#### #CHAPTER 5

PERSPECTIVA DE MIA

Finalmente, eu estava começando em uma nova escola. A perspectiva de deixar a antiga, junto com todas as péssimas memórias, me fazia sentir aliviada e animada. Um novo lugar significava uma oportunidade de me redefinir. Eu mal podia esperar para tentar algo novo, e talvez melhor.

Enquanto caminhava pelo corredor, notei que a porta do quarto do meu meio-irmão Xavier tinha uma janela de vidro que permitia uma visão clara do interior. Minha curiosidade falou mais alto, e eu diminuí o passo, espiando sem pensar.

"Uau..." A palavra escapou antes que eu pudesse parar. Xavier tinha acabado de sair do chuveiro, uma toalha frouxamente enrolada na cintura. Seu cabelo úmido grudava na testa, enquanto gotas de água desciam por seus ombros musculosos e peito definido. A visão de seus abdominais bem definidos e cintura em forma de V fez meu coração disparar. Como alguém pode ser tão bonito?

"Pare de encarar, Mia," eu disse a mim mesma, desviando o olhar. Mas, por mais que eu tentasse, não conseguia evitar. Meu olhar voltou para ele. Ele parecia um deus grego, seus músculos esculpidos à perfeição. Mordi o lábio e senti o calor subir nas bochechas. Você não deveria estar olhando para seu meio-irmão desse jeito.

Quando estava prestes a sair, ele pegou a toalha e a removeu para se secar. Meus olhos se arregalaram ao ver seu corpo completamente nu, meu olhar se movendo vergonhosamente para baixo até seu longo, duro—"Ah não," exclamei, tropeçando para trás e perdendo o equilíbrio. "Ai!" Minhas costas bateram na parede com um baque forte. "Ai!" Gemi, segurando a cabeça, envergonhada e com dor. O que exatamente estava errado comigo?

Voltei minha atenção para o quarto dele e, para minha surpresa, Xavier havia se virado. Seus olhos se fixaram nos meus, e seu rosto era uma mistura de descrença e raiva. Meu coração afundou. Por favor, que isso seja um pesadelo.

Ele rapidamente pegou a toalha e a enrolou novamente na cintura, seu maxilar se contraindo. "Você está falando sério agora?" ele rosnou, correndo para a porta. Parei, envergonhada demais para me mover, meus pensamentos correndo sobre o que eu tinha acabado de fazer.

Antes que eu pudesse responder, ele chegou à porta de vidro e puxou a cortina com um movimento brusco e zangado. Fiquei ali, petrificada, enquanto seu olhar negro me atravessava mais uma vez. Ele está furioso. Claro que está. Você simplesmente ficou olhando para seu meio-irmão como uma lunática.

"Se controle, Mia," eu disse baixinho, forçando-me a me mover. "Você já se fez de boba. Não piore as coisas."

Nesse momento, a voz do meu padrasto ecoou do andar de baixo. "Mia, você está bem?"

"Eu—eu estou bem!" Eu respondi, minha voz trêmula. Não, eu não estou bem. Acabei de ver meu meio-irmão nu. Eu me encolhi, sentindo a vergonha me invadir em ondas. O que eu estava pensando?

Olhei para a porta, meio esperando que Xavier saísse correndo e gritasse comigo, mas a cortina permaneceu firmemente fechada. Eu preciso sair daqui.

Corri pelo corredor, meu coração batendo forte enquanto subia as escadas dois degraus de cada vez. Quando cheguei ao final, Lorde Atwood estava esperando, sua expressão cheia de preocupação.

"Você tem certeza de que está bem?" ele perguntou, seu olhar fixo no meu.

"Sim, só estou desajeitada esta manhã," forcei um sorriso enquanto minhas bochechas queimavam. "Eu, hum, esbarrei na parede."

"Tome cuidado," ele disse gentilmente. "Lembre-se, se precisar de qualquer coisa, pode sempre vir até mim."

"Obrigada, pai," eu disse, abaixando a cabeça. Se ao menos você soubesse o que aconteceu. Nunca me senti tão envergonhada na vida.

Caminhei em direção à porta, tentando afastar a imagem da expressão furiosa de Xavier. Como vou encará-lo de novo? A pergunta ecoava na minha mente, fazendo meu estômago revirar. Eu teria que vê-lo novamente, e só de pensar nisso, queria me esconder debaixo de uma pedra.

"Esqueça isso," disse a mim mesma firmemente enquanto saía. O ar fresco tocou meu rosto, me relaxando um pouco. "Você tem uma escola nova para se preocupar. Concentre-se nisso."

Mas por mais que eu tentasse, não conseguia me livrar da imagem do corpo dele ou da expressão zangada em seu rosto. Ótimo trabalho, Mia. Primeiro dia, e você já tornou as coisas estranhas.

Respirei fundo e endireitei os ombros. Talvez ele esqueça, pensei, embora soubesse que isso era duvidoso. "Apenas evite-o," disse a mim mesma, com uma esperança vã na voz. "Evite-o e tudo ficará bem."

Eu estava no meio dos meus pensamentos, tentando reunir forças para passar pelas portas da escola, quando as palavras de Diego me trouxeram de volta à realidade.

"Mia, pedi ao Rolex para te levar à sua antiga escola hoje," ele comentou calmamente, mas com firmeza.

Olhei para ele, meu coração afundando um pouco. "Mas... eu pensei que iria para uma escola nova?" Minha voz mal passava de um sussurro. A perspectiva de enfrentar minha antiga escola e os tormentos me enchia de medo.

Diego assentiu, percebendo minha hesitação. "Você vai eventualmente. Por enquanto, no entanto, você voltará para sua antiga escola. É perto da clínica do Rolex, então você pode continuar seus estudos lá enquanto resolvemos as coisas."

Meu rosto ficou pálido. "Minha antiga escola?" repeti, minha voz trêmula. Eu ainda conseguia ver os rostos das pessoas que tornaram minha vida miserável e ouvir suas risadas zombeteiras. A ideia de voltar me dava náuseas.

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