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"Eu... eu sinto muito." Alexia tentou falar, mas não conseguiu, não quando ele estava sufocando a vida dela.
Ela estava ficando sem fôlego, sua respiração começando a cessar enquanto lutava contra o aperto dele. As lutas de Alexia duraram um minuto antes que ele finalmente a soltasse, e ela caiu no chão com um baque.
Como ela pôde ser tão tola a ponto de vomitar nele... E logo em um Alfa. Enquanto ela ofegava por ar, diferentes pensamentos percorriam sua cabeça.
Ele ia matá-la? Sim. Ela esperaria até que ele o fizesse? Não.
Alexia correu, deixando um Alfa Steele furioso para trás no quarto.
Enquanto caminhava de volta para o bordel, Alexia desejava que tudo isso fosse apenas um sonho. Nada nunca deu certo para ela desde o seu nascimento. Como se ser órfã não fosse suficiente, ela teve que crescer em um bordel.
Mas, ao mesmo tempo, ela pensava que todos os seus problemas terminariam quando encontrasse seu companheiro, mas inferno, Marcus era o completo oposto.
Faz exatamente um mês desde que eles sentiram o cheiro um do outro.
Foi bem naquela cama, naquela mesma noite em que ele a forçou a dormir com ele. Quando Marcus a cheirou como sua companheira, em vez de parar, tudo o que mudou foi a maneira como ele a possuía agressivamente... mais impiedosamente.
Desde então, nenhuma palavra foi trocada entre eles. Não quando ele começou a evitá-la como uma praga total.
Alexia tinha certeza absoluta de que nunca havia encontrado um bastardo tão extraordinário como ele antes em sua vida.
"Não se passaram nem vinte minutos desde que você saiu, e você já está de volta?" Marcus perguntou, com ódio transbordando em seus olhos.
Falar do diabo. Então agora ele de repente se importa?
"Saia do caminho, Marcus. Você está bloqueando a entrada." Alexia disse, caminhando lentamente em direção a ele. "Ou o que aconteceu com me evitar?"
"Receio que você terá que se virar e voltar para lá, Alexia. Você foi enviada lá por um motivo, acha que pode simplesmente voltar para casa deixando um de nossos clientes VIP insatisfeito?" A carranca de Marcus se aprofundou, se perguntando o que exatamente estava errado com essa mulher.
"Eu não vou voltar lá." Alexia estava além de frustrada, seu tom direto sinalizando uma postura inflexível.
Além do nome dele e do fato de ele ser o Alfa que atualmente governa a matilha, Alexia não sabe nada sobre ele. Exceto por uma coisa em particular. Aqueles olhos vermelhos furiosamente ardentes... quão prontos eles estavam para queimá-la em cinzas.
E agora Marcus quer que ela volte para o poço de fogo? Que piada!
"Você não vai? Pela primeira vez, você recebeu uma reclamação de nosso cliente. E aqui está você, se recusando a voltar e provar que ele está errado?" Sua mandíbula estava cerrada. Sua voz carregada de hostilidade, ele exigiu: "Você quer manchar seu bom histórico?"
Sua crueldade era penetrante, mas antes que ele pudesse dizer qualquer outra coisa, a voz de Alexia ressoou mais uma vez em desafio.
"Dane-se as suposições, Marcus. Você percebe que estou grávida de você?"
Era isso. Antes que ela pudesse evitar, já tinha saído de sua boca, e era como se todo o ar fosse sugado de seus pulmões.
No entanto, para sua surpresa, ele não mostrou nenhuma reação. Seu gelo não derreteu.
"Não, me responda. Você quer que eu volte para ele assim? Com seu filho, Marcus!" Alexia gritou em descrença enquanto tentava cautelosamente não cambalear no chão.
Seu coração estava acelerado, temendo a resposta dele.
Por anos, Alexia sabia que tinha inimigos ao redor do bordel esperando para eliminá-la, mas Marcus era uma exceção. Ela segurou as lágrimas, relembrando os anos que passou com ele sendo o único em quem podia confiar.
Alheia à realidade de que ele sempre quis seu corpo, ela se deixou aproximar dele até que ele começou a tocá-la de maneira inadequada.
Ela colocou alguma distância entre eles, mas nunca foi suficiente. Até um mês atrás, quando ele a desonrou, ele nunca se afastou dela.
"Você não pode estar grávida de mim." Marcus rugiu, cerrando os punhos com força.
Só de olhar para a mulher à sua frente, sua raiva não apenas fervia, mas se intensificava. Ele queria nada mais do que se afastar dela, mas não podia, não até saber que besteira ela estava falando.
Apenas uma noite e ela está grávida, como ela ousa deitar com inúmeros homens e ainda assim ele é o único em quem ela quer colocar a criança?
"O quê?" Alexia estava tanto chocada quanto surpresa. Agora ela se perguntava se este era realmente o mesmo homem a quem ela havia aberto seu coração todos esses anos.
Ela esperava que as pílulas funcionassem porque sempre funcionavam. Até que começou a sentir tontura e náuseas.
