Capítulo 7: Tatuagem

"VACA!"

Matt se levantou de um pulo, mas Luca o empurrou de volta com facilidade, seu aperto firme, quase divertido.

"O que você vai fazer? Morder a gente?" Luca zombou, um sorriso sádico surgindo em seus lábios enquanto soltava uma risada baixa.

Ele se abaixou um pouco, inclinando a cabeça enquanto examinava Matt como um predador avaliando uma presa ferida.

"É uma pena mesmo. Você matou seus irmãozinhos... tudo por causa da sua fome de poder." Seu tom era falsamente simpático antes de se tornar algo mais sombrio. "E a pobre Tia Rosalyn."

As narinas de Matt se inflaram ao ouvir o nome de sua mãe, sua respiração ofegante.

"É melhor você não machucar ela!" ele rugiu, lutando contra o aperto de Luca.

Haden revirou os olhos, soltando um suspiro enquanto engatilhava sua arma.

"Tia Rosalyn está bem. Segura. E ela vai continuar assim," ele disse, sua voz carregada de irritação. Se dependesse dele, ninguém dessa família estaria respirando. Mas ele fez uma promessa à sua mãe—então Tia Rosalyn estava fora de perigo.

Ele girou a arma preguiçosamente na mão antes de apontá-la para Matt.

"Agora que tudo aconteceu, tenho que perguntar... valeu a pena?" Haden refletiu, seus lábios se curvando levemente. "Algum arrependimento?"

Luca lançou-lhe um olhar enquanto ele girava a arma. Haden riu baixo. Medroso.

Matt levantou a cabeça, olhos fixos nos de Haden, e então um sorriso—vil, distorcido—surgiu em seus lábios.

"O único arrependimento que tenho? Não ter fodido a sua vadiazinha preta gostosa."

As narinas de Haden se inflaram, seu maxilar se apertando. Sem hesitar, ele deu uma coronhada em Matt. Forte.

Matt grunhiu, cuspindo sangue no chão. Um dente caiu.

Ainda assim, ele sorriu, passando a língua nas gengivas ensanguentadas.

"Eu podia sentir que ela era apertada do jeito que a bucetinha dela envolvia meus dedos. Eu queria tomar meu tempo. Esse foi meu erro."

Silêncio.

Haden não disse uma palavra. Apenas levantou a arma. Devagar. Metódico. O cano apontado diretamente para a cabeça de Matt.

Matt riu para si mesmo, olhando para baixo. Ele sabia que era o fim. Mas tinha que fazer uma última provocação.

"Você pode me matar, primo, mas sua vadiazinha doce nunca vai me esquecer. Eu sempre estarei na cabeça dela. Minha marca sempre estará no quadril dela. Toda vez que você a despir... você e ela vão pensar em mim."

Sua risada—cruel e gutural—ecoou pela sala.

Então—

BANG.

Um grito dilacerante rasgou a garganta de Matt.

Haden não mirou na cabeça. Ainda não.

Ele atirou no pau dele.

Matt se debateu, seu corpo convulsionando de dor enquanto o sangue se acumulava embaixo dele. Lágrimas escorriam pelo rosto.

"Ops. Meu braço escorregou," Haden disse friamente, sua voz sem emoção.

Luca explodiu em gargalhadas.

Matt arfou de dor, sua voz mal passava de um sussurro. "Vão… se… foder." Ele se esforçou, seu corpo tremendo. "Vocês dois podem ir para o inferno."

Haden riu sombriamente, aproximando-se. Ele se agachou, pressionando o cano da arma entre os olhos de Matt.

Ele se inclinou.

"Te vejo lá." Sua voz era um sussurro, fria e definitiva. "Manda um oi pro tio e pra família, tá?"

Então—

BAM.

.

.

.

Haden

"Vamos lá, tesoro, não vai ser tão ruim assim."

"De jeito nenhum, Haden! Você sabe que eu tenho tolerância baixa à dor."

Nos últimos trinta minutos, eu estava discutindo com Ella sobre fazer uma tatuagem. Ela estava convencida de que seria insuportável, mas realmente não era tão ruim.

"Ella, amor, olha pra mim." Eu gesticulei para meus braços cobertos de tatuagens. "Você vê todas essas tatuagens? Eu prometo, não é tão ruim quanto você pensa."

"Ele tá mentindo. Vai doer pra caramba."

