Capítulo 4: Mudando-se
Joella
"Parece que esta é a última," disse Morgan, deixando a caixa no meu novo quarto e se jogando no chão ao lado dela.
"Obrigada, gente, por me ajudarem," eu disse, colocando outra caixa no chão.
"Claro. Você sabe que sempre estamos aqui para ajudar," disse Ashley com um sorriso.
"Ah, mais como Ashley está tentando se aproximar de Michael, então claro que ela ia ajudar," brincou Tanya.
O rosto de Ashley ficou vermelho enquanto todos nós caíamos na risada.
"Está tudo bem, Ash. Ele é fofo. Acho que ele gosta de você também," eu disse, sorrindo.
"Sério?" ela perguntou, hesitante.
"Ah, sim! Por que não gostaria? Você é linda!" Morgan acrescentou, beliscando a bochecha de Ashley.
Ashley afastou a mão dela, mas um sorriso surgiu em seu rosto.
"Que horas são?" eu perguntei, olhando ao redor.
Morgan pegou o celular. "3:30."
Tanya pulou e pegou seus sapatos. "Droga! Desculpa, gente, tenho que ir. Prometi para minha mãe que iria ao shopping com ela."
"Tá bom, até mais. Obrigada de novo!" eu gritei enquanto ela acenava e saía correndo pela porta.
Uma batida veio na porta, e Michael colocou a cabeça para dentro.
"Ei... uh, Ashley... Posso falar com você um minuto?" ele perguntou, coçando a nuca nervosamente.
"Sim!" Ashley levantou-se, praticamente pulando. Morgan e eu rimos enquanto ela o seguia para fora.
O quarto ficou silencioso por um momento. Morgan suspirou dramaticamente.
"O que foi?" eu perguntei.
"Essa casa é incrivelmente bonita," ela disse, olhando ao redor.
Eu tinha que concordar. Meu novo quarto era muito maior que o antigo, e pela primeira vez, parecia que eu tinha um espaço só meu—quase espaço demais. Paredes de creme claro se estendiam, fazendo o quarto parecer ainda maior. Um carpete cinza macio abafava cada passo, e minha cama estava no canto perto da janela, com um edredom simples de lavanda. A janela alta dava para o quintal, onde as árvores lançavam longas sombras no sol do fim da tarde. Em frente à cama havia uma mesa embutida com prateleiras brancas impecáveis que ainda estavam vazias, esperando para eu desempacotar.
Mas o verdadeiro destaque era o banheiro anexo, separado por uma porta deslizante elegante. Apesar da minha empolgação, não era perfeito. Era compartilhado—conectado ao quarto de Haden por outra porta que eu já odiava. A ideia de ele invadir meu espaço me dava arrepios.
"É, é sim. Seria melhor se meu banheiro fosse só meu," eu disse com uma expressão de desagrado.
"Definitivamente. Mas sério, Ella, como você está lidando com tudo isso?"
O olhar preocupado dela fez meu peito apertar, mas eu empurrei para baixo a vontade de chorar.
"Estou bem. Quero que mamãe seja feliz. Ela não está tão feliz desde... antes do papai morrer," eu disse, engolindo o nó na garganta.
A menção ao papai me atingiu como um peso. Eu não falava sobre ele há muito tempo—era doloroso demais. Empurrando os sentimentos de volta, eu dei a Morgan um sorriso fraco. Ela se inclinou, esfregando meu ombro.
"Vamos tomar um sorvete," ela sugeriu gentilmente, levantando-se.
"Sorvete parece incrível."
Descemos as escadas, passando por mamãe e Brad, que estavam montando a mesa dela no escritório.
"Já volto, mãe. Vamos tomar sorvete," eu disse enquanto íamos em direção à porta.
"Tá bom, querida. Se cuidem. Ah, e pegue essas chaves," ela disse, pressionando-as na minha mão e beijando minha bochecha. "Brad e eu não estaremos aqui quando você voltar. Vamos fazer uma pequena viagem e voltamos na segunda-feira."
Meu coração afundou. Eles tinham acabado de se mudar, e ela já estava saindo? A ideia de ficar sozinha na casa com Haden me dava um nó no estômago.
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Mais tarde naquela noite, voltei para casa por volta das nove, sentindo-me exausta. Morgan me manteve ocupada o dia todo para me ajudar a evitar ficar sozinha em casa com Haden. Tomamos sorvete, fizemos compras no shopping, e até encontramos Tanya e sua mãe. Quando cheguei em casa, só queria me jogar na cama.
