Capítulo 7
Quando Jayden desceu do helicóptero com Thomas logo atrás, sua empolgação transbordou. "Mamãe, estamos na América!" ele exclamou, sua voz cheia de admiração enquanto observava o aeroporto vasto e a atividade movimentada ao redor.
Vivienne suspirou suavemente, segurando Jayla perto do peito. Sua filha parecia inquieta, suas pequenas mãos agarrando firmemente a blusa da mãe enquanto seus olhos arregalados examinavam o ambiente desconhecido.
"Tome cuidado, querida," Vivienne disse gentilmente, plantando um beijo na testa de Jayla.
Jayla franziu o nariz e olhou ao redor, seu desconforto evidente. "Este lugar é estranho e quente," ela murmurou, franzindo a testa. "Não gosto da América. Quando vamos voltar para o Canadá, mamãe?"
Vivienne se agachou para ficar na altura dos olhos da filha, oferecendo-lhe um sorriso tranquilizador. "Em breve, querida," prometeu, embora o peso da realidade pressionasse fortemente seus ombros. A mudança para os Estados Unidos não era temporária, pelo menos não a curto prazo. Ela estava comprometida com seu novo cargo de neurocirurgiã em um dos centros médicos mais prestigiados do país por, no mínimo, um ano.
"Em breve tipo logo ou em breve tipo demorado?" Jayla insistiu, seus olhos afiados estudando o rosto de Vivienne em busca de qualquer sinal de desonestidade.
"Logo logo, querida," Vivienne respondeu com uma risada, embora a resposta estivesse longe de ser convincente.
Antes que Jayla pudesse perguntar mais, três homens altos e de ombros largos, vestidos com ternos pretos, se aproximaram deles. Seus óculos de sol brilhavam à luz do sol, e sua presença era ao mesmo tempo imponente e reconfortante.
"Bem-vinda à América, senhora," eles cumprimentaram Vivienne em uníssono antes de se voltarem para Thomas.
"Faz um tempo, senhor," um dos homens disse com um aceno respeitoso.
Thomas retribuiu o gesto, seu tom profissional. "De fato. Leve a bagagem para o carro. Quantos veículos vocês trouxeram?"
"Dois, senhor," um dos homens respondeu.
"Ótimo. Me entregue as chaves do outro carro," Thomas instruiu. Sem hesitar, o segurança entregou as chaves, inclinando-se levemente para Vivienne antes de se mover para carregar a bagagem.
"Quem são eles?" Vivienne perguntou curiosa enquanto seguia Thomas em direção a um elegante Range Rover Defender preto estacionado nas proximidades.
"São da minha empresa de segurança," Thomas explicou casualmente. "Eles ajudam em situações como esta—garantindo uma transição tranquila para um novo local."
Vivienne piscou surpresa. "Você tem uma empresa de segurança?" ela perguntou, levantando uma sobrancelha. "Quantos negócios você gerencia exatamente?"
Thomas riu, abrindo a porta do carro para Jayden e Jayla. Os gêmeos hesitaram por um momento antes de subirem, suas pequenas mãos agarrando as bordas do assento enquanto se acomodavam.
"Uns dez, eu acho," Thomas respondeu com um sorriso.
"Dez negócios? Isso é incrível," Vivienne admitiu, seu tom uma mistura de admiração e descrença. "Eu nunca conseguiria gerenciar algo assim. Provavelmente levaria uma empresa à falência. Honestamente, nem quero pensar no que teria acontecido sem você me guiando na administração das propriedades."
O sorriso de Thomas suavizou enquanto ele a olhava. "Você me lembra muito a Madame Selena," ele disse pensativo. "Não apenas você se parece fisicamente com ela, mas também compartilha sua natureza bondosa."
Vivienne olhou para baixo, tocada pela comparação. "Fico feliz em ouvir isso," murmurou antes de subir no banco do passageiro.
Thomas deslizou para o banco do motorista e ligou o motor. Enquanto o carro começava a se mover, Vivienne refletiu sobre a jornada até aquele ponto. Quando ela havia informado Thomas pela primeira vez sobre sua decisão de voltar para a América para trabalhar, sua reação havia sido imediata e intensa. A preocupação havia passado por seu rosto, e ele implorou para que ela reconsiderasse.