Micah entrou na sala, jogando-se no sofá com uma tigela de pipoca, um sorriso brincando em seus lábios.

Eu lancei um olhar fulminante para ele. "Por que você tá na minha casa?"

"Porque você me deu uma chave," ele respondeu, colocando mais uma pipoca na boca.

Eu estendi a mão. "Devolva."

A boca de Micah se abriu, algumas pipocas caindo em seu colo. Atrás de mim, Ella deu uma risada.

"Você tá de brincadeira? Eu vou pedir da próxima vez, tá bom. Eu adoro vir aqui—é confortável."

Revirei os olhos enquanto Ella explodia em gargalhadas com a expressão de traição no rosto de Micah.

"Micah, me dá as chaves."

Micah fez um bico, resmungando enquanto procurava no bolso de trás. "Tá bom." Ele as jogou para mim, e eu peguei facilmente, balançando a cabeça com um sorriso.

Então, em vez de guardá-las, eu me virei para Ella e coloquei as chaves na palma da mão dela.

Ela piscou para mim, a confusão brilhando em seus olhos cor de mel. "Por que você está me dando isso?"

"Você pode muito bem ficar com elas. Esta é sua casa também."

Ela suspirou, balançando a cabeça. "Haden, já conversamos sobre isso."

Eu exalei, exasperado. "Eu não entendo por que você não quer morar aqui. Você praticamente já mora."

E eu não estava exagerando. Metade do armário dela estava no meu quarto, e o resto estava no campus.

"Eu sei, mas eu quero morar sozinha por um tempo," ela explicou. "Para os dias em que nos irritamos um com o outro, e eu só preciso de espaço. E, como eu te disse, podemos morar juntos quando estivermos casados."

Eu franzi a testa, deslizando minhas mãos até os quadris dela e puxando-a para mais perto.

"Um, mesmo quando você me irrita, eu ainda quero você perto. E dois, isso não é problema nenhum—podemos nos casar hoje."

Eu me inclinei para um beijo, mas ela rapidamente deu um selinho antes de se afastar com uma risada.

"Haden, para de brincar."

"Eu não estou brincando."

Ela estudou meu rosto por um segundo. Então, seus olhos se arregalaram levemente.

Ela percebeu que eu não estava brincando.

"Haden, nós somos muito jovens para nos casar!"

Eu dei de ombros. "Não, não somos."

"O garoto está apaixonado de verdade," Micah murmurou baixinho.

"Cala a boca," murmurei, lançando um olhar rápido para Micah.

Ele apenas riu, empurrando mais um punhado de pipoca na boca como o pestinha que era.

Ignorando-o, agarrei a mão de Ella e a puxei gentilmente para subir as escadas, levando-a para o meu quarto. Fechei a porta atrás de nós, selando-nos em nosso próprio espaço, longe do barulho do mundo exterior.

"Você vai ser minha esposa de qualquer jeito," eu disse suavemente. "Mas nos desviamos completamente do assunto."

Virei-me para ela, minha voz agora mais suave. "Olha, tesoro, eu sei que você não gosta de dor. Mas também sei que você não gosta daquela marca em você."

Seu olhar caiu para o chão. "Eu odeio." Sua voz mal passava de um sussurro, mas o peso nela era ensurdecedor.

Eu sabia que ela odiava. Ela cobria a marca com cada roupa que usava, tentando apagá-la da vista, mas eu podia ver que aquilo a assombrava. E por mais que eu odiasse admitir, meu primo estava certo sobre uma coisa—aquele maldito sinal que ele deixou nela. As iniciais dele queimadas em sua pele como uma marca, um lembrete cruel do que ela suportou.

Eu a peguei mais de uma vez, trancada no banheiro, chorando baixinho. Ela pensava que eu não ouvia, mas eu sempre ouvia. Cada soluço abafado, cada respiração trêmula. E todas as vezes, eu lutava contra o impulso de invadir e segurá-la, de tirar a dor dela.

Mas eu sabia—quando ela trancava a porta, ela precisava de espaço.

Então eu dava esse espaço a ela.

Eu me sentava do lado de fora, encostado na parede, esperando. Apenas ouvindo. Porque no momento em que ela estava pronta, no segundo em que ela abria aquela porta—ela sempre corria direto para meus braços.

E eu a segurava.

