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Bem-vindo ao Crimson Halo—o clube de strip mais exclusivo da cidade.

Onde herdeiros bilionários e reis de motoqueiros perigosos gastam três milhões de dólares por noite só para assistir suas garotas favoritas dançarem.

E a Red?

Ela não era apenas mais uma performer.

Ela era curvas, perigo e fogo silencioso—envolta em renda e mistério.

Com quadris que hipnotizavam e seios que desafiavam a gravidade, ela se movia como o pecado e parecia a salvação.

Mas ela estava escondendo algo que ninguém sabia...


Red

“Red!”

A voz da Miss JLo cortou os batidas pesadas do baixo no camarim, afiada e impaciente.

Red exalou, seu olhar se levantando do espelho. Hora de encará-la novamente.

Ela se levantou, ajustando a barra de sua roupa com lantejoulas, e calçou os saltos. O som dos saltos ecoou pelo corredor enquanto ela se aproximava da porta.

Miss JLo estava lá com sua prancheta, cílios postiços e aquele sorriso de quem sabe tudo.

“Marcelo da Itália está aqui de novo,” ela disse. “Ele gastou dois milhões. Em dinheiro. Tudo por uma noite com você, querida.”

Red piscou. “O quê?”

Miss JLo se aproximou. “Ele quer ser o primeiro. Disse que vai pagar para ser o seu primeiro. Garota, este é seu bilhete dourado. Você sabe o que dois milhões podem fazer por você?”

O coração de Red afundou. Esse tipo de dinheiro poderia mudar tudo—sua cirurgia, suas dívidas intermináveis, e liberdade.

Mas ainda assim—seu estômago revirou.

“Estou aqui para dançar, não para vender meu corpo,” ela disse baixinho.

Miss JLo zombou. “Uma oportunidade como essa vem uma vez na vida. Você acha que balançar seus quadris por trocados vai te tirar desse buraco?”

Red mordeu o lábio, olhando para o chão.

Dois milhões...

Isso poderia cobrir tudo. Ela poderia parar de se preocupar em morrer antes dos vinte e quatro. Ela poderia respirar.

Mas seu peito apertou.

Ela endireitou a coluna. “Não. Eu não estou à venda.”

Miss JLo revirou os olhos e se afastou, murmurando algo sob sua respiração já sabendo que Red rejeitaria a oferta.

Red afundou de volta na cadeira.

Ela tinha vinte e três anos. Virgem. Stripper. Uma contradição ambulante. Com curvas que faziam os homens babarem e um rosto suave demais para este mundo, Red era a principal atração do Crimson Halo.

Mas por trás das luzes e da música, ela era apenas uma garota tentando viver.

Trezentos dólares por mês. Isso era o que ela ganhava—economizando cada centavo para pagar pela cirurgia que poderia mantê-la viva e para cobrir a dívida que sua mãe deixou.

Miss JLo era a dona do Crimson Halo—o tipo de mulher que dirigia o lugar como um negócio, não uma família. Para ela, cada garota era um produto. E Red? Ela era a mais cara na prateleira.

Ela sempre anunciava Red como um diamante raro, sussurrando seu nome para homens ricos em cabines enfumaçadas e salas VIP. Esta noite não foi diferente.

“Marcelo da Itália quer você,” ela tinha dito. Como se fosse nada.

Red já tinha ouvido o nome antes. Marcelo não era qualquer homem—ele era um conhecido traficante de drogas. Perigoso. Poderoso e com o dobro da sua idade. O tipo de homem que conseguia o que queria, não importava o custo.

E agora ele queria ela.

Sua primeira vez.

Red cerrou os punhos, mandíbula tensa. De jeito nenhum.

Ela não veio aqui para isso. Ela não era como as outras garotas. Ela não se importava com quanto dinheiro estava na mesa.

Aquela primeira vez—o pouco que ela ainda tinha—significava algo.

Ela não desperdiçaria isso com Marcelo Itália. Nem por dois milhões.

Hora de ir embora. Ela suspirou enquanto trocava para seu vestido decente, tirando a calcinha brilhante que havia usado para se apresentar aos homens famintos mais cedo.

Ela cheirava a suor e perfume barato. Ela a dobrou silenciosamente e a guardou na mochila.

As luzes do corredor se acenderam quando ela saiu, os saltos batendo contra o chão.

A música ainda pulsava à distância, abafando o som dos homens meio bêbados gritando uns com os outros.

“Ei, Ruiva... me dá um show privado,” um deles balbuciou, lambendo os lábios como se não tivesse comido há dias.

“Caramba, bebê, mexe essa bunda de novo,” outro disse, seus olhos percorrendo seu corpo como se fosse dele.

Ela os ignorou como de costume, passando pelas palavras vulgares e assobios, seguindo em direção à porta dos fundos. Seu turno havia terminado, e tudo o que ela queria era ir para casa, se enfiar na cama e esquecer a noite.

Mas então, seus olhos pousaram em algo—

Um jovem bem-apessoado, provavelmente não mais velho que trinta anos, sentado na ponta do bar.

Seu smoking parecia ter sido costurado à mão na Itália, e o relógio em seu pulso poderia quitar metade das dívidas do clube.

Na sua frente, estavam nove garrafas vazias de uísque. Pelo jeito que sua cabeça balançava levemente e seus olhos piscavam em câmera lenta, ele havia bebido a noite toda.

O que realmente chamou sua atenção, no entanto, não foi o homem.

Foi o grupo de homens que estava muito perto atrás dele.

O Nexus Valley.

Uma gangue de motoqueiros perigosa conhecida pela cidade por roubar dos ricos e espancar qualquer um que cruzasse seu caminho. Ela já tinha visto esse tipo antes—brutos, tatuados, sempre cheirando a encrenca. Eles não estavam ali para beber ou paquerar.

Eles o cercavam como abutres.

Um dos homens do Nexus Valley se inclinou mais perto do cara bêbado, olhando para o relógio dele como se já fosse seu.

“Riquinho nem sabe onde está,” ele murmurou para seu amigo com uma risada.

“Aposto que esse relógio ficaria melhor em mim,” outro disse, baixo e áspero. “Smoking também. Vamos ajudar ele a tirar.”

Todos riram.

Red sentiu seu estômago revirar. Ela não gostava de se meter em problemas, mas algo nisso não parecia certo. Ela podia ir embora. Fingir que não viu.

Mas ela não fez isso.

Ela se aproximou, seus saltos batendo contra o chão.

“Com licença,” ela disse alto o suficiente para chamar a atenção deles. “Ele pagou por uma noite privada. Ele está comigo.”

O mais alto se virou para ela, tatuagens subindo pelo pescoço. “Você é a garota dele agora, querida?”

Outro riu. “Não sabia que riquinhos gostavam de mercadoria usada.”

Red forçou um sorriso, ignorando a dor das palavras deles. “Ele gosta do que gosta.”

Sem esperar permissão, ela deslizou o braço em volta do ombro do homem bêbado. Ele cheirava a uísque e mal se mexeu enquanto ela o puxava para ficar de pé.

“Vamos, bebê,” ela sussurrou, sua voz firme, mesmo que seu coração estivesse disparado.

Os motoqueiros apenas observaram, sorrindo, deixando ela passar. Eles não estavam ali para brigar.

Red o guiou pelo corredor e saiu pela porta dos fundos, seu braço envolto firmemente nele. Ele cambaleou ao seu lado, completamente fora de si.

“Você teve sorte de eu te ver, o que eu devo fazer com você agora?” ela murmurou baixinho.

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