#### #CHAPTER 7
PONTO DE VISTA DE MIA
Evitei seus olhos, planejando passar despercebida, mas ela não permitiu. Antes que eu pudesse contorná-la, ela agarrou meu braço e me puxou de volta com força. Suas unhas afiadas cortaram minha pele, mas eu mordi o lábio e me recusei a demonstrar o desconforto.
"Onde você pensa que vai?" ela rosnou, se aproximando. "Acha que pode voltar depois de reclamar de mim? Acha que vai sair impune?" Sua voz aumentou, capturando a atenção dos alunos ao nosso redor.
"Eu não reclamei com a diretora," respondi rapidamente, tentando manter a voz firme. "Eu não disse nada sobre você, Aria. Eu não queria voltar."
"Mentira!" Sua mão subiu, agarrando um punhado do meu cabelo e puxando com força. "Acha que eu não sei o que você fez? Você informou a diretora sobre mim e a janela, e agora vai pagar por isso." Ela me deu um tapa tão forte que vi estrelas.
Cambaleei para trás, minha bochecha doendo, mas me mantive de pé. "Eu juro, Aria, eu não disse nada—"
"Cala a boca!" ela gritou, me interrompendo. "Acha que pode se safar dessa? Você não é nada aqui, Mia. Meu pai é o Beta do Rei Lycan. Ninguém nesta escola se atreveria a me desafiar. E mesmo assim, você está agindo como se pudesse."
Antes que eu pudesse responder, ela me puxou para o pilar de pedra no pátio, seus seguidores ao meu redor como abutres. Tentei resistir, mas eles eram fortes demais. Rapidamente amarraram minhas mãos atrás das costas e ao poste, me imobilizando enquanto uma multidão se reunia para assistir.
"Muito bem, pessoal!" Aria gritou com um sorriso maldoso no rosto. "Quem fizer ela sangrar vai ganhar R$ 100 de mim! Vamos ver quem é corajoso o suficiente."
Meu coração disparou no peito, o terror crescendo enquanto a plateia sussurrava e os alunos avançavam ansiosos. Eu podia ver nos olhos deles: não estavam fazendo isso apenas pelo dinheiro. Eles gostavam. Eles adoravam ver alguém mais fraco sofrer.
O primeiro golpe veio rápido, um soco na minha lateral que tirou meu fôlego. Eu ofeguei, lutando para me manter de pé, mas os golpes continuavam. Minha visão escureceu e eu mal conseguia ouvir as risadas por causa do zumbido nos meus ouvidos.
"Aria, por favor, pare com isso," consegui implorar entre ofegos. "Isso não está certo. Você não pode continuar fazendo isso."
Os olhos de Aria se estreitaram, e ela me deu outro tapa, mais forte que antes. "Cala a boca! Você é apenas uma perdedora sem lobo. Não aja como se de repente tivesse criado coragem."
Eu me sentia entorpecida pela dor dos golpes combinada com a humilhação de estar tão impotente. Mas me forcei a olhar para ela, mesmo que minha visão estivesse turva.
"E o que é essa roupa?" Aria zombou, dando um passo para trás para me examinar. "Você acha que pode vir para a escola vestida assim?" Ela pegou um batom de um vermelho escuro de sua bolsa e o espalhou pelos meus lábios e até o nariz, rindo como uma louca.
"Olhem para ela!" Ela gritou para a multidão. "Ela não está linda agora?"
A multidão zombava, e suas risadas enchiam o ar. Minhas bochechas queimavam de vergonha, e tudo o que eu queria era fugir dali. Mas Aria não tinha terminado.
"Ah, mas espera, ainda falta alguma coisa," ela comentou, pegando uma tesoura. Ela sorriu enquanto deslizava as lâminas pelo meu cabelo. "Talvez um corte de cabelo conserte esse desastre."
Fechei os olhos, me preparando para o inevitável. Mas antes que a tesoura pudesse alcançar meu cabelo, uma voz grave rompeu o barulho.
"O que diabos está acontecendo aqui?"
Meus olhos se abriram a tempo de ver Rolex atravessando a multidão, a raiva emanando dele. Aria instantaneamente se afastou, deixando cair a tesoura como se fosse veneno. A multidão começou a se dispersar, entendendo que a brincadeira tinha acabado.
Rolex se aproximou de mim, seus olhos suavizando brevemente enquanto soltava minhas mãos. "Mia, quem fez isso com você?" Sua voz estava tensa de raiva, e seus olhos vasculhavam a multidão em busca de respostas.
Balancei a cabeça, incapaz de formular qualquer palavra. Eu estava muito cansada e destruída.
A expressão de Rolex se obscureceu enquanto ele se virava para confrontar Aria e suas companheiras. "Foi você?" ele rosnou, se aproximando. "Ou foi um dos seus capangas?"
Aria estremeceu, sua confiança desaparecendo. Ela olhou para o lado, recusando-se a responder.
Rolex colocou sua jaqueta nos meus ombros, escondendo minhas roupas rasgadas. "Se algum de vocês chegar perto dela de novo, juro que vão se arrepender," ele disse, sua voz gelada. "Querem testar?"
Ninguém se atreveu a se mexer. Aria tentou manter a cabeça erguida, mas até ela parecia aterrorizada. Observei o grupo desaparecer lentamente, murmurando entre si.
Rolex voltou para mim, seu rosto ainda tenso de raiva. "Vamos," ele murmurou, me direcionando para sua moto.
Assim que chegamos, ele não perdeu tempo. "Por que você não se defendeu?" ele questionou, claramente frustrado.
Não consegui encarar seu olhar. "Eram muitos... Eu tentei—"
"Sem desculpas," ele exigiu. "Se você quer fazer parte da minha família, deve se comportar de acordo. Não deixe que as pessoas te tratem assim."
Seus comentários doeram, e eu mordi o lábio, tentando não deixar minhas emoções tomarem conta. "Desculpa," murmurei.
Ele gemeu e balançou a cabeça. "Olhe nos meus olhos quando estou falando com você."
Me obriguei a encarar seu olhar. Seus olhos brilhantes perfuravam os meus, procurando algo—talvez força ou resolução. Mas eu não tinha ideia se ainda possuía qualquer uma dessas coisas.
Depois de uma longa pausa, ele olhou para o lado e passou os dedos pelo cabelo. "E pare de usar essa camiseta transparente," ele disse, seu tom suavizando. "Você só está dando mais motivos para eles te atacarem."
Pisquei, perplexa e envergonhada com seu comentário inesperado. "Não é tão ruim assim..."
"Apenas pare," ele murmurou, enquanto ligava a moto. Ele fez um gesto para que eu subisse. "Segure firme."
Coloquei meus braços ao redor dele enquanto ele partia, deixando a escola, Aria e todos os murmúrios para trás.
