Capítulo 6 Negando a cirurgia

Ralap, ainda sorrindo, levou Amelia até Frederick. Quando estava prestes a fazer a apresentação, a geralmente bondosa Amelia falou primeiro: "Eu me recuso a operar nela."

Sua declaração pegou tanto Ralap quanto Amber de surpresa.

Amber, adiantando-se a Ralap, perguntou urgentemente: "Por quê?"

Ralap também olhou para Amelia ansiosamente, igualmente perplexo.

Os lábios de Amelia estavam pálidos enquanto ela se virava para Frederick com um leve sorriso. "Tenho estado completamente ocupada com cirurgias recentemente. Simplesmente não tenho tempo. Há muitos médicos mais habilidosos em nosso departamento. O Sr. Zepho é um talento notável também. Ele poderia realizar a cirurgia da Sra. Roberts e certamente fazê-la de forma mais confiável do que eu."

Ralap estava prestes a se voluntariar, satisfeito com o elogio de Amelia, quando a voz clara de Frederick interrompeu. "Cancele as outras cirurgias, arranje tempo."

Frederick estava firmemente oposto a Amelia. Seu rosto estava inexpressivo, mas sua presença exalava uma pressão inegável. Olhando para Amelia e depois fixando seu olhar em Ralap, ele perguntou: "Isso pode ser arranjado?"

Ralap olhou para Amelia, depois de volta para Frederick. Ele sentiu algo estranho entre os dois, mas em consideração ao quadro maior, prontamente concordou: "Claro que pode."

Depois de falar, ele puxou a manga de Amelia e murmurou baixinho: "Aquela cirurgia simples que você tem amanhã, eu cuido dela. Você só se concentra na cirurgia da Sra. Roberts. O investimento do hospital está dependendo de você."

Amelia franziu a testa, sentindo-se extremamente relutante, e olhou para Frederick com descontentamento. "Não tenho estado no melhor estado de espírito ultimamente. Sr. Hastings, você realmente se sente confortável com eu operando sua namorada? Erros cirúrgicos não são incomuns. Por favor, considere isso cuidadosamente."

A expressão de Ralap se transformou em uma mistura de choque e diversão constrangedora. Ele rapidamente se desculpou com Frederick. "A Srta. Davis pode estar um pouco cansada, por isso sua maneira menos ideal de se expressar. Sr. Hastings, por favor, não leve a mal."

Com um lampejo de raiva, Amelia se virou e foi embora. Levantando os olhos, ela viu Daniel esperando por ela não muito longe.

Ele estava sorrindo e acenando para ela. Notando seu cansaço enquanto se aproximava, ele estendeu a mão para gentilmente bagunçar seu cabelo, olhando para ela ternamente. "Você parece que vai desmaiar. Se está tão cansada, provavelmente deveríamos cancelar nosso encontro de hoje à noite."

O pensamento dos magnatas imobiliários que Daniel disse que apresentaria a ela passou pela mente de Amelia. Se a propriedade parada da família Davis pudesse ser vendida, isso poderia proporcionar algum alívio. "Não, o encontro deve continuar. Não estou cansada de jeito nenhum."

Instantaneamente se animando, ela caminhou até seu escritório e tirou o jaleco. Então saiu com Daniel.

Observando a figura de Amelia se afastando, Amber falou com um toque de inveja: "A Srta. Davis tem um namorado tão amoroso. Ele a deixa de manhã e vem buscá-la à noite."

Levantando o olhar lentamente, ela olhou para Frederick ao seu lado. Ele parecia carrancudo, com uma expressão de irritação indistinta e um olhar profundo e gelado nos olhos. "Pedi ao Felix para ajudar com a admissão. Preciso ir agora."

Frederick saiu com uma expressão inflexível, entrando no elevador sem hesitar.

Amber ficou parada, observando as portas do elevador se fecharem, e de repente apertou a mão que estava ao seu lado.

Daniel levou Amelia direto ao restaurante. Na sala privada, apenas três assentos permaneciam desocupados enquanto os outros já estavam preenchidos.

Quando Daniel entrou na sala, puxou uma cadeira para Amelia se sentar antes de se desculpar com todos com um sorriso. "Desculpem, ficamos presos no trânsito. Obrigado por esperarem."

Todos os presentes eram figurões da comunidade empresarial de Kasfee.

