Capítulo 3

POV ALISSON COOPER

Coloquei uma mão sobre a outra tentando controlar meu nervosismo, não entendo por que estou assim, o olhar desse homem me intimida, ainda mais agora pelas palavras da criança, como uma criança pode decidir algo assim? Enquanto a criança falava, senti os olhos do homem em mim, tentei prestar a devida atenção, mas saber que ele estava me olhando me deixava tensa.

"Você tem filhos?" perguntou o menino chamado Peter.

"Não."

"Você é muito bonita, sabia?"

"Obrigada, você também é muito bonito."

"Poderíamos brincar qualquer dia," ele sugeriu.

"Desculpe, mas não podemos, estou sempre trabalhando."

"Mas isso não seria um problema, você pode largar."

Sorri sem humor, para ele, é algo simples e fácil, ele não entende que trabalhamos por obrigação e não porque queremos.

"Eu gostaria que você visse todos os meus carrinhos."

"Devem ser muito legais."

Assim que Peter terminou de comer, ele se despediu de mim, saiu acompanhado por aquele homem e os outros seguranças. Suspirei e voltei ao trabalho, assim que me aproximei da cafeteria, Debbie se aproximou de mim com um olhar curioso.

"O que foi aquilo?"

"Não sei, fiquei tão assustada."

"Você viu quem era?"

"Não o conheço."

"Ele é o empresário mais rico da Suíça... E o mais gato."

"Qual é o nome dele?"

"Kevin Miller."

"Você acredita que aquela criança me deu ordens? E quando eu neguei, o Kevin também mandou?"

"Devem ter gostado de você."

"Chega por hoje, estou indo para casa."

Depois que o dia de trabalho terminou, Debbie me levou para casa, no momento meu único desejo era me jogar na cama e viajar no mundo dos livros. No trânsito, Debbie me perguntou:

"Você pretende fazer algo hoje à noite?"

"Sim."

"O quê?"

"Comer e dormir."

Depois de parar em frente à casa, desci e me despedi, ainda eram cinco da tarde, e a casa estava silenciosa, é nessas horas que sinto falta da Lady Bonnie, nessas horas ela deve estar se divertindo no cruzeiro dela. Assim que entrei na casa, me deparei com a bagunça que estava.

Amarrei o cabelo e liguei uma música, comecei a limpar a casa e terminei às 18h. Depois de terminar, fui para o meu quarto e caminhei em direção ao banheiro, me livrei das roupas, entrei no chuveiro e deixei a água lavar meu corpo e alma, aproveitei e lavei o cabelo deixando-o hidratado e brilhante.

Depois de terminar o banho, colocar um moletom e pentear o cabelo, fui para a cozinha, estava com fome, precisava me alimentar ou a qualquer momento desmaiaria. Abri a geladeira e separei os ingredientes para fazer panquecas. Depois de comer, me aproximei do sofá e me sentei, enquanto comia assistia a algum filme na TV, já não sabia mais que horas eram, as horas passavam, e enquanto estava acompanhada de um pote de sorvete, ouvi a campainha tocar.

Levantei do sofá e me aproximei da porta, quando abri, observei meu pesadelo parado na minha porta, ela estava lindamente arrumada, e em suas mãos havia uma sacola.

"O que você está fazendo aqui?"

"Vim te convidar para sair."

"Não estou com vontade."

"Desculpe, querida, mas você vai."

"Hoje é sábado, Debbie."

"Isso mesmo, é fim de semana e não trabalhamos amanhã. Vá se arrumar."

"Você sabe que eu não gosto de sair à noite." Cruzei os braços. "Para onde você quer ir?"

"Balada!" ela diz e entra pela porta.

"Eu odeio baladas."

"Você não pode odiar algo que nunca experimentou, agora vá se arrumar."

"Eu não vou."

"Você prefere ficar em casa de camisola, assistindo a um filme e comendo besteira?"

"Sim!"

"Aqui!" ela me entregou a sacola que estava em suas mãos.

Olhei para o rosto dela e percebi que ela não mudaria de ideia, suspirei e peguei a sacola, e quando a abri me deparei com um pequeno vestido preto. Fui para o quarto e ouvi ela murmurar vitoriosamente, eu queria estrangulá-la. Depois de tomar outro banho, fui ao guarda-roupa procurar uma lingerie, estava procurando uma mais fina e sexy, mas não havia nenhuma. Nunca gostei de calcinhas tão finas, de renda ou fio dental, acho muito desconfortáveis, eu amava as famosas calcinhas que cobrem tudo, elas são maravilhosas.

Depois de secar meu corpo, coloquei o vestido, olhei no espelho e contemplei a peça no meu corpo, tinha ficado como uma luva, justo e curto, era um vestido tubinho preto, e a peça destacava minhas curvas, com ele no meu corpo eu não precisava usar sutiã, meus seios estavam quase pulando para fora do vestido, nunca usei uma peça assim na vida.

"Você está pronta?"

Debbie entrou no quarto sem avisar, me assustei ao vê-la atrás de mim.

"Bata na porta, e se eu estivesse nua?"

"Para com isso, Alisson, você não gosta da mesma fruta que eu." os olhos dela percorreram meu corpo e me olharam. "Mas por você, eu faria uma exceção, você está muito gostosa."

"Eu me sinto nua."

"Você não está acostumada a usar roupas assim."

"Eu não sei..."

"Você está linda, seu bumbum está empinado, sua cintura está incrivelmente fina, e seus seios estão cheios, você parece uma deusa nesse vestido."

"Você está exagerando."

"Eu sou realista, você é linda, querida, deveria se vestir assim mais vezes."

Debbie se aproximou de mim e olhou para baixo, estreitou os olhos e perguntou:

"Você não está usando calcinha?"

"Minhas calcinhas não são fio dental."

"Você parece uma velha usando fraldas."

"Elas são confortáveis."

"Ok... Sente-se aqui, vou te maquiar." Ela aponta para a beirada da cama.

Com a maquiagem que eu tinha, Debbie começou a me maquiar, pedi para ela não me transformar muito, não queria parecer uma palhaça de circo.

"Você está mais bonita." ela fecha o blush.

Levantei e me aproximei do espelho, fiquei surpresa com a maquiagem que ela fez, eu estava linda, sorri ao me olhar assim, nos meus lábios havia um batom nude, meus olhos estavam levemente marcados, e um delineado bem feito.

"Faltam os saltos."

"Eu não sei andar com isso."

"Você aprende rápido."

Ela tirou os saltos altos de uma sacola, e depois de colocá-los nos meus pés, comecei a me equilibrar até pegar o jeito, depois de estar pronta e com um sentimento de insegurança, nos dirigimos ao carro dela rumo à balada.