"Você não pode voltar lá sozinha," ele argumentou. "Você conhece os riscos, Vivienne. Prometi à Madame Olivia que iria protegê-la."
Apesar dos protestos dele, Vivienne manteve-se firme, explicando que essa oportunidade era importante demais para deixar passar. No final, Thomas cedeu, mas apenas com a condição de acompanhá-la para garantir sua segurança.
Depois do tumultuoso fim de seu casamento com Magnus, Vivienne confidenciou tanto à sua mãe quanto a Thomas sobre os abusos emocionais que havia sofrido. A indignação de sua mãe foi rápida e feroz, mas a reação de Thomas foi mais silenciosa e calculada. Ele até sugeriu tomar medidas legais contra Magnus, embora Vivienne tenha recusado.
Agora, enquanto o carro acelerava pelas ruas da cidade, Vivienne se pegava pensando no que a aguardava neste novo capítulo de sua vida.
Uma hora depois, eles pararam em frente a um prédio imponente com uma arquitetura moderna e elegante. O concierge os cumprimentou calorosamente enquanto Thomas carregava um sonolento Jayden e uma adormecida Jayla para o saguão.
"Você poderia ter ficado em uma das suas propriedades," Thomas comentou ao entrarem no elevador, com um tom de desaprovação.
Vivienne balançou a cabeça. "Isso teria sido demais," respondeu firmemente. "Não quero empregadas ou algo do tipo. Quero criar Jayla e Jayden de maneira adequada. Não quero que eles cresçam como crianças ricas mimadas que olham os outros de cima para baixo."
Thomas sorriu levemente, seu respeito por Vivienne crescendo ainda mais. "Eles têm seu espírito bondoso como mãe," ele disse. "Não há como eles se tornarem assim."
As portas do elevador se abriram no quinto andar, revelando um espaçoso apartamento de cinco quartos com uma decoração acolhedora e convidativa. O esquema de cores minimalista em marrom e branco imediatamente lembrou Vivienne de seu antigo apartamento no Canadá.
"Eu amo este lugar," ela disse, sua voz cheia de genuína apreciação. "Sua equipe fez um trabalho incrível, Thomas."
"Mesmo?"
"Absolutamente. Está fantástico," confirmou Vivienne com um aceno de cabeça.
O quarto dos gêmeos era particularmente encantador, decorado com pôsteres coloridos de Pokémon e Angry Birds. O amor de Jayla pelo pássaro vermelho e a paixão de Jayden pelo Pikachu eram evidentes em cada detalhe.
"Obrigada pelo design atencioso," Vivienne disse a Thomas, sua gratidão transparecendo.
"Não foi nada, querida," Thomas respondeu modestamente, embora o orgulho em seu trabalho fosse claro.
Mais tarde naquela noite, enquanto Thomas se preparava para ir para o hotel, Vivienne o parou. "Você não precisa ficar em um hotel," insistiu. "Este lugar é mais do que grande o suficiente para todos nós."
Thomas hesitou, mas finalmente concordou, tocado pela gentileza dela. "Obrigado, Vivienne," disse baixinho.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, Magnus estava sentado no banco traseiro de seu sedã de luxo, a caminho de uma reunião crucial de acionistas. Seu telefone vibrou, e ele olhou para a tela para ver o nome de Daniel.
"Sim?" Magnus atendeu, seu tom curto.
"Senhor, ela está de volta," Daniel relatou, sua voz firme.
Magnus franziu a testa. "Quem?"
"Madame Vivienne," Daniel esclareceu. "Ela voltou para os Estados Unidos há cerca de uma semana."
O coração de Magnus deu um salto. Durante anos, ele a procurou, ansiando por uma chance de se redimir. E agora, do nada, ela estava de volta.
"Por que ela voltou?" Magnus perguntou, sua voz traindo uma mistura de esperança e apreensão.
"Ainda estou investigando, senhor," Daniel respondeu. "Mas vou atualizá-lo assim que tiver mais informações."
"Bom trabalho," Magnus disse, encerrando a chamada.
Enquanto as luzes da cidade passavam borradas pela janela do carro, Magnus recostou-se no assento, seus pensamentos consumidos pela notícia. O retorno de Vivienne significava uma coisa: tudo estava prestes a mudar.