Sem palavras, sem perguntas. Apenas silêncio e o ritmo constante da respiração dela contra meu peito. Ela não precisava que eu consertasse. Ela só precisava de mim ali. E eu sempre atendia. Porque não havia muitas coisas neste mundo que eu me importava. Mas Ella—minha Ella—ela era meu mundo. Ela era meu pulmão esquerdo. Sem ela, eu não conseguiria respirar.

Eu a puxei para perto agora, e ela se derreteu em mim, descansando a cabeça contra meu peito. Ficamos ali em silêncio, envolvidos um no outro, sem necessidade de palavras.

Então, depois de um momento, ela falou. "Se eu fizer uma tatuagem, quero um elefante."

Uma pequena risada escapou de mim. "Ok, tesoro. Por que um elefante?"

Ela inclinou a cabeça levemente, sua voz firme. "Porque eles representam força e boa sorte, além de saúde e felicidade."

Eu assenti, pressionando um beijo suave em sua testa. "Parece perfeito, bambina. Elefantes também representam sensibilidade, sabedoria, estabilidade, lealdade, inteligência, paz, confiabilidade e determinação."

Eu recuei apenas o suficiente para encontrar seus olhos. "Todas essas... são características que você já possui."

Seus lábios se abriram ligeiramente, seus olhos castanho-mel brilhando com algo não dito.

E naquele momento, eu sabia—não importava o que acontecesse, não importava quanto tempo levasse—eu passaria o resto da minha vida garantindo que ela nunca mais se sentisse insegura em sua própria pele.

O maior sorriso se espalhou pelo rosto dela, e meu coração se encheu instantaneamente. Ela não tinha ideia—nenhuma ideia—da alegria que trazia para minha vida.

As pessoas sempre ficavam surpresas ao nos verem ainda juntos, como se esperassem que eu superasse ela, como se nosso amor fosse apenas uma fase.

Mas eu estava falando sério.

Sempre estive. Mesmo quando criança, eu sabia. Ella era a mulher para mim. A única mulher que eu jamais precisaria. Ninguém poderia me satisfazer como ela—mente, corpo, alma.

Talvez por isso, lá no ensino médio, eu pulava de garota em garota. Nenhuma delas era ela. Nenhuma delas poderia acalmar a fome que ardia dentro de mim por ela.

Elas tentaram. Deus sabe que tentaram.

Então veio a faculdade.

As garotas se jogavam em cima de mim, desesperadas pela minha atenção. Eu nunca vacilei. Nem uma vez.

Minha Ella era tudo que eu precisava. Não apenas porque ela era a pessoa mais doce que eu conhecia (e provei), mas porque ela era a garota mais deslumbrantemente bonita que eu já tinha visto. E eu não digo isso só porque ela é minha.

Não—Ella era o tipo de linda que fazia as pessoas pararem e olharem. E a parte mais louca? Ela nem percebia.

Ela nunca notava como as cabeças se viravam quando ela entrava em uma sala.

Meus colegas de time achavam que eu era louco por manter um relacionamento à distância no meu primeiro ano. Eles riam, diziam, "Ela não pode ser tão ruim, cara."

Então eles a viram.

Nenhuma palavra depois disso.

Alguns caras ainda tentaram a sorte—alguns deles até meus próprios colegas de time. Isso acabou rapidamente. Mas a verdade era que Ella nunca lhes deu atenção. Ela não precisava.

Porque, apesar de toda sua suavidade, toda sua bondade, a lealdade de Ella era incomparável. Por isso, ela nunca precisaria de nada.

Trabalhar? Não trabalhar? Não importava. Eu sempre garantiria que ela tivesse tudo que ela precisasse. Tudo que ela quisesse.

Fui tirado dos meus pensamentos quando sua voz suave chamou meu nome.

"Sim, querida?" murmurei, gentilmente empurrando um cacho solto atrás da orelha dela.

Seus olhos melados piscaram para mim, hesitantes mas determinados. "Você vai ficar comigo o tempo todo enquanto eu faço isso, certo?"

Um sorriso lento puxou meus lábios antes de eu me inclinar, pressionando um beijo suave nos dela.

"Claro."

Ela exalou profundamente, braços envolvendo minha cintura enquanto se enterrava em mim.

"Ok." Uma pausa. Então, com resolução tranquila—"Ligue para o seu amigo."

Capítulo Anterior
Próximo Capítulo