Capítulo 5
Os números no velho despertador digital mostravam 20:42 em números vermelhos brilhantes, lançando uma luz estranha sobre o quarto. Divina se sentou na cama, ainda sonolenta, e notou a hora. Ela normalmente confiava no celular para acordá-la, mas seu pai nunca tinha abandonado seu confiável despertador. Esfregando o sono dos olhos, percebeu que tinha dormido por mais de cinco horas seguidas. Isso era muito incomum para ela - afinal, ela sempre estava em movimento.
Alcançando o celular, o coração de Divina afundou ao ver as chamadas perdidas. A maioria era de seus entes queridos - Melissa, sua mãe - mas a última a surpreendeu. Era seu pai... e eles não estavam exatamente se falando no momento.
Apesar da dor de cabeça e do cansaço, Divina não conseguia esquecer os sonhos vívidos que tinham consumido sua mente. Sequestro, homens misteriosos... seu subconsciente tinha estado ocupado mesmo enquanto seu corpo descansava. Mas não havia motivo para se prender a eles. Eram apenas fragmentos de sua imaginação.
Com um suspiro profundo, ela desceu até a cozinha para esquentar seu jantar. Um bilhete de sua mãe, Amy, a esperava. Foi uma refeição quieta e solitária enquanto ela se sentava à mesa de jantar, ponderando sobre os eventos do último dia. Se seus sonhos tivessem alguma verdade - com as divagações de seu avô sobre Fadas Madrinhas Licantropas e tudo mais - isso significava que havia um aspecto totalmente novo em sua vida que ela ainda não tinha descoberto.
Com um senso de urgência, ela pegou seu laptop do quarto e começou a digitar a palavra "Licantropo" na barra de pesquisa do Google. O primeiro resultado que apareceu foi um artigo da Wikipedia detalhando as origens da Licantropia.
Tipo: Humanoide. Em Dungeons & Dragons, um licantropo é um humanoide metamórfico baseado em várias lendas de licantropos, homens-gato e outros seres semelhantes. Além do lobisomem, em Dungeons & Dragons, tigres, javalis, ursos e outras criaturas metamórficas como lobisomens e seres relacionados são considerados licantropos, embora no mundo real, "licantropo" se refira exclusivamente a uma combinação de lobo e humano.
Divina se aprofundou em sua pesquisa sobre licantropos, descobrindo sua habilidade de se transformar entre formas humanas e animais. E então, como se atraída por alguma força mística, ela se viu clicando em uma página dedicada a vampiros.
Embora muitos descartassem os vampiros como meras lendas ou contos de fadas, Divina foi impactada por algo que leu: que os vampiros eram incomparáveis no reino da intimidade.
Imagens de encontros quentes e fantásticos dançaram em sua mente, fazendo-a perceber a solidão que preenchia suas noites silenciosas. Ela ansiava por saber mais sobre essas criaturas noturnas, para se aprofundar além das representações superficiais que tinha visto em filmes.
Mas enquanto estava perdida em contemplação, o som do carro de sua mãe entrando na garagem a trouxe de volta à realidade.
"Aqui, mãe," ela chamou quando Amy entrou.
Divina ficou surpresa com o que viu - as mãos de Amy estavam vazias, uma raridade para uma mulher que geralmente tocava rock alto pela casa enquanto carregava sacolas cheias de compras.
Mas a curiosidade de Divina sobre vampiros superava qualquer confusão que sentia sobre o comportamento atípico de sua mãe. Ela precisava falar com Amy - algumas perguntas precisavam de respostas, e desejos que precisavam ser realizados.
"Mãe, podemos conversar?"
"O que te preocupa, minha querida?" A leve elevação da sobrancelha de Amy traía sua curiosidade e preocupação ao mesmo tempo em que a voz de Divina soava desesperada.
Um suspiro silencioso escapou de Divina antes que ela falasse o que estava em sua mente.
"Eu sou uma Licantropa?" Ela perguntou, as palavras soando absurdas em seus ouvidos. Por que ela sentia que havia mais nela do que aparentava? Todo o estresse tinha causado uma série de sonhos estranhos, mas maravilhosos.
Os olhos de Amy quase saltaram das órbitas, incapazes de esconder seu choque. Ela teve que mudar sua postura rapidamente para evitar levantar suspeitas.
"Uma Licantropa, o que poderia ser isso?" ela respondeu, forçando um sorriso no rosto, "Um vampiro ou um lobisomem?"
O olhar de Divina não vacilou. "Não, você não entende, mãe. Eu sinto que há algo diferente em mim."
Amy riu suavemente. "Você tem se entregado a muitos contos e fábulas, minha querida. São apenas histórias."
"Mas mãe, eu tenho isso--" Divina lutava para articular as sensações que consumiam sua mente.
Os ouvidos de Amy se aguçaram, detectando mais do que mera curiosidade na voz da filha. Havia mais nisso do que aparentava.
"Me diga, você está experimentando algo estranho?"
Divina hesitou antes de responder, "Sim, não, eu não sei."
"Você sentiu algum tipo de agitação peculiar, minha querida? Compartilhe comigo," a voz de Amy baixou, seu tom carregado de urgência. Um Licantropo rondava pela cidade, e não demoraria muito para que os vampiros sentissem seu cheiro. E onde os Licantropos vagavam, os vampiros ficavam por perto.
"Eu tenho tido esses sonhos...com a mesma pessoa," Divina admitiu, hesitante.
"Sonhos? Quem é essa pessoa? Você ouviu a palavra 'Licantropo' em seu sonho?" Amy perguntou, seus olhos cintilando de alarme.
"Não, nada disso. É só que nós... nós nos envolvemos em... atividades de outro mundo," Divina gaguejou, levando a mão aos lábios em mortificação.
"Atividades? Com quem?" A voz de Amy se eriçou com um instinto maternal feroz.
"Mãe, por favor. Você não precisa saber. É só um sonho, e eu nunca vejo o rosto dele," Divina implorou. Embora o homem misterioso agora tivesse o rosto da propriedade de Melissa, ela não ia compartilhar todos os detalhes com sua mãe.
"Você precisa me contar o que está acontecendo com você. É para o seu próprio bem," Amy implorou. As bochechas de Divina ficaram profundamente vermelhas. Não era o momento de revelar à sua mãe que ela não era exatamente uma virgem.
"Eu só sinto que há uma parte de mim que eu não conheço... como se algo tivesse sido tirado de mim," Divina murmurou, inquieta em seu assento.
Amy vacilou. Seria agora o momento oportuno para revelar a verdade a ela? Não, ainda não. Isso poderia colocar a segurança de sua filha em risco de maneiras que ela nem poderia suportar considerar.
"Querida, eu entendo o que você está passando. Você está pensando demais nas coisas. É natural para jovens adultos se sentirem assim às vezes. Não existe nada como Licantropos ou vampiros à espreita por aí," Amy acalmou, sua voz suave.
"Mas - "
"Chega. Isso é o suficiente por hoje," Amy interrompeu firmemente. Ela protegeria sua filha do mundo violento e sangrento das políticas sobrenaturais. Divina merecia nada menos do que segurança completa e absoluta.
















































