente e se afastou. Ela tinha menos de trinta dólares e não podia nem mesmo comprar os doces que desejava.
A percepção de sua dependência de Magnus a atingiu com força. Ela não tinha saído há nem uma hora e já estava lutando para sobreviver.
"Você é tão patética," murmurou Vivienne para si mesma enquanto o garçom voltava com seu pedido.
"Obrigada," disse suavemente, pegando o café.
O aroma era intoxicante, distraindo-a momentaneamente de suas circunstâncias desesperadoras. Ela terminou o café rapidamente, movida mais pela fome do que pelo prazer. Mas seu estômago ainda roncava em protesto.
Depois de pagar, ela tinha menos de dez dólares restantes. Sem plano e sem perspectivas, tudo que podia fazer era beber água e rezar por um milagre.
Enquanto olhava fixamente para o copo vazio, uma sombra caiu sobre sua mesa. Antes que pudesse reagir, um homem de meia-idade sentou-se à sua frente.
"Quem é você?" perguntou Vivienne cautelosamente, seus olhos examinando-o. O homem parecia rico, vestido com um terno impecavelmente ajustado.
"Desculpe pela minha brusquidão," disse ele, inclinando-se ligeiramente. "Meu nome é Daniel Carter."
Vivienne franziu a testa, a confusão estampada em seu rosto.
"Você é a senhorita Vivienne Marlowe, correto?" ele perguntou.
"Sim," disse ela hesitante. "Do que se trata?"
"Desculpe por demorar tanto para encontrá-la," começou Daniel. "Mas você precisa vir comigo imediatamente. Sua mãe está gravemente doente e deseja vê-la."
Os olhos de Vivienne se arregalaram de choque, seu coração disparado.
"Minha... mãe?" ela sussurrou, sua voz trêmula.
Ela não tinha mãe. Ou pelo menos, era isso que ela acreditava durante toda a sua vida. O que esse homem estava falando?