A família Vanderbilt, um nome antigo e estimado em Kasfee, passou anos desenvolvendo seus empreendimentos no exterior, mas sempre manteve suas conexões em casa.

Daniel, agora à frente do legado Vanderbilt, naturalmente comandava respeito, e as pessoas estavam dispostas a lhe dar atenção.

"Está tudo bem, nós acabamos de chegar também," alguém comentou.

"Mas como vocês se atrasaram, têm que beber três copos," exigiram de forma brincalhona.

Daniel concordou com uma risada.

À medida que o encontro começava, Daniel estava atento a Amelia. A conexão especial entre eles não passou despercebida, o que tornou o grupo mais receptivo à perspectiva de fazer negócios com o Grupo Davis.

Quando Amelia discutiu os projetos do Grupo Davis, ela pôde entrar em detalhes, e com o apoio de Daniel, alguns começaram a considerar a ideia de comprar o terreno de que ela falava.

"O foco de desenvolvimento da cidade está mudando para os subúrbios oeste e norte. Parece que o terreno do Grupo Davis nos subúrbios sul não verá desenvolvimento por mais uma década, tornando-o um investimento pouco atraente," alguém apontou.

"Sr. Vanderbilt, tendo acabado de voltar do exterior, você ainda precisa se aclimatar ao mercado e ao crescimento de Kasfee," disse Frederick ao entrar, seu tom indiferente, mas com um toque de zombaria.

Assim que ele chegou, todos se levantaram de seus assentos.

"Sr. Hastings, você não disse que estava ocupado e não poderia vir?" perguntaram.

"Começamos a comer sem você. Foi um descuido."

O coordenador do evento rapidamente se levantou para cumprimentar Frederick, pronto para lhe oferecer o melhor assento.

"Sr. Hastings, por favor, sente-se aqui..."

Frederick, sem olhar para o anfitrião, puxou a cadeira ao lado de Amelia e sentou-se graciosamente.

Amelia sentiu como se a pressão na sala tivesse caído de repente, e ela instantaneamente endireitou a coluna, sabendo que Frederick não facilitaria as coisas para ela. Ela não esperava que ele não apenas deixasse de apoiar o Grupo Davis, mas ativamente atrapalhasse seus negócios.

A atmosfera ficou tensa. Amelia, ligeiramente irritada, olhou de lado para Frederick.

Ele olhou de volta para ela calmamente, seu comportamento composto sugerindo que ele não era o responsável por causar problemas.

Notando a tensão, todos se sentaram na tentativa de relaxar o ambiente.

Amelia controlou sua frustração e estava prestes a falar quando Daniel, sentado ao lado dela, interveio: "Isso pode não ser o caso.

"Sr. Hastings, talvez você tenha esquecido da igreja milenar nos subúrbios sul."

Frederick estreitou os olhos, seu olhar pairando sobre Amelia e Daniel por alguns segundos. Amelia percebeu um toque de zombaria nas profundezas de seu olhar penetrante. Frederick estava prestes a retrucar Daniel quando ela rapidamente estendeu a mão por baixo da mesa e a colocou em sua perna.

Se ele continuasse a falar besteiras, aquele pedaço de terra provavelmente permaneceria invendido!

O toque repentino da mão delicada de Amelia em sua perna fez Frederick sorrir sutilmente, lançando um olhar significativo para sua mão esbelta e clara.

A pele onde ela tocou parecia acender uma pequena chama dentro dele.

No entanto, ela parecia calma e composta. Olhando de lado para ele, forçou um sorriso tão falso que não poderia ser confundido com genuíno.

"Sr. Hastings, embora os subúrbios sul possam não estar dentro do plano do centro da cidade, se a Igreja Milenar fosse transformada em um distrito comercial com atrações para atrair turistas, isso não teria valor comercial também?"

Frederick a observou com um leve estreitamento dos olhos, como se ponderasse seus pensamentos.

Amelia ficou tensa. Ela estava ciente de que a capacidade da família Davis de vender esse terreno dependia da resposta de Frederick.

Seus olhos, bonitos e atraentes, piscaram ligeiramente. Ela o encarou, temendo que ele rejeitasse sua proposta.

"Hmm," Frederick respondeu, seu tom frio e ligeiramente rouco.

"Tal plano pode realmente ter valor."

Amelia suspirou silenciosamente de alívio e lentamente retirou a mão. Mas no segundo seguinte, ele a segurou firmemente.

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