Capítulo 6: Salty Much!

POV da Emma

Acordei às 5:30 da manhã seguinte. Escovei os dentes e penteei meu cabelo grosso antes de ir para a cozinha fazer o café de sua alteza.

O relógio bateu 6:00 e o telefone tocou. Ele me instruiu a levar o café até seu quarto no último andar. Caminhei cuidadosamente com o café em uma bandeja para que não derramasse durante a exaustiva subida das escadas. A porta do quarto estava ligeiramente aberta.

Empurrei e chamei por ele. "Sr. Hollen, trouxe seu café!"

Silêncio.

"Sr. Hollen?" chamei novamente.

Ele apareceu da área que presumi ser o banheiro, com uma toalha vermelha enrolada na cintura e outra secando seu cabelo molhado. Seu peito gritava "venha me lamber". A linha em V esculpia perfeitamente seu abdômen de tanquinho. Não pude deixar de admirá-lo. Tudo se movia em câmera lenta, então o maldito café teve que cair no chão.

"Que porra é essa, Emma!"

"Eu... ah... des... culpa," fiquei sem palavras enquanto me abaixava para pegar os pedaços quebrados. "Desculpa, Sr. Hol--"

"Pegue uma vassoura, e não use as mãos. Você está louca?"

As lágrimas vieram. De repente, alguém apareceu atrás dele e segurou sua cintura.

"De onde você tira essas empregadas incompetentes? Ela não consegue nem servir uma xícara de café," disse a mulher com um rosto altivo. Ela era esbelta e também estava enrolada em uma toalha de banho.

Ela deve ser a noiva dele, presumi.

"Pegue os produtos de limpeza e limpe essa bagunça, Emma!" ele ordenou.

Levantei, virei nos calcanhares e corri escada abaixo até o depósito. Meus olhos ardiam com lágrimas, mas rapidamente as enxuguei. Eu tinha que ser profissional, não uma criança. Não podia chorar por causa de um acidente. Foi um acidente.

Voltei ao quarto dele e limpei o derramamento.

"Ah, e quando terminar, venha trocar os lençóis e colocar novos," a mulher me instruiu, como se fosse ela quem me contratou.

"Sim, senhora," respondi.

Ela se virou para o Sr. Hollen e lhe deu um beijo apaixonado, como se eu nem estivesse ali. Meu coração se retorceu no peito, espremendo o sangue.

Eu não deveria estar me sentindo assim, lembrei a mim mesma. Ele nunca olharia para alguém como eu.

Sua noiva parecia uma supermodelo com sua pele oliva, enquanto eu era de um caramelo claro. Ele estava muito fora do meu alcance.

Enxuguei as lágrimas dos meus óculos grandes.

---

Fiz meu café da manhã e esperei Agnes e Halley chegarem.

"Bom dia, Emma. Bem, hoje é o dia em que o trabalho de verdade começa. O Sr. Hollen me instruiu ontem à noite a te informar como fazemos as coisas por aqui," disse Agnes enquanto se movia para fazer seu café da manhã. "Cada empregada tem seu próprio quarto e deve mantê-lo arrumado o tempo todo. Ele não invade nosso espaço pessoal, mas devemos lembrar que esta não é nossa casa. É dele. O Sr. Hollen nos designou para tarefas especiais. Por exemplo, eu sou a chef e responsável pela cozinha. Se algo der errado com a comida dele, sou eu que me ferro. Halley é responsável pela limpeza e organização, e você está encarregada do café dele e de ajudar Halley com a limpeza. Cada uma de nós tem um papel a desempenhar, mas somos uma equipe e devemos agir como tal."

"Você trabalha das 6:00 às 14:00. Você tem folga nos fins de semana e um meio dia de folga por semana. Em nenhuma circunstância você deve limpar o escritório dele, a menos que ele te peça." Ela falava como se estivesse dizendo isso a vida toda.

"Entendi."

"Ele recebeu o café?"

"Não, derramei no quarto dele." Uma lágrima solitária começou a cair.

"Então sirva outra xícara."

Comecei a refazer o café.

Ele entrou na cozinha, vestido com um terno preto elegante e uma camisa azul clara.

"Bom dia, senhor," Agnes cumprimentou.

"Bom dia, Aggie."

"Aqui está seu café da manhã."

"Minhas desculpas, deveria ter informado que vou sair para tomar café da manhã com a Sharon."

"Está bem."

Ele olhou para a xícara de café fresco que eu havia feito, mas a ignorou e simplesmente saiu, deixando seu cheiro masculino na cozinha para me atormentar.

Passei o dia cumprindo minhas tarefas com Halley ao meu lado. Ela ainda era rude, apenas me tolerando porque tinha que fazê-lo. Eu tirei o pó, passei pano, varri, lustrei e envernizei móveis e molduras. Troquei os lençóis e coloquei novos; Halley lavou e dobrou a roupa enquanto me mostrava como usar as máquinas de lavar e secar de alta tecnologia.

"É fácil quando você se acostuma," foi a única coisa gentil que ela me disse.

Logo, era hora do almoço. Agnes preparou o almoço para nós. Comemos na cozinha, não na sala de jantar. Suas habilidades culinárias eram incríveis.

"Estava delicioso," eu elogiei.

"Agnes, posso fazer as compras hoje? Não há muito o que fazer," disse Halley.

Agnes parecia grata. "Obrigada, querida, deixe o Luis te levar."

"Quem é Luis?" perguntei, imaginando se havia mais alguém na casa.

"Ele é um dos motoristas pessoais do Sr. Hollen," Halley respondeu enquanto pegava um papel que estava preso na geladeira. Agnes entregou um cartão a Halley e ela saiu alegremente pela porta da cozinha.

Agnes riu.

---

Na manhã seguinte, acordei e preparei o café dele novamente. O telefone da cozinha tocou assim que terminei. "Traga para o meu quarto," ele ordenou. "E não derrame de novo."

Subi cuidadosamente as escadas e entrei no quarto dele. Coloquei a bandeja com sucesso em um dos criados-mudos. Ele apareceu vestindo uma camiseta branca e calças.

Quando estava saindo pela porta, de repente senti café espirrar nas minhas costas.

"EMMA! Que diabos? Você está tentando me matar?!" Sua língua estava pendurada para fora da boca e ele tossia profusamente.

"O que houve?"

"Prove... isso!"

Provei o café e também cuspi. A maldita coisa estava salgada—puro sal, como se alguém tivesse despejado um quilo de sal nele. Fiquei perplexa. Como isso poderia acontecer?

"Sr. Hollen, não entendo. Fiz o que sempre faço quando preparo café."

"Tire... isso... de perto de mim, antes que eu perca... a... cabeça!"

"Desculpe, vou resolver isso."

Peguei a xícara e corri de volta para a cozinha, quebrando a cabeça para encontrar respostas sobre o que poderia ter causado o café a se tornar uma mina de sal. Provei os grãos de café; estavam normais. Provei a água que usei, sem sal. Verifiquei o pote de açúcar para garantir que era açúcar e não sal. Era açúcar. Estava perdida. O que diabos aconteceu com o café? Refiz uma xícara para mim, provei e também cuspi. Então me dei conta de que havia sal no leite.