Capítulo 3
Depois da aula, quando Cassie e Daniel estavam saindo, os olhos dela pousaram em um cara jogando futebol. Ele acabou de marcar um gol para o time e todos o estavam carregando nos ombros. O coração de Cassie começou a bater mais forte por ele. Daniel percebeu isso e pigarreou para desviar a atenção de Cassie daquele bonitão. "Nem pense nisso."
Cassie ficou surpresa e olhou para Daniel. "O que você quer dizer?"
Daniel apontou para Steven com um tom de aviso. "Ele está muito fora do nosso alcance."
Cassie gaguejou e olhou para o outro lado. "Eu... eu não estava planejando nada."
Daniel contou um pouco sobre o carisma de Steven. "Sair com ele é o sonho de toda garota na faculdade de elite."
A curiosidade de Cassie aumentou. "Quem é ele?"
Daniel suspirou. "Steven Huntsman do terceiro ano. Capitão do time de futebol da nossa faculdade."
Cassie entendeu errado a orientação de Daniel. "E você também gosta dele?"
Daniel se virou para ela com uma expressão séria. "Eu não sou gay e gosto de garotas."
Cassie levantou as mãos defensivamente. "Na verdade, você disse NOSSO alcance, então eu pensei que talvez... Mas, ei, mesmo que fosse verdade, é a sua vida. Eu sou totalmente a favor dessa coisa de LGQTB."
Daniel suspirou. "Bom saber, mas na verdade é LGBTQ e, pela última vez, eu não sou gay. Na verdade, eu tenho uma queda pela Rita."
Cassie perguntou. "E quem é Rita?"
Daniel inclinou a cabeça. "A garota que o Ryker estava abraçando pelos ombros."
Cassie perguntou. "Ela não é namorada do Ryker?"
Daniel assentiu com uma expressão triste.
Cassie perguntou. "Ryker também está no segundo ano?"
Daniel respondeu. "Sim, minha vida está entrelaçada com a dele."
Cassie perguntou. "Por que o Ryker disse que você deveria estar na aula de reabilitação?"
Daniel parou de andar. "Nós temos o mesmo pai e eu sou o resultado de uma transa bêbada do nosso pai. Minha mãe morreu quando eu tinha seis meses por overdose de pó."
Cassie perguntou. "O que diabos significa pó?"
Daniel retomou a caminhada. "Cocaína."
Cassie fez um biquinho e seguiu Daniel. "Mas, ei, para onde estamos indo?"
Daniel respondeu. "Você não está com fome?"
Cassie balançou a cabeça. "Nem um pouco, porque minha mãe não me deixa sair de casa sem comer o que ela faz para mim, porque ela acha que precisa saber o quão boas são suas habilidades culinárias."
Daniel suspirou. "Sortuda você, porque nem todo mundo tem o privilégio de viver com uma mãe."
Cassie levantou as sobrancelhas. "Então, com quem você mora?"
Daniel deu de ombros. "Eu moro com o Ryker, a mãe dele e meu pai."
Cassie levantou as mãos. "Ah, entendi, madrasta maltratando e..."
Daniel a interrompeu. "Não, no meu caso, o Ryker maltrata minha madrasta e ela é boa comigo."
Cassie ficou surpresa. "Como isso é possível? Eu vi Cinderela e a madrasta dela era má."
Daniel inflou as narinas. "Eu não sou a Cinderela aqui e minha madrasta é muito melhor do que meu próprio pai e meio-irmão."
Cassie perguntou. "Você sente falta da sua mãe?"
Daniel deu de ombros. "Nunca penso nela porque o Ryker ocupa bastante espaço na minha vida."
Cassie percebeu a tristeza de Daniel. Ela queria aliviar o clima. "Confie em mim, às vezes é realmente muito difícil lidar com pessoas do tipo mãe. Sua madrasta deve ser boa com você por cortesia."
Daniel riu e pediu sua comida, enquanto Cassie apenas tomou um copo d'água. Quando estavam prestes a se sentar, Ryker e sua turma apareceram na mesa deles. "Eu estava me perguntando sobre o que vocês realmente conversam?"
Cassie colocou seu copo de água na mesa. "Não é da sua conta."
Ryker levantou a sobrancelha. "Eu te disse para ficar longe..."
Cassie interrompeu. "Ah, na verdade eu tenho um problema em seguir o que me mandam fazer."
Ele se sentiu ofendido porque o tom de voz de Daniel não era como o de Cassie desde a manhã. Ele se levantou e disse a ela. "Você vai ver o que acontece quando luta as batalhas de outra pessoa."
Cassie acenou com a mão. "Vai embora." E eles foram. Daniel ficou chocado porque Ryker e sua turma nunca saíam sem machucá-lo. Daniel colocou a mão sobre a de Cassie. "Você não precisa entrar na lista negra dele porque eu estou acostumado com todo esse bullying desde a nossa infância."
Cassie sentiu uma sensação estranha no corpo quando Daniel a tocou. Ela nunca tinha sentido isso antes, mas ignorou e colocou a outra mão sobre a dele. "Ei, eu não estou fazendo nada por você. Eu só não posso deixar ninguém tratar meus amigos como lixo."
Daniel perguntou. "Eu sou seu amigo?"
Cassie deu de ombros. "O que você acha?"
Daniel sorriu. "Ninguém nunca quer ser meu amigo porque Ryker dá um tempo difícil para quem ousa ficar comigo."
Cassie não queria quebrar aquele toque, mas tirou as mãos da situação tipo sanduíche. "Ryker não será mais um problema."
Assim que Daniel terminou sua refeição, ambos se levantaram das cadeiras e ouviram um barulho semelhante a um rasgo de tecido. Naquele momento, a calça jeans de Cassie rasgou, expondo um grande buraco onde sua bunda ficou visível, e toda a cafeteria explodiu em risadas. Cassie jogou seu cardigã na cadeira, mas quando procurou por ele, ele havia sumido. Daniel ficou envergonhado porque sabia quem tinha feito isso, e Cassie estava se sentindo humilhada. Ela deveria ficar perto de uma coluna próxima, disse Daniel, e ele encontraria algo para cobrir sua bunda.
Cassie estava à beira de perder a cabeça quando Steven chegou à cafeteria e viu Cassie encostada na coluna. Ele imediatamente tirou sua jaqueta, caminhou até ela e a amarrou em volta da cintura dela. Cassie não teve coragem de sair da cafeteria sozinha. Steven a guiou para fora segurando sua mão. "Como você está?"
Cassie assentiu sem olhar para ele. Steven perguntou. "Você precisa de mais alguma coisa?"
Cassie balançou a cabeça, sem entender por que sentia a mesma sensação no corpo quando Steven a tocava. Como seus sentimentos pelos dois garotos podiam ser os mesmos? Quando Steven segurou sua mão, como ela pôde esquecer sua humilhação instantaneamente?



































