Por que ele não acreditava nela? Ela nunca faria uma coisa tão terrível, muito menos querer colocar a responsabilidade do filho de outra pessoa nele. De uma forma ou de outra, há um mês, ela vinha convencendo seus clientes de sua situação só para que não se deitassem com ela.
Foi difícil, mas até agora, nenhum homem se deitou com ela. A ideia estava muito longe de sua mente.
"Você me ouviu bem, Alexia. Quem quer que seja o dono da gravidez, entregue a ele. Mas quanto a mim? Eu não vou criar nenhum bastardo." Marcus respondeu com desdém, perfurando seu coração e esmagando-o em pedaços, enquanto continuava. "E sabe de uma coisa?"
"Nem somos compatíveis. Eu não posso ficar acasalado com uma fraca, nem aceitaria que você me desse um!" Ele rosnou sem qualquer remorso.
O coração de Alexia vacilou, e ela se perguntou por que a deusa da lua poderia ser tão impiedosa a ponto de emparelhá-la com um homem que a desprezava tanto e estava apenas começando com sua crueldade.
"Você também é um Ômega, Marcus. Somos exatamente perfeitos um para o outro. Não, você não faria isso."
Ele já a havia desmantelado, mas de alguma forma ela desejava que ele não a atingisse com o último golpe cruel.
Esperançosamente, ele não iria tão longe a ponto de rejeitá-la. Ele não perfuraria o último buraco em seu coração, certo?
Mas veio. E como uma fonte de água, suas lágrimas escalaram com força total.
"Eu, Marcus Vakander, recuso você, Alexia Rhodes, como minha companheira!" Ele a olhou com um olhar manchado de desgosto e seu coração apertou de dor.
Seu corpo se contorceu em soluços. Cada palavra que saía da boca dele não fazia nada para aliviar sua dor.
Com pura descrença aparente em seus olhos, Alexia caiu de joelhos diante do homem que havia entrado em sua vida e a transformado em um pesadelo de sua própria criação, com apenas uma frase.
"Você não pode fazer isso. Olha, Marcus... Eu tomei aquelas pílulas, eu realmente não sei como isso aconteceu. Podemos cuidar do nosso filhote juntos, eu... não posso fazer isso sozinha. Não faça isso, por favor."
Seu suposto companheiro acabou de rejeitá-la por ser uma Ômega como ele. Justo quando ela via sua liberdade chegando, ele a arrancou de suas mãos.
Ele não deixou nenhuma parte vaga, a dor que ele carregava em seu corpo cortava todos os pontos alcançáveis, a dor incessante e inegável.
Ele deve tê-la visto como uma fraca patética, que a cada chance se deleitaria no conforto que ele proporcionava. Ele deve ter se sentido poderoso jogando seus sentimentos como um cigarro, vendo-o cair no chão e manchando o último resquício de fumaça com os pés.
Alexia sentiu exatamente o momento em que o vínculo se quebrou. Ela tentou se aproximar, mas ele se afastou.
Em vez de ir embora, por algum motivo, Marcus esperou. Ele esperou sentir algum tipo de remorso ou pena, mas nada veio. A forma delicada ajoelhada aos seus pés era atraente, mas ela apenas manchou sua imagem.
"Você está deixando ele impotente, Alexia. Vamos, todos sabemos que você não é surda. Vá embora, por favor." Sloane apareceu ao lado dele, sua voz serena forçando-o a desviar os olhos da mulher no chão.
Ao ver Sloane, Marcus rapidamente a segurou perto de seu peito, em um abraço reconfortante. "Desculpe, querida, percebi que ainda não tinha rejeitado essa pobre coitada."
Alexia fervia de raiva ao ver a cena diante de seus olhos. Ele acabou de alegar tê-la rejeitado porque ela era uma Ômega, e a menos que a deusa da lua tenha mudado sua identidade da noite para o dia, Sloane também é uma Ômega.
Mas ele foi atrás dela de qualquer maneira. O que aconteceu com sua incompatibilidade com Ômegas?
Pelo amor de Deus, esse homem pode ser mais ridículo?!
Enquanto Alexia enxugava as lágrimas do rosto, ela se levantou e, deixando-os confusos, passou por eles, parecendo ter chegado a uma decisão.
Ela logo voltou com uma mala, a única propriedade que possuía.
"Eu-," Mesmo que sua voz estivesse rouca, ela perfurou o silêncio tenso. "Eu aceito sua rejeição."
Talvez a situação fosse menos dolorosa se ela não estivesse carregando o filho dele.
Alexia não esperou para ver se ele mostraria alguma emoção, ela girou nos calcanhares e correu para fora dos portões do bordel.
Como se a própria natureza estivesse contra ela, Alexia mal havia saído do bordel quando ouviu uma buzina que a fez parar no meio do caminho.





















































