Capítulo 4: É só um jantar
“Não. Eu não sou casada. Sou mãe solteira, se é isso que você está perguntando,” respondeu Gwen, um pouco defensiva.
Finn levantou as sobrancelhas com curiosidade, mas Gwen podia ver que ele estava irritado.
“Quem é o pai dele?” Finn perguntou, fazendo Gwen deixar a bolsa cair da mão.
Ela a pegou do chão enquanto pensava no que deveria responder.
Ela não podia contar a verdade. Não estava claro para ela quais eram as intenções de Finn, então não ia dizer nada.
“Olha, Finn. Eu realmente preciso ir. Cody está com sono e já passou muito da hora de dormir dele. Então, se você não se importa…” ela disse, abrindo a porta do carro.
“Espera. Eu…” Finn engasgou com as palavras, sem saber o que dizer, mas não querendo que ela fosse embora tão cedo. “Eu estava pensando se poderíamos sair para jantar algum dia. Eu adoraria colocar a conversa em dia com você.”
Gwen fez um grande esforço para não deixar o queixo cair. Ele estava convidando-a para um encontro?
“Só como velhos amigos, você não precisa se preocupar com isso,” Finn continuou, como se pudesse ler a mente dela.
“Eu não acho que seja uma boa ideia, Finn. Estou na cidade por apenas alguns dias e estou ficando na casa da minha melhor amiga. Não quero incomodá-la pedindo para cuidar do Cody.”
“Você vai embora em breve?” ele perguntou, surpreso.
Ele claramente não esperava essa resposta; quase parecia que estava desapontado.
“Sim, não vou ficar aqui por muito tempo.”
“Mais um motivo para aceitar meu convite então. Não te vejo há anos; quero saber como você tem estado.”
Depois do que ele fez, Finn realmente queria que ela aceitasse?
Ela não podia acreditar nele. Gwen não podia aceitar isso. Obviamente, não terminaria bem. Ela queria abrir essa ferida? Queria saber sobre a vida de Finn durante os anos em que esteve longe?
“Finn, eu não acho que seja uma boa ideia,” ela disse simplesmente.
“Vamos, Gwen. Somos ambos adultos. Qual é o problema? É só um jantar.”
Ela sentiu o rosto corar e ficou brava consigo mesma por agir como uma adolescente. Não havia razão para ficar corada, só porque um bilionário bonito a convidou para jantar.
“Cresça, Gwen,” ela pensou consigo mesma.
“Ok, tudo bem. Só um jantar,” Gwen disse em voz alta, rendendo-se ao charme dele. De novo.
“Ótimo. Amanhã está bom para você? Suspeito que sua amiga não trabalhe aos sábados, não é?” Finn sugeriu com um sorriso que fez Gwen sentir coisas que não eram apropriadas.
“Não, acho que não. Vou pedir para ela cuidar do Cody para mim. Eu te aviso,” Gwen explicou, enquanto Finn colocava a mão sob o sobretudo.
Ele entregou a ela um cartão de visita com seu nome e informações de contato.
“Este é meu número particular. Você pode me mandar uma mensagem com seu endereço. Eu te pego amanhã às 7,” Finn concluiu, colocando as mãos nos bolsos.
Gwen não conseguia pensar em uma postura mais de CEO, e isso quase a fez rir.
Ela assentiu e disse boa noite, apressando-se para entrar no carro e sair daquele lugar o mais rápido possível. Era como se seu cérebro tivesse sido mexido como ovos mexidos de café da manhã. Em um milhão de anos, ela nunca pensaria que encontraria Finn dentro de um estacionamento de shopping. Ele não precisava dizer, mas estava claro que ele a estava rastreando desde que ela voltou para a cidade.
Será que ele estava mesmo procurando por ela desde o início?
Eles não tinham se falado por cinco anos, e suas vidas eram tão diferentes agora.
Assim que chegou à rua, Gwen percebeu o quão estúpido foi aceitar o convite dele. Sobre o que eles iriam conversar? Ela teria que fingir estar interessada na vida dele. Ok, ela meio que estava, mas e se não gostasse do que ele tinha a dizer? E se ele fosse o casado?
Ela estaria de volta para casa com Cody em alguns dias, então não deveria doer jantar com um velho conhecido.
Ela zombou, que piada. Como se Finn pudesse ser considerado um velho conhecido.
Gwen teria que encontrar uma maneira de não cair nos encantos dele.
Finn ainda estava tentando entender o que havia acontecido no estacionamento.
Ele estava morrendo de vontade de vê-la desde que soube de seu retorno, mas não conseguia encontrar o momento certo para fazê-lo.
Então ele percebeu que não existia esse negócio de momento certo. Ele teria que reunir coragem para ir atrás dela se era isso que realmente queria. Caso contrário, não havia como eles se encontrarem ocasionalmente.
Assim que seus olhos captaram Gwen vindo em sua direção, Finn congelou.
Ela estava diferente. Mais madura, e seu cabelo estava mais curto do que ele lembrava, mas sua beleza ainda era a mesma, se não melhor.
Seus olhos, a maneira como ela andava e mexia o cabelo, tudo o que o fazia tão feliz no passado estava bem na frente dele novamente naquele momento.
Ele deveria ser poderoso, rígido e decisivo como o CEO que era. Mas toda vez que ela estava por perto, ele esquecia tudo isso. Era quase como se estivesse sob algum tipo de feitiço.
E então, quando ele pensou que as coisas ainda eram as mesmas, quando começaram a falar sobre a vida em geral, um garotinho o pegou completamente desprevenido ao chamá-la de mamãe.
A princípio, Finn ficou confuso. Talvez não fosse filho dela e ele apenas ouviu errado.
De repente, ele se sentiu perplexo, traído, com raiva. Muitos sentimentos estranhos o atingiram como um soco.
Pensando agora, ele tinha cabelo loiro e olhos verdes, mas poderia ser...?
Não, não era possível.
O garoto não parecia ser tão velho. E simplesmente não podia ser. Finn achou que estava enlouquecendo ao considerar essa ideia. Eles não estiveram juntos por muito tempo, e se Gwen estivesse grávida naquela época, ela teria contado a ele.
Finn balançou a cabeça tentando voltar à realidade.
Ele ia se concentrar no que havia conseguido até agora: Gwen aceitou jantar com ele.
Mas o que ele realmente esperava desse encontro?













