Trancando a porta da frente atrás de mim, subi as escadas pesadamente. Quando me aproximei do quarto de Haden, gemidos abafados chegaram aos meus ouvidos. Revirei os olhos e acelerei o passo, tentando ignorar.
Uma vez no meu quarto, tranquei a porta e a porta do banheiro adjacente, desesperada por um pouco de privacidade. Tirando minhas roupas, me joguei na cama apenas de roupa íntima. Pijamas me deixavam quente demais para dormir confortavelmente.
Liguei a TV para abafar o barulho, mas não ajudou.
“OH MEU DEUS, HADEN! SIM! MAIS RÁPIDO, BEBÊ!”
Meu rosto queimou. Dei um pulo quando os sons se tornaram mais altos.
“Como você deve me chamar?” A voz profunda e autoritária de Haden ecoou.
Minha boca secou.
“Desculpe, Mestre! Por favor, me perdoe. Por favor, me deixe gozar!” uma voz feminina implorou.
Eu congelei, meu coração disparando enquanto o choque percorria meu corpo. Mestre?
Eu não sabia se ria, gritava ou morria de vergonha. Os ruídos só ficaram mais intensos—gemidos, tapas e choramingos. Meu rosto estava em chamas. Colocando um short e uma regata, saí correndo do meu quarto e desci as escadas.
Eu não me importava para onde ia—só precisava sair dali.
Não parei até chegar à cozinha, agarrando a borda do balcão para me estabilizar. O leve zumbido da geladeira era o único som agora, mas não era suficiente para apagar a lembrança do que eu acabara de ouvir.
“Mestre?” murmurei para mim mesma, a palavra enviando uma nova onda de desconforto através de mim. Eu sempre soube que Haden era perverso, mas isso era um nível completamente diferente.
Eu andava de um lado para o outro na cozinha, tentando afastar a sensação que subia pela minha espinha. Eu estava fazendo de tudo para evitar ele desde que me mudei, mas com nossos pais fora no fim de semana, as paredes da casa pareciam estar se fechando ao meu redor.
A ideia de passar mais uma noite sob o mesmo teto que ele fazia meu estômago revirar. Abri a geladeira, esperando encontrar algo—qualquer coisa—para me distrair. Pegando uma garrafa de água, torci a tampa e tomei um longo gole.
“Não conseguiu dormir?” A voz de Haden cortou o silêncio.
Engasguei com a água, girando para vê-lo encostado casualmente na porta. Seu cabelo estava despenteado, sua camisa desabotoada o suficiente para revelar um leve vislumbre de seu peito. Ele parecia confortável demais, como se pertencesse ali, e o sorriso no rosto dele mostrava que ele havia notado minha reação.
“Eu—uh—só queria um pouco de água,” gaguejei, amaldiçoando-me por soar tão fraca.
Ele entrou na cozinha, sua presença preenchendo o espaço. “Você está bem? Parece agitada.” O tom dele era provocador, mas seus olhos tinham aquele brilho predatório familiar que sempre fazia minha pele arrepiar.
“Estou bem,” retruquei, tentando desviar dele, mas ele bloqueou meu caminho facilmente.
“Saindo tão cedo?” Sua voz era baixa, divertida. “Você não está com medo de mim, está?”
“Estou cansada, Haden,” disse, forçando-me a encarar seu olhar. “Saia da frente.”
Seu sorriso se alargou, mas ele saiu do caminho. “Bons sonhos, Ella.”
Não esperei que ele dissesse mais nada. Segurando a garrafa de água, corri de volta para meu quarto e tranquei a porta atrás de mim. Meu peito arfava enquanto eu me apoiava nela, tentando recuperar o fôlego.
A casa parecia sufocante. Cada rangido do piso, cada sombra no corredor escuro—tudo parecia ser ele. Observando. Esperando.
Voltei para a cama, puxando o cobertor sobre mim apesar do calor. Disse a mim mesma que ficaria bem, que ele não tentaria nada. Mas enquanto encarava o teto, não conseguia afastar a sensação de que Haden sempre conseguia o que queria. E agora, eu estava na casa dele, no espaço dele.













































































































