Capítulo 1: O despertar da tempestade

O trovão ribombava ominosamente à distância, anunciando a aproximação de uma tempestade como nenhuma outra que Zariah já havia testemunhado. A princesa guerreira estava no topo da torre mais alta da cidadela real, seus olhos atentos vasculhando o horizonte em busca da fonte da perturbação. Tentáculos de nuvens escuras se enrolavam ameaçadoramente, obscurecendo o sol e lançando uma sombra sinistra sobre o outrora vibrante reino.

Os dedos de Zariah apertaram o punho de sua espada, o peso familiar oferecendo uma sensação de segurança em meio à crescente inquietação. Enquanto o vento chicoteava seus cabelos negros, ela avistou um movimento no céu, uma silhueta massiva cortando as nuvens turbulentas.

"Soem o alarme!" ela comandou, sua voz se sobrepondo ao uivo do vento. "Preparem-se para a batalha!"

Em questão de momentos, a cidadela explodiu em uma atividade frenética, soldados correndo para seus postos enquanto os civis procuravam abrigo. Zariah permaneceu firme, seu olhar fixo na ameaça que se aproximava.

À medida que a criatura se aproximava, sua forma imensa se tornava inconfundível – um dragão leviatã, suas escamas brilhando como obsidiana, suas asas se estendendo pelo comprimento de um quarteirão. Sua mera presença parecia convocar a tempestade, relâmpagos cortando os céus revoltos.

"Impossível," Zariah sussurrou, seu coração batendo forte no peito. "Eles deveriam ser mitos."

As lendas falavam dessas bestas colossais, arautos da destruição capazes de arrasar reinos inteiros com um único golpe de suas caudas. Zariah havia descartado tais contos como histórias fantasiosas usadas para assustar crianças desobedientes, mas agora, a verdade estava diante dela, sua boca aberta em um rugido ensurdecedor.

O leviatã soltou uma torrente de chamas, engolfando uma torre de vigia próxima em um inferno. Zariah rangeu os dentes, sua determinação se fortalecendo. Ela não ficaria parada enquanto seu reino queimava.

"Arqueiros, preparem-se!" ela gritou, sacando sua espada e levantando-a alto. "Vamos lutar!"

Uma chuva de flechas voou em direção ao leviatã, mas a pele do dragão se mostrou impenetrável, os projéteis ricocheteando inofensivamente em suas escamas. Indomável, Zariah reuniu suas tropas, liderando o ataque contra a besta colossal.

Enquanto avançava, a cauda do leviatã chicoteou, demolindo uma seção da muralha externa da cidadela. Escombros caíram, e Zariah rolou para o lado, evitando por pouco ser esmagada. Ela recuperou o equilíbrio, sua lâmina brilhando nos flashes de relâmpagos.

"Continuem pressionando!" ela gritou, sua voz cortando o barulho da batalha. "Não podemos vacilar!"

Soldados cercaram o leviatã, suas armas resvalando em sua pele impenetrável. O dragão parecia indiferente, sua atenção focada no coração do reino, onde residia a família real.

Os olhos de Zariah se arregalaram ao perceber a intenção do leviatã. Sem hesitar, ela correu em direção ao palácio, seus pés batendo contra o chão encharcado de chuva.

"Suas Majestades!" ela gritou, arrombando as portas. "Vocês precisam evacuar imediatamente!"

Mas era tarde demais. A cabeça massiva do leviatã atravessou as paredes do palácio, suas mandíbulas escancaradas. Zariah levantou sua espada, preparada para defender seus monarcas até o último suspiro, quando um rugido ensurdecedor sacudiu os alicerces do reino.

Dos céus tempestuosos, outro dragão desceu, suas escamas crepitando com eletricidade e suas asas levantando ventos de força ciclônica. Os olhos de Zariah se arregalaram de incredulidade ao reconhecer a majestosa criatura – um dragão da tempestade, um ser de imenso poder e fúria.

O dragão da tempestade soltou uma torrente de raios, atingindo o leviatã diretamente no peito. A besta colossal recuou, seu rugido reverberando pelo reino. Zariah observou em admiração enquanto os dois titãs se enfrentavam, sua batalha remodelando a própria paisagem.

Com a atenção do leviatã desviada para o dragão da tempestade, Zariah aproveitou a oportunidade para evacuar seus soberanos. Com o palácio em ruínas, ela os conduziu para a segurança dos túneis subterrâneos, sua mente correndo com as implicações da existência dessas criaturas.

Se as lendas eram verdadeiras, e esses dragões eram realmente reais, então seu reino enfrentava uma ameaça muito maior do que qualquer outra que já haviam encontrado. Zariah sabia, naquele momento, que sua vida nunca mais seria a mesma – ela havia testemunhado o despertar de algo antigo e poderoso, e seu destino havia se entrelaçado com a luta eterna dos dragões.

Com um suspiro profundo, ela fortaleceu sua determinação. Não importava o custo, ela protegeria seu povo e seu reino da fúria dessas bestas míticas. A tempestade havia despertado, e Zariah jurou ser o olho que acalmaria sua ira.

